quarta-feira, 2 de março de 2011

Vento e seus efeitos


Na placa octogonal do primeiro poste em cima, a palavra escrita não é stop. É a palavra Arrêt pois no Quebec, "on dzit" que a pureza da língua não tem preço.

9 comentários:

  1. Não me vou meter por caminhos que desconheço. Será que o novo acordo ortográfico, defende a pureza da nossa língua ? Não sei. O que sei, é não consigo escrever "atual", "direção" ou quaisquer outras novas formas de escrever muitas palavras.
    Talvez consiga ....com o tempo..
    Um abraço para o Canadá ....

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  2. Meu caro Chico Torreira,
    Não me parece grave que um povo, por influências seculares de outros povos, introduza na sua linguagem neologismos.
    No Quebec manteve-se o "arrêt" não cedendo à influência inglesa. Fizeram bem, respeite-se a decisão.
    Por cá, cedemos à influência e adoptamos o stop como palavra integrada na língua portuguesa.
    Penso que, daí, também não vem nenhum mal, nem ao mundo nem à língua portuguesa.
    Isto é, nós decidimos que stop é português e... stop!
    Para mim o que se passa de grave, de muito grave, são as alterações feitas à língua portuguesa por decisões externas.
    O chamado acordo ortográfico ( digo assim porque não foi um acordo mas sim uma negociação que só serviu os nossos irmãos brasileiros )
    obriga os portugueses a rebuscarem a vontade e a necessidade de voltarem aos bancos de escola.
    Sou um privilegiado porque, não tendo vontade, também já não tenho necessidade...

    Note-se a contrariedade do Quito.
    Bem o compreendo. Ele diz: "talvez consiga..."
    Eu digo que não me apetece estar para isso.

    Abraço aos dois.

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  3. Quito
    O que teve piada foi a neve colar-se na vertical, pois é necessário um equilíbrio muito grande entre um certo tipo de neve, de temperatura, vento sufiente e não mais, para que tal tenha acontecido. Por aqui há muita neve mas deste tipo nem sempre.
    Quanto à nossa língua é uma situação inversa. O país com maior população e situação económica idêntica ou superior, tem tendência a apropriar-se do comando da língua. Ora nós não aceitamos tal em relação ao Brasil e relativamente próximo em relação a Angola. Mais umas décadas. Aqui aceitam-no pois têm orgulho de serem diferentes do resto da América do Norte e tudo fazem para manter o francês. Há no entanto um grande número de pessoas que ainda estão arreigadas à língua falada no tempo colonial, mais precisamente anterior às reformas de Napoleão. Como várias vezes empregas palavras francêsas, deves ter notado que escrevi como lêm o verbo na terceira pessoa: dzit mas escrevem, dit. Na vez de toi, dizem tué (tuê), etc.
    Os brasileiros em ralação à gramática, utilizam-na por vezes como os nossos antepassados.
    Temos um caso no nosso país com os açoreanos que derivado à colonização francessa a que estiveram sujeitos, há sítios como em Rabo de Peixe em que escrevem em português homem e lêm home, do francês homme. Assim como muitas vezes não lêm a consoante final como no françês "nan querem lá vêê". É muito giro como actuamos e reagimos interiormente a estas formas de ser. Por enquanto, vamos deixando cair as letras para bem dos nossos dedos. Bem, não vou ser mais maçudo.
    Um abraço.

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  4. Carlos Viana

    O "Arrêt" no Quebec é uma questão de base histórica e hoje muito derivado à posição geográfica desta província. Histórica porque eles para a França e Inglaterra, não contavam. Sempre que uma delas perdia uma guerra contra a outra, entregava o Quebec. Assim os naturais daqui, só nos últimos anos começaram a aproximarem mais da França derivado ao meio artistico, pois pensavam que foram sempre traídos. Hoje é geográfico porque se sentem cercados de ingleses por todos os lados quando no pasado o Canada que era só francês, ia da Terra Nova até ao golfo do México. Quebec foi o nome que os Ingleses atribuíram a este canto. Ainda hoje existem os estados de Vermont e Louisina nos EU com pessoas e comércios com muitos nomes franceses mas que não falam francês. Por isso lutam por todos os meios para manter o francês na América do Norte, pois dentro de Montreal há cidadezinhas inglesas aonde se vê o sinal de "STOP". Na própria França usam muito o "STOP".
    Quanto ao português penso que o que escrevi no comentário para o Quito diz tudo do que tenho visto e ouvido por estes lados. Aqui ainda há muita gente que fica admirada quando digo que o brasileiro fala português porque os dicionários que se vêm à venda nas livrarias locais, são de brasileiro/Inglês ou /francês. No entanto o brasileiro tem orgulho de dizer que fala português, por aqueles com quem tenho falado. Também notei que gostamos de ouvir falar os brasileiros e eles gostam de nos ouvir falar. É por isso que o mundo se não tomba.
    Quanto a nós, vamos deixando cair umas letras como disse acima.
    Um abraço.

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  5. Já não será no meu tempo...mas com tanto acordo, sempre em desfavor do português, lá chegaremos à velha frase de "prêtuguês"(o nome não é invenção minha)
    O melhor de fato é eu vestir o fato novo e ir bugiar para outro lado!

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  6. Dom Rafael,
    Terás de vestir o "terno" que, em português do Brasil, se traduz por fato.

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  7. Rafael

    No prêtuguês já temos vários tipos de crioulo. Só falta o nosso! Estamos no entanto quase a entrar no "joal", que se trata de uma mistura de português com inglês e aqui já é muito falado com a mistura de francês/inglês. Não esqueçamos o português das prisões e o que mais adiante se verá.

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  8. Olha Chico, eu nem leio STOP nem ARRÊT...apenas vejo neve, bem branquinha e fresca!

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  9. Celeste Maria

    Tem toda a razão. Nós é que somos obrigados de descobrir o que lá está pois o shui não perdoa.

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