segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Açucenas


Açucenas
Sei de um pequeno pedaço de terra na serra da Lousã onde nascem açucenas. Ao lado há um bosque que convida a intimidades. Será que os líquenes sobre as pedras ainda guardam a ternura dos teus dedos? Será que o vento ainda viaja pela serra com as nossas palavras? Lembro-me que pegaste numa açucena e a puseste no cabelo a lembrar-me que os amantes são sempre ingénuos e gostam de lugares-comuns. Não fora o peso do Tempo e sentiria ainda o mesmo calor, apesar do vento frio que anunciava o Inverno prestes a chegar. Porque pesa o Tempo? Porque murcham as açucenas?

Manuel Bastos

in "Cacimbo"

2 comentários:

  1. Prosa ainda mais bonita do que as vermelhas açucenas!

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  2. Boa prosa o que não admira sendo seu autor Manuel Bastos!

    De açucenas e rosas misturadas
    não se adornam as vossas faces belas,
    nem as formosas tranças são daquelas
    que dos raios do sol foram forjadas

    parte de um poema de autor identificado:net

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