"A República do Carmo"
"ROMANCE HISTÓRICO DE COIMBRA"- Capa de IDALINA ROVIRA.
A Introdução , fundamental para o enquadramento do Romance Histórico, ocupa as páginas de 11 a 22, 9 CAPÍTULOS - EPÍLOGO - e NOTAS.
A Introdução é uma "Lição de história", com datas, nomes e factos reais que abrange as invasões francesas, a presença das tropas inglesas e...as crises porque passou Portugal....com alguma semelhança com o que actualmente se está a passar com a crise económica!
Como é um pouco extensa publico hoje uma parte da Introdução e depois mais algumas passagens.
INTRODUÇÃO
Destina-se esta pequena introdução a auxiliar o leitor, porventura menos familiarizado com a História, a entender o porquê da violência que irá encontrar em muitas das páginas que vai ler.
Em termos cronológicos, a acção deste livro desenvolve-se entre 1808 e 1840, um dos mais desgraçados períodos da História de Portugal: invasões francesas – presença estrangeira – lutas civis. Por isso, achámos fundamental a caracterização e descrição, em termos tão breves quanto possível, do contexto sócio-politico em que ela decorre, consciente embora do risco que, em História, as sumarizações podem implicar.
O século XIX foi um século de convulsões.
A partir das invasões francesas, o País não mais voltou a encontrar a paz de que necessitava par se recompor do descalabro em que caíra. Vivia-se um permanente mal-estar político, económico e social. O erário público mantinha-se à custa de sucessivos empréstimos internos que se iam tornando cada vez mais gravosos devido ao juro aumenta na proporção em que diminuía a receptividade pública. Dos 700 milhões de francos que a França teve de pagar como indemnização de guerra, apenas nos coube o exíguo montante de 2 milhões, apesar de Portugal ter suportado prejuízos incomparavelmente superiores. Porém, o País não tinha voz para ser ouvido, nem tinha voz para nada…
A paz com a França foi assinada em 1814. Contudo, apesar do termo das hostilidades, os ingleses ainda por cá foram ficando, comportando-se algumas vezes como se em colónia sua estivessem, o que fez com que a reacção contra a sua presença fosse aumentando de vigor. Nem governo, nem povo, os viam com bons olhos. Para piorar as coisas, Beresford, comandante do exército, consegue do Rei a autorga de tão amplos poderes que o colocam numa posição de total independência perante o governo do Reino. E, num momento em que todos os braços não seriam de mais para se fomentar a reanimação económica de que o País tanto precisava, Beresford procede a grandes recrutamentos de soldados.
Grassando vertiginosamente, à custa do mal estar generalizado, o ideário liberal insinua-se com facilidade nos espíritos. A Maçonaria, veículo privilegiado das novas ideias, fixa-se e robustece-se. Em COIMBRA, a loja maçónica Sapiência congrega importante núcleo de personalidades favoráveis ao liberalismo.
Em certo momento, começa mesmo a propagandear-se em alguns sectores, incluindo o exército, a queda da Monarquia. Em Pernambuco, chega a eclodir um movimento republicano: em Lisboa, nos meios maçónicos, prepara-se idêntica conspiração, mas por ironia, sem os cuidados de sigilo peculiares das associações secretas. Em 1817, doze dos implicados são condenados à pena capital, entre os quais o General Gomes Freire de Andrade, oficial brilhante que, desde o ano anterior, era grão-mestre da maçonaria portuguesa:
O estado da nação vai de mal a pior. Em 1818, o défice anual atinge os 5 milhões de cruzados. É a bancarrota. O País conspira. Em Junho desse mesmo ano, constitui-se o Sinédrico, associação secreta cujo objectivo era preparar a revolução liberal. Aos quatro membros fundadores – Fernandes Tomás, Ferreira Borges, José da Silva Carvalho e João Ferreira Viana – muitos outros vêm juntar-se.
Continua
Ao Fernando Rovira, quero aqui expressar a minha gratidão pela gentil oferta de de um exemplar de "A Francesa". Já o li e...
ResponderEliminar" Quando as paredes se desmoronarem, as árvores morrerem e a identidade dos homens se diluir no constante fluir das gerações...Enfim, quando já não houver nada onde encostar a memória, entao só estes escritos, pequenos riachos que alimentam o grande rio que é a História, ficarão a lembrar que cada homem foi uma estrela que veio de longe e que jamais se apagará"
Abraço também para o Mário Rovira, seu irmao, grande cantor do Fado de Coimbra.
Até ao dia 18 de Outubro no 3º Aniversario do EG.
Saúde !!!!
Parabéns ao Fernando Rafael que consegue fazer uma boa apresentação, digamos que uma pré-introdução, à introdução do autor.
ResponderEliminarIntrodução parcialmente aqui publicada, como é explicado, por motivos claramente compreensíveis.
Aguardemos a continuação.
Para o Fernando Rovira, um grande abraço de parabéns por este excelente trabalho.
Reconheço, desconheço os pormenores desta época, e o Fernando Rovira, a quem endereço os meus parabéns, vem levantar o tapete sacudir o pó e dar-nos a descobrir um mundo de coisas que pela apresentação devem ser muito interessantes.
ResponderEliminarFiquei curioso e espero poder vir a ler esta obra.
Um abraço
Abílio
A referência ao espírito do estudante de Coimbra, idealista e disponivel para lutar do lado dos oprimidos contra os opressores, a referência à época das invasões francesas,alicia-me para a futura leitura deste romance de Fernando Rovira.
ResponderEliminarO Batalhão Académico que ficou marcado indelevelmente na História de Coimbra e de Portugal, é um exemplo da secular mentalidade dos estudantes de Coimbra que, espero, não se tenha perdido no tempo actual de maior frieza e materialismo.
O Fernando Rovira vem, com a sua obra, dar-nos uma lição da nossa História que, ou se perdeu na memória ou apenas se desconhecia.
ResponderEliminarMuito agradável a sua leitura.
Sim, o livro vale bem a pena ler.
ResponderEliminarMuita história na primeira parte e muita passada por Coimbra.
A próxima postagem será mesmo só a parte final do Epílogo" e que diz respeito à Republica do Carmo.
Como tenho um exemplar oferecido pelo Fernando Rovira, o mesmo poderá depois circular por quem estiver interessado em o ler.Vale a pena!