ABRIL
Havia uma lua de prata e sangue
em cada mão.
Era Abril.
Havia um vento
que empurrava o nosso olhar
e um momento de água clara a escorrer
pelo rosto de mães cansadas.
Era Abril
que descia aos tropeções
as ladeiras da cidade.
Abril
tingindo de perfume os hospitais
e colando um verso branco em cada farda.
Era Abril
o mês imprescindível que trazia
um sonho de bagos de romã
e o ar
a saber a framboesas.
Abril
um mês de flores concretas
colocadas na espoleta do desejo
flores pesadas e seiva e cânticos azuis
um mês de flores
um dia
um mar de flores
um mês.
Havia barcos a voltar
de parte nenhuma
em Abril
e homens que escavavam a terra
em busca da vertical.
O nosso lar passou a ser a rua
nesse mês sem sono.
Era Abril
e eu soltei o sumo
das palavras
e vi
dicionários a voar
e mulheres que se despiam abraçando
a pele das oliveiras.
Era Abril
que veio
que ardeu
e que partiu.
Abril
que deixou sementes prateadas
germinando longamente
no olhar dos meninos por haver.
JOSÉ FANHA - POESIA
JOSÉ FANHA - POESIA
O sumo das palavras de José Fanha, no alvoroço das palavras de Nuno Francisco ...
ResponderEliminarAi se eu soubesse quem é o Nuno Francisco...
EliminarTens bom remédio: assina o Jornal do Fundão.
EliminarEra Abril de 74...
ResponderEliminarA Festa foi linda pá
Manda um cheirinho
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É Abril 2013
Bons cheirinhos de alecrim
Urgentes venham sim
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Em Abril há poemas mil!
ResponderEliminarA poesia fica sempre bem para quebrar rotinas!