Estava no aeroporto, quando um empregado africano desses serviços pediu a um piloto para lhe dar uma boleia de avião assim como ao seu colega e amigo. Gostavam de ao menos uma vez, dar uma volta de avião.
O piloto, muito novinho e com falta de experiência disse-lhes que estava bem, um dia quando tivesse que ir voar sózinho lhes daria uma boleia, isto com a intenção de os afastar sem os entristecer. Dias mais tarde, quando o referido piloto ia para experimentar um avião que acabava de ser reparado, os mocinhos apareceram-lhe e perguntaram se era dessa vez que ele os levava. Como o responsável estava mesmo ao lado, perguntou-lhe se os podia levar a pensar numa resposta negativa, só que este disse-lhe que sim, só para ter cuidado. O piloto assentou-se à frente do lado esquerdo como habitualmente e os outros dois, sentaram-se atrás como passageiros. Levantaram vôo, correu tudo tão bem que o piloto admirado perguntou-lhes se estavam a gostar. – O mais aberto disse que sim, que gostava mesmo muito mas o outro, com uma mão à frente da boca disse-lhe: - Shi, sô piloto, para já aí, para já aí, que eu saio já.
O piloto, muito novinho e com falta de experiência disse-lhes que estava bem, um dia quando tivesse que ir voar sózinho lhes daria uma boleia, isto com a intenção de os afastar sem os entristecer. Dias mais tarde, quando o referido piloto ia para experimentar um avião que acabava de ser reparado, os mocinhos apareceram-lhe e perguntaram se era dessa vez que ele os levava. Como o responsável estava mesmo ao lado, perguntou-lhe se os podia levar a pensar numa resposta negativa, só que este disse-lhe que sim, só para ter cuidado. O piloto assentou-se à frente do lado esquerdo como habitualmente e os outros dois, sentaram-se atrás como passageiros. Levantaram vôo, correu tudo tão bem que o piloto admirado perguntou-lhes se estavam a gostar. – O mais aberto disse que sim, que gostava mesmo muito mas o outro, com uma mão à frente da boca disse-lhe: - Shi, sô piloto, para já aí, para já aí, que eu saio já.
Chico
ResponderEliminarPara mim, esta é uma verdade universal, mesmo que muitos corajosos digam que não: andar de avião, não é o mesmo que apanhar o autocarro para os Olivais. De autocarro, não é hábito suarem-me as palmas das mãos ...
Abraço
Uma situação com o indelével toque africano.
ResponderEliminarNa Guiné, fui passageiro de um monomotor ( Dornier ) que viajava do mato para Bissau.
Demos boleia a um homem de etnia mandinga que, claro, nunca tinha andado de avião.
Estava gravemente doente com uma hepatite em último grau. Ia ser levado ao hospital acompanhado de um enfermeiro da tropa.
Entrou no avião, prostrado, de olhar vago, indiferente ao que se passava...
Quando já iamos no ar, foi um castigo para o segurar. Queria sair pela janela.
Só dizia, Mim fica aqui! Mim fica aqui!
Quito,
ResponderEliminarÉ tudo um problema de percepção pois derivado a vários factores, o avião é muito mais seguro que o automóvel. O problema é que se um aeromodelo entrar por uma janela em Nova Yorque como já aconteceu, assim como uma simples emergência bem sucedida de um avião em África, os médias de todo o mundo falam no assunto. Quantos mortos e feridos há por dia em acidentes terrestres que são falados e quantos há de avião? - É mais seguro o avião. Num elevador nos edifiícios altos aonde por vezes vou, se bem que não mostre, tenho medo pois se acontecer um acidente raramente corre tudo bem. Está-se dentro de uma lata de conserva. Passa numa biblioteca ou compra um livro de aviação sobre aérodinâmica e despois vais te rir destes tempos. Se as livrarias não tiverem, os aerclubes devem ter. Se conheceres alguém da FAP ou da TAP, melhor. Passas a viajar descansado, pois o medo é atroz, péssimo companheiro. Para te dar uma ideia melhor, é o mesmo problema de certas pessoas que têm medo de tomar medicamentos quando eles lhes são necessários. Pode haver um erro humano nos dois casos mas o lado positivo supera de longe o negativo, tanto apregoado. Um abraço.
Rui Felício
ResponderEliminarPenso que se fôsse medo do avião transpirava por todos os poros mesmo fraco, perdia as forças, tremia, uma apatia ao que se passa ao lado, tentava segurar-se a tudo, quando ele o que queria era saltar pela janela. Já vivi um caso diferente, se bem que penso que tenha tido o mesmo fundamento. O medo de deixar a sua terra quando notou que o levavam sem saber se voltava. Aí foi a adrenalina. Os doentes apercebem-se muitas vezes do seu estado e portanto, neste caso, provávelmente que preferia estar com os seus. O que vinha à frente para ele era o desconhecido, vazio, sem despedida. Que hoje esteja em paz. O enfermeiro que o tinha a cargo, a intenção era salvá-lo. É assim a vida.
Pois, pois, mas nem vos conto o primeiro voo que fiz.
ResponderEliminarFoi para os Açores!
Nem os olhos mexia com medo de desiquilibrar o avião!!!
Só que no banco da frente ía um garoto que não parava de saltar!
Foi aqui que também me apeteceu chamar a hospedeira e dizer-lhe: ou manda o caraças do miudo estar quieto, ou...nada, porra estavas sobre o mar!
Tomei mais um Lexotan, foi o remédio!
Na chegada aos Açores fiz com o Papa..beijei o chão!
Presentemente já consigo fazer 6 horas seguidas...(mais ou menos drogado, claro) mas nem me falem em mais horas de voo!
Rafael
ResponderEliminarNão me vê mas estou-me a rir com gosto. Logo que possa, vou contar uma passada com um marinheiro. Só não digo quando a publicarei porque por vezes esqueço-me e lá passam mais uns tempos. Fartámo-nos de rir. Ele era uma máquina. Foi o que lhe faltou, foi esse marinheiro como companheiro.