Surpreso, hoje de manhã bem cedo, vejo os telejornais abrirem todos com uma notícia sobre o nosso Bairro.
Os repórteres recolheram imagens inesperadas durante a noite de sábado para domingo.
Segundo essas notícias, passava das duas da madrugada quando subitamente as persianas subiam nas janelas e as luzes se acendiam em todas as casas do Bairro.
Os padeiros e pasteleiros suspenderam o seu trabalho e vieram para a rua, cara enfarinhada, os dedos pegajosos do fermento, como fantasmas brancos no breu da noite.
Os polícias de patrulha pararam o carro junto ao Samambaia e, incrédulos, coçavam a cabeça sem saberem bem o que fazer.
Um casal de jovens interrompeu o seu acto de amor, assomando ambos seminus à janela do quarto.
E na casa ao lado outro. E mais adiante, outro!
Este último já não tão jovem...
O Eloi, revivendo velhos tempos, postou-se debaixo de um poste de iluminação com um livro aberto, teorizando com o Abílio e o Carlos Viana sobre utópicas soluções para o Mundo.
Um bêbado estacou junto ao Centro Norton de Matos, primeiro invectivando, cambaleante, depois aplaudindo aquilo a que estava assistindo, na dúvida sobre se eram os vapores do álcool se a realidade.
O Rafael, que ainda não dera conta do burburinho, foi alertado pela Celeste e interrompeu os seus preparativos para o Almoço do GEG de 23 de Outubro. Vieram ambos até à esquina da Rua Infante Santo observar o que se passava.
Todos ouviam, deleitados, os trinados de quatro tenores, liderados pelo Gaspar, que, a plenos pulmões, cantavam na varanda do Centro.
O Tonito Dias, que se dirigia a casa depois de um dia de grandes emoções, esticava o pescoço por baixo da varanda, ouvindo a serenata dos quatros tenores.
De repente, sem que nada estivesse combinado, todo o Bairro irrompeu num forte e continuado aplauso, no momento em que os tenores, assim cantavam:
Os repórteres recolheram imagens inesperadas durante a noite de sábado para domingo.
Segundo essas notícias, passava das duas da madrugada quando subitamente as persianas subiam nas janelas e as luzes se acendiam em todas as casas do Bairro.
Os padeiros e pasteleiros suspenderam o seu trabalho e vieram para a rua, cara enfarinhada, os dedos pegajosos do fermento, como fantasmas brancos no breu da noite.
Os polícias de patrulha pararam o carro junto ao Samambaia e, incrédulos, coçavam a cabeça sem saberem bem o que fazer.
Um casal de jovens interrompeu o seu acto de amor, assomando ambos seminus à janela do quarto.
E na casa ao lado outro. E mais adiante, outro!
Este último já não tão jovem...
O Eloi, revivendo velhos tempos, postou-se debaixo de um poste de iluminação com um livro aberto, teorizando com o Abílio e o Carlos Viana sobre utópicas soluções para o Mundo.
Um bêbado estacou junto ao Centro Norton de Matos, primeiro invectivando, cambaleante, depois aplaudindo aquilo a que estava assistindo, na dúvida sobre se eram os vapores do álcool se a realidade.
O Rafael, que ainda não dera conta do burburinho, foi alertado pela Celeste e interrompeu os seus preparativos para o Almoço do GEG de 23 de Outubro. Vieram ambos até à esquina da Rua Infante Santo observar o que se passava.
Todos ouviam, deleitados, os trinados de quatro tenores, liderados pelo Gaspar, que, a plenos pulmões, cantavam na varanda do Centro.
O Tonito Dias, que se dirigia a casa depois de um dia de grandes emoções, esticava o pescoço por baixo da varanda, ouvindo a serenata dos quatros tenores.
De repente, sem que nada estivesse combinado, todo o Bairro irrompeu num forte e continuado aplauso, no momento em que os tenores, assim cantavam:
“Parabéns a você, nesta data feliz (...)
E para o menino Tonito, uma salva de palmas!”
( NOTA: Quem vive no Bairro, sabe que esta história não é ficção. Passou-se! Se não foi exactamente assim, andou lá perto... )
Rui Felício
E eu em Quiaios!... Tanto que eu gostaria de ter participado! E garanto-vos que se lá estivesse, também cantava e não deixaria que ninguém dormisse... Até o D.Fernando Rafael com seguiria ouvir sem o "passo nº1"...
ResponderEliminarQue clarão! Com a descrição de todos os intervenientes, até pude ver o que se passou... O nosso Bairro tem qualquer coisa de diferente. Que pena não ter lá estado. Até começo o dia com um positivismo diferente.
ResponderEliminarEu fiquei bloqueado por instantes (parei completamente)caí em mim, e Siga a Marinha.
ResponderEliminarMais uma, que fáz parte da minha vida.
Um Abraço.
Tonito.
É a primeira serenata que eu vi em que o/a destinatário/a está na rua e o(s) cantor(es) na varanda...
ResponderEliminarOs tempos e os costumes mudaram, mas o Bairro não perdeu a sua matriz. Não há outro igual em toda a cidade...
Coisa fina, coisa rara, coisa assim nunca vista, coisa assim vamos lá, coisa única mesmo.
