quinta-feira, 23 de setembro de 2010

A Da. Miséria passou por mim.

Estava muito bem a tirar uma fotografia, quando comecei a ouvir o cantar das rodas de um carro de mão à distância. Conforme o barulho se aproximava, cada vez mais penetrava nos meus ouvidos, impondo-me a cadência do barulho de um carro de supermercado que vai pesado.

Aproximei-me do passeio e pude ver a Da. Miséria número um levando às costas os seus haveres, aceitando a vida como ela se lhe apresenta, indiferente ao que a rodeava. Os auscultadores nos ouvidos que apanhou ou que alguém lhe deve ter oferecido, a cantarolar e a acompanhar a música com a cabeça. Embrenhada nos seus pensamentos, amorfa ao que a rodeava, numa marcha sem fim, lá seguiu mergulhada numa alegria que só ela é capaz de viver.

8 comentários:

  1. Um quadro do quotidiano...universal!
    Sem pretender dizer "viva a pobreza",o aforismo
    popular "pobrete mas alegrete" encaixa-se lindamente aqui...

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  2. Pois, Olinda.Uma chaga social universal. Gastam-se biliões em armamento, muito núclear, e cava-se um fosso entre as fortunas exorbitantes e os desgraçados. No meio disto tudo, há aqueles que anónimamente vão ajudando os mais desfavorecidos, ou seja, substituem-se ao papel que tinha que ser do Estado. De qualquer Estado, não só do nosso. Parece conversa, morna mas não é.

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  3. Também por NY...infelizmente!!!

    Um mundo feito de muitos "contrastes"!!!

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  4. É bem verdade. Já no outro dia tinha lido um artigo do Rui Felício sobre o assunto. São de factos artigos em que a base é a mensagem, como se fala muito por estes lados. Do quotidiano universal; passando-se esta amostra quase sem valor na realidade profunda da verdadeira miséria do dia a dia, num dos países apontado em todo o mundo como dos mais evoluídos socialemente, que andam sempre a ajudar os outros e dentro não resolvem os seus problemas, dá para pensar. No entanto, casos como este, o problema é que a miséria é cerebral pois são pessoas que se põe fora do sistema e não aceitam ajudas. Mesmo para lhes darem um casaco ou saco de dormir no inverno, tem de ser através dos benévolos porque se pensam que é alguém conetado com os organismos oficiais, desaparecem. A outra, é a dos drogados e não aconselho ninguém a procurar ver sem ser inicialmente acompanhado por quem está habituado por vários motivos; incluindo o da segurança pessoal. O problema, é que desde que não haja crimes, está sempre o "direito dos homens" de permeio. Não sou contra ele, bem ao contrário, mas em certos casos traz os seus problemas. O J. Leitão tem muita razão. NY tem de facto muitos locais fulcrais na miséria sem falarmos nas "catacumbas" do seu metro. Contraste, egoísmo, hipocrisia, tudo incluído dá uma péssima refeição.
    Uma nota muito diferente vai para os voluntários de todas as igrejas deste mundo. São Eles que estão sempre na primeira linha numa causa que sabem perdida e sempre a recomeçar, aonde conseguir entregar no inverno gelado um casaco, umas calças ou saco de dormir na esperança que venham a ser utilizados, é a maior alegria que podem ter.

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  5. ...miséria é também aqui aa internet 1 £ 5 minutos.
    Vou fugir!

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  6. Isto é que vai uma vida...! Tal vai a miséria que até "Gente rica & Célebre" tem que dar o salto!

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