domingo, 6 de março de 2011

A DOCE AMÉLIA EM VERSÃO "CARLBIANA"

Na nossa juventude, não nesta e sim na verdadeira, todos teremos conhecido alguns "Almeidas". Gabarolas e fanfarrões, artistas e outros aldrabões...
Conheci um que, apesar de ser um bom amigo, tinha muito dessas características reprováveis.
Mulher, ou melhor, "miúda", que se lhe atravessasse no olhar era conquista assegurada.
Eu tive, portanto, o meu "Almeida".
Na "minha tropa", na Base de Monte Real, onde aterrou o Almeida, eu e muitos outros, também aterrou um especialista em imitações. Imitava, com a mesma facilidade, Salazar e Caetano, Amália e Artur Agostinho.
Para ele, imitar uma voz feminina era uma brincadeira de criança.
Não sei, nunca soube, como se chamava. Era conhecido pelo "Papagaio", exactamente por esta sua facilidade em imitar vozes alheias.
O Almeida, numa sexta-feira primaveril, disse-me a mim e a outros amigos mais chegados, que ficaria na Base, que não iria de fim-de-semana. "Tenho aqui um "engate" que não quero perder"...
Segunda-feira, manhã cedo, o Papagaio segredou-nos que tinha sido ele a convidar o pobre do Almeida para um encontro, no sábado, ao fim da tarde em Leiria. "Na Confeitaria Central", com uma morena vestida de verde que por ele estava apaixonada.
Claro que nem morena nem loura, nem de verde ou de vermelho vestida...
Durante toda a manhã, fomos observando, avaliando, os estragos que aquela malvadez teria trazido ao nosso amigo Almeida. Qual quê?! Não se dava por perdido nem achado.
Finalmente, durante o almoço, atrevi-me a perguntar-lhe se tinha valido a pena ter ficado, no fim de semana, na Base.
Que sim! Claro que sim!
Tinha sido espectacular o encontro com a "miúda", perdendo-se mesmo na narrativa de pormenores que nem me atrevo a contar-vos...
O meu obrigado ao Quito por me fazer lembrar estas "coisitas".


21 comentários:

  1. Apesar dos esforços para que o Viana escreva no blogue, ele vai fazendo ouvidos de mercador. Desta vez, lixou-se. Estava atrás da cortina a ver outros "actores" em palco, até que o Rafael lhe deu um empurrão nas costas e eis o Viana, sem querer, desprotegido, na "boca de cena".
    A tropa fandanga é um manancial de estorietas de artistas de grande gabarito. Também o Felicio encontrou desta fauna de artistas, lá para os lados de Penamacor. Já uma vez falei do Azevedo, e do Moreira. Agora relembrei o Almeida. Se me me lembrar de mais algum, contarei a história ...

    ResponderEliminar
  2. Hoje venho gabar o Carlos Viana, não será para apreciar o estilo do vestuário, sempre impecável, mas para o felicitar pelo texto, que me proporcionou uma leitura divertida e ...com estilo!
    O Paulo deu a sugestão de "transformismo", de comentário para postagem e o adm concretizou.

    ResponderEliminar
  3. Ah, grande Administrador! É assim mesmo!
    Isto era mesmo muito mal empregadinho para ficar longe da vista de quem gosta de navegar pelo arquivo do blog.

    ResponderEliminar
  4. Estou cá a pensar vivamente, em me alistar no exercito ! É que assim, daqui a uns anitos, também eu teria estórias da tropa para vos contar...misturadas com um pouco de alzhaimer... !

    ResponderEliminar
  5. Se fores para a tropa eu realisto-me! É que no meu tempo eram só gajos... uma miséria...
    E agora até iria como tenente, acho eu...

    ResponderEliminar
  6. Estão-me a puxar pela língua e uma pessoa não se aguenta. Em miúdos está bem pois é o tempo das ilusões mas já na tropa, admiro-me destes Almeidas e ainda para mais chegarmos a esta digna idade mantendo a mesma conversa, como no primeiro caso. Bem, na minha tropa o único Almeida na Ota casou com uma lavadeira. Ele era a primeira recruta... Na Beira, não houve Almeida mas sim realidade. Um dia de manhã acordamos e vimos uma cama muito larga e alta. Lá fomos ver e era um colega nosso com uma "bifa", rodesiana. Dormiam tão bem que nem notaram o que se estava a passar pois tinham feito uma farra bem acompanhada e estavam quentinhos. Como entraram, ninguém soube e nem ele foi capaz de se lembrar pelo que dizia. Avisados os oficiais e sargento de dia, os sentinelas, a menina saíu em peso com imensa dificuldade pelo arame farpado que dava para um jardim público enquanto ele continuava a dormir. Ficou sentada num banco e depois seguiu de taxi. Enfim, tempos que passaram e não esquecem.

    ResponderEliminar
  7. No comentário das 17:19, aonde se lê oficiais, leia-se oficial. As minhas desculpas. De notar que ela ia acordando/adormecendo e não reagia.