ResponderEliminarFoi um grande rabalhão.
Abílio
Não é ficção!
ResponderEliminarTudo o que está descrito passou-se mesmo assim!
Eu e a Celeste Maria, que estavamos a contar um a um os já 280 inscritos e a ver se será necessário levar 2 ou 3 CAMINHETAS,pois duas estão praticamente cheias, ficámos a meio da contagem, pois o "harmonioso" e o "melidioso" barulho sonoro que vinha da rua despertou-nos a curiosidade, não resistimos e fomos até junto dos pasteleiros da Vasco da Gama, que estavam na rua, o Reloi já estava debaixo do poste(por sinal aquele onde são afixados os pregões dos funerais!(apenas uma coincidência), os policias ainda não tinha chegado...e lá ESTAVA O TONITO, completamente bloqueado(com a garganta seca...), a ouvir aquele momento maravilhoso, que vai perdurar na sua memória como um dos "ramalhão" "mais altamente",que este singular BAIRRO lhe porpocionou!
O coro ocupando toda a varanda do Centro Norton de Matos e que tinha como Tenor Principal,o Paulo Gaspar e os 1ª, 2ª e 3ªvozes Miguel Rocha, Mário Reis, Luis Pedro; Guilherme Faustino e Teixeira(reforço que veio de Lisboa especialmente para este momento de rara beleza), interpretou de forma brilhante " Os PARABÉNS A VOCÊ"(sendo que o você era o boquiaberto Tonito"!
As dezenas de curiosos quer na rua, quer na janelas dos prédios em volta,acompanharam a plenos pulmões a parte final"PARA O MENINO TONITO UMA SALVA DE PALMAS"
Tonito emocionado,mas pouco perceptivel, pois tinha a garganta seca, subiu ao Bar do Centro para cumprimentar tão brilhante coro e...humeder a garganta com mais um "finito"!
Minutos depois tudo regressou á normalidade, não sendo preciso os agentes da autoridade fazer registo de qualquer ocorrência!
Por esta e outras,gosto tanto de vocês.
ResponderEliminarParabens a todos.
Ainda bem que há testemunhas que confirmam o acontecimento.
ResponderEliminarQuando relatei a ocorrência ainda fiquei na dúvida se iriam acreditar, embora quem me conheça sabe que tudo o que escrevo assenta em factos reais.
Lamento, porém, que o casal jovem que veio à janela em trajes menores ainda não tenha assumido a sua presença que deu um especial colorido à festa...
Esclareço que eu não estava em Coimbra e por isso não assisti a nada. Soube-o hoje pelos telejornais.
Que maravilha!!!!
ResponderEliminarQuem me dera ter tido oportunidade de ver...e ouvir.
E imagino a emoção do Tonito... E ninguém tirou uma fotografia ao fotógrafo aniversariante?
Parabéns a quem teve essa iniciativa.
Bjs
Romicas
Não houve fotografias porque havia um cartaz no poste onde estava o Reloi que dizia:"acomissão espontânea, avisa que não podem ser feitas captação de imagens, seja por máquina fotográfica ou de filmar!
ResponderEliminarAs respectivas máquinas estão sujeitas "a reboque" pela polícia que se encontra no local!
Estava eu convencido que no sábado, pelas duas da matina, estava eu a ouvir um concerto do Pedro Abrunhosa e a mastigar um delicioso paio de porco preto acompanhado com um tinto de alta categoria made in Évora.
ResponderEliminarMas não!
Rui Felício põe-me no devido lugar, enfia-me debaixo dum candeeiro discutindo utopias com o Elói e com o Abílio.
E dando vivas ao meu amigo paparazzi Tonito...
Mas que deve ter sido uma alta serenata, lá isso não duvido.
E que o Felício não perde oportunidade para exercitar a sua imaginação e nos deliciar com as suas histórias, também é verdade.
Grande abraço.
Carlos Viana.
Tive ontem a oportunidade de ouvir esta estória veridica pela boca do aniversariante. Aquela de passar por debaixo da varanda e ouvir cantar os parabéns e julgar que eram vozes do além foi de ir às lágrimas. "Tive um dia "pesado", dizia o Tonito, mas quando vi os gajos na varanda entrei logo e fomos beber mais umas cervejas. Perguntei-lhe então se tinha dado com a porta de casa ou se se se tinha enganado e acordado de manhã na cama de alguma vizinha, mas desmentiu e diz que aterrou na cama certa...
ResponderEliminarClaro que desmentiu!
ResponderEliminarMas ao fazê-lo, o Tonito acabou por confessar o que acabava de desmentir.
Sim, porque a cama dele não é a cama certa!
A cama certa foi outra. Penso eu de que...
Encontrei-o,rua de Moçambique abaixo,emocionado, olhos brilhantes, perplexo, com o ego bem em cima.
ResponderEliminarÓ moça, nem sabes o que me aconteceu!
Assustei-me.Que foi?,Que foi?
Porra, com licença da moça, parecia magia...
Vinha na passadeira e vá lá pá,ouço a cantar os parabéns, mas aos berros, embora os gajos até cantassem afinados!
Só no nosso Bairro...
Tenho de falar ao homem das letras!