terça-feira, 26 de novembro de 2013

«À Hitchcock» - António Pimpão

A história que se segue passou-se perto de Belmonte.
Um agricultor daquela zona reuniu um grupo de amigos, a quem ofereceu uma arrozada de cogumelos: míscaros, tortulhos ou cepas (boletus edulis) e rapazinhos (cantharelus cibarius).
Dois dos convivas era a primeira vez que iam comer tal petisco, pelo que estavam de pé atrás.
- E se os cogumelos são venenosos?! – perguntou um deles.
- Então eu não os conheço?! Já os como há mais de 40 anos e ainda aqui estou! – respondeu o dono da casa.
- Mas os casos que tem havido são sempre com quem os conhecia e já os comia há muitos anos!
- Se estão assim com tanta desconfiança, então dou um uma colher de arroz a comer ao cão e logo se vê o que lhe acontece.
E assim fez. Passado pouco tempo o cão afastou-se e os convidados começaram a comer, esquecidos dos seus receios.
Decorrido cerca de um quarto de hora o filho do anfitrião chegou a correr, esbaforido, e disse:
- Oh pai! O cão morreu!
Os presentes entraram em pânico e começaram a ver tudo azul e as barbas brancas do S. Pedro ou os chifres e o tridente do mafarrico, pensando que já não iam despedir-se da família.
E continuou o filho:
- O carro passou-lhe por cima. Esmigalhou-o todo!

19 comentários:

  1. Moral da historia:

    Quem come cogumelos do bosque pode morrer...atropelado.

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  2. Com este final não esperava.
    Mas que tem piada tem,sim senhor.
    Só conheço os cogumelos.As outras ervas aromáticas nunca tinha ouvido falar...
    Parola,sei que sou.

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  3. O cão distraiu-se porque estava também a pensar no risco que correu por comer cogumelos.

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  4. Uma histária simples, possívelmente real mas que diluída no tempo me fez rir e deixou-me bem disposto. A São Rosas sempre atenta.

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    1. Se uma pessoa não estiver atenta, pode comer um cogumelo venenoso.

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  5. Sempre ouvi dizer que não se deve comer cogumelos quando se vive à beira da estrada!...

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  6. Não me falem em cogumelos! Dá-me logo azia!
    Há anos atrás uma minha vizinha em Cantanhede, jurou que eu havia de comer um arrozinho de cogumelos!
    Senhor Fernando preparados por mim têm garantia absoluta
    Lá fomos eu e a Celeste Maria!
    Antes de me sentar à mesa já sentia um aperto no estômago e suores frios!!!
    Aqui está o arrozinho de cogumelos! Vá senhor Fernando sirva-se. Vai ver que vai gostar!
    E se tinha pedaços de cogumelo!!!
    Por cada garfada mestida na boca e logo engolida, ía meio copo de tinto! Tinha esperança que o tinto anulasse o veneno!
    Acabei o que estava no prato já meio "tonto"!O tinto era de 13º
    Então vai mais um pouquinho?
    Obrigado, por hoje chega!
    Vá lá, acordei no dia seguinte, ainda meio desconfiado se estava na minha cama ou na cama do hospital!
    Safei-me.
    Mas nunca mais tive coragem de repetir tal aventura gastronómica!
    Pode ser muito bom.Mas é definitivamente uma "angústia para o jantar!
    .

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    1. Não tens mais receio do que eu. Só no ano passado o David Caetano me convenceu a comer aqueles cogumelos cor de laranja (Lactarius deliciosus), facilmente confundíveis com uns que são venenosos. Mas sabendo as diferenças, como foi o caso, comi sem qualquer problema. E se eram deliciosos. Sabes que alguns cogumelos são autênticos bifes (até em tamanho)?

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    2. Garanto-te que nem com esse paleio do catano (para não dizer um palavrão a sério..(.que não me é permitido por código odontológico de ginecologista ), que jamais em perfeita sanidade mental comerei cogumelos!!!!
      Antes provar do molho podre Vietenamita do Alfredo "Nuóc mãm".

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  7. Adenda a esta história, «À Hitchcock» :

    O envenenamento por cogumelos, como é sabido, causa à sua vitima dores insuportáveis, verdadeiramente dilacerantes.
    O cão, porque serviu de cobaia, foi assassinado pelo seu dono, embora de uma forma involuntária.
    O pobre de animal, em absoluto desespero pelo sofrimento que sentia, resolveu suicidar-se para terminar com o sofrimento. A eutanásia não é permitida por lei mas o suicídio não pode ser impedido por qualquer lei....
    Ora aí está...

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  8. A estória dá para rir. Mas é mais séria do que se pensa. Todos os anos lá vão mais dois, três ou quatro. Havia um ajudante de farmácia na Farmácia Universal em Coimbra, que era um catedrático a reconhecer cogumelos. Digo bem, era ...

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    1. Tenho que vos dizer o que me dizia o meu Pai: "A grande maioria das pessoas morre na cama. Não se deitem!"

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  9. Hoje fui almoçar com amigos para comer míscaros. Eles deliciaram-se, eu comi bacalhau cozido...

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    1. Bem... tenho que escrever isto rapidamente porque acabei de comer um arroz de míscaros.
      ahahahahahahahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh!...

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