    ResponderEliminar
  8. Já o tenho dito e redito, mas o nosso Biana faz ouvidos de mercador. A escrita dele, com sotaque nortenho, é do melhro que tenho lido.
    A propósito deste mesmo texto, uma vez mais, eu lamentava que ele escrevesse, na penumbra do back office, sem vir levar de chofre com as luminárias da ribalta.

    Felizmente que o Rafael lhe deu o empurrão pelas tarseiras que de há muito andava a precisar...

    ResponderEliminar
  9. Até a Doce Amélia, temperada pelo plácido olhar e pela postura compenetrada do Carlos Viana, nem assusta tanto.

    ResponderEliminar
  10. Logo vi que o Biana também andou nestas sacanagens estilo Quito doutros tempos!

    ResponderEliminar
  11. Boa Viana.
    Não te "escondas".
    Um abraço.

    ResponderEliminar
  12. Duas postagens seguidas com esta cara "laroca", é o máximo!
    Mas o comentário agora de "fraque e casaca" do Viana(comprado pelo ADM, a descontar nas ajudas de custo), está com o nível que lhes davam a patente que tinham na guerra e que passeavam pelas tabancas!!!!
    Boa literatura que dá para desopilar o fígado!

    ResponderEliminar
  13. Dois companheiros de tempos idos, aqui aportados, me trazem a este comentário: o Chiquinho Torreira da Silva, da escola primária, pela sua caligrafia; o Carlos Viana, das lides militares, pela capacidade (que poucos conhecem) de arromançar os seus escritos.
    Um abraço para ambos.
    Pedro Martins

    ResponderEliminar
  14. Pedro Martins

    Em adulto, já me falaram da minha caligrafia que agora anda um "pouco" tremida. O computador é fantástico. Mas de miúdo, és a primeira pessoa. Nessa altura sempre pensei que era um zero.
    Obrigado
    Um abraço.

    ResponderEliminar
  15. Ilustre ADM,
    Quero preveni-lo, com a minha habitual frontalidade, que será processado por abuso do poder.
    Alguns dos seu colaboradores não ficarão fora desse processo. Tráfego de influência, será a acusação.

    É bem verdade que suavizará o pedido de indemnização que tenciono exigir, o facto de me terem colocado ao lado da Doce Amélia.
    Sinto-me um autêntico Gary Grant!

    Para todos, um abraço.
    Obrigado pela vossa amizade.

    ResponderEliminar
  16. Finalmente o Viana saltou para a frente pela mão do Castelão que lhe deu um empurrãozito.
    Eu bem sei que tem uma forma única e muito especial de escrever.
    O problema é a falta de tempo. As insónias atormentam-no até altas horas e as manhãs passam tão depressa que a hora do almoço aparece mal se levanta.
    A tarde, bem, há sempre tanto que fazer que pouco tempo mais lhe resta.
    Mas quando ele quiser … quem é que o segura?
    Um abraço

    ResponderEliminar
  17. Espero que alguém o segure nesse ímpeto... de nos processar a todos.
    Viana da Bicicleta (não és o Viana da Mota, pois não?), deixa-te de merdas e começa a escrever uns posts!

    ResponderEliminar
  18. O que Viu A Ana escreveu aqui qualquer coisa mas pelos vistos arrependeu-se...
    Salta, rapaz, que Eros protege-te!

    ResponderEliminar
  19. Há erros dos quais nem Eros nos protege!
    Só os amigos os desculpam, que é o caso.

    Prometo, solenemente,que não vou ser indiferente
    aos vossos sinais, "empurrões", para enfrentar as luzes da ribalta ou a boca de cena ( veja-se Quito)
    Se por um lado me inibe a consciência de que não vale muito aquilo que escrevo, por outro lado, começa a ser difícil que não aceitem esta minha opção de andar pela penumbra do back office ( veja-se Rui Felício...)
    Começo a recear que esta minha opção se possa
    confundir com um qualquer imbecil complexo de superioridade, de distanciamento, de sobranceria...
    Que seria a última coisa que eu quereria que pensassem deste murcom.
    Um abraço.

    ResponderEliminar
  20. Não tem nada a ver com isso e sabes bem, camarada, pá (desde que os Homens da Luta ganharam o Festival que só me sai isto).
    A malta quer é a tua companhia no campo de jogo, não só na bancada.

    ResponderEliminar
  21. Ainda a propósito dos "Almeidas", será oportuno trazer aqui parte de um texto de uma comédia de Plauto, que viveu nos séculos III e II ANTES DE CRISTO (!)- "O Soldado Fanfarrão": « ...Agora, que por esta razão vos viestes sentar neste sítio festivo, vou dizer-vos o argumento e o nome da comédia que vamos apresentar. "Alazon" é o nome desta comédia ... . Esta cidade é Éfeso; aquele soldado é o meu amo, o que saiu daqui para o Forum, fanfarrão, desavergonhado, um lixo, feito de perjúrio e de adultério. Diz ele que todas as mulheres o perseguem. Mas, por onde passa, todas troçam dele».
    São muito antigos! E soldados!
    Rui Barreiros.

    ResponderEliminar