Passei a tarde a pensar no tema a que me dedicaria.
Garanto que,longe de mim,estava o futebol e a Noruega.
Mas acabei por me fixar numa pequena história,já muito velha,com origem na nossa Académica.
Por isso,lembrei-me do bacalhau.Belíssimo espécime,príncipe dos mares da Noruega.
Lembrei-me da melhor exibição que vi,até hoje,de um guarda-redes de futebol.
Defendia as redes da Académica e,ao tempo,nem sequer devia ter direito à laranjada.
Chamava-se Ramin.
Desconheço quem seja o autor da fotografia.Rapinei-a na net.
Os mocitos da minha idade,certamente,conseguirão identificar os "pretos".
E,sabe-se lá porquê,quando me lembro de Ramin associo sempre o bacalhau...
Bem a propósito.
ResponderEliminarFoi mesmo uma grande paixão deste nosso Brioso Guarda redes Ramim.E de grande nível!
A senhora não sei que outro nome tinha...mas era Bacalhau!
Na foto penso que será o WWilson e o Pérides( ou Rui Rodrigues?)...Será?
Wilson e Peridis, estou quase certo que são os companheiros da fotografia.
ResponderEliminarO Ramin era um galã que se passeava pela Praça da República montado na sua lambretta, as meias brancas a aparecerem de dentro dos sapatos bem engraxados.
Era um guarda-redes espectacular. Diziam-se que muitas das suas acrobáticas defesas eram feitas com os olhos virados para a bancada onde ele sabia que havia uma pessoa para si especialissima que o observava.
Que raio! Também eu não sei porque digo isto e penso em bacalhau...
O Ramim foi dos melhores G.R da Briosa. Elegante na baliza, tinha os reflexos de um gato. A estória do bacalhau ...vem da "bacalhôa", a sua atraente namorada, filha de um próspero industrial de Aveiro que tinha navios bacalhoeiros. Passeavam-se os dois em Coimbra de lambreta ....
ResponderEliminarA versão que então corria não coincide com aquela que o Quito deu.
ResponderEliminarConstava que a "Bacalhoa" era assim designada por causa da Clinica do Dr. Bacalhau ali para os lados do Liceu D. João III.
Ou seriam más linguas? ( Estas sem serem linguas de bacalhau, obviamente )
Rui
ResponderEliminarPoderás ter razão. Mas, pelo que sei daqueles tempos, o bacalhau tinha saias. Deu brado em Coimbra ...
Lá isso tinha! Lá isso deu!
ResponderEliminarMas não por ela ser filha de um armador de Aveiro ( versão soft ), mas sim por ser mulher do dono da tal Clinica ( versão hard )
Cada vez me convenço mais que a tua versão é que deve ser a certa. Mas os boatos na época eram muitos. Certo ... certo eram as grandes defesas do Ramim. Entre os postes e aos pés da "bacalhôa" ....
ResponderEliminarÉ o Pérides.
ResponderEliminarQuanto à "bacalhoa",pelo que me lembro,o nome deve-se ao Dr.Bacalhau(patrono da mocinha).
Tens razão Rui, era filha do Bacalhau Doutor.
ResponderEliminarEra um Avião com direito a porta Aviões.
Tonito.
Filha não, Tonito...
ResponderEliminarEra a mulher dele!
...ai era ???
ResponderEliminarO Rui Felício tem razão. Vi-a sentada na lambretta do Ramim, o nome que lhe davam está correto com o do referido proprietário e não tinha idade para ser "filha". Era. Era. Foi o guarda redes que me deu o gosto de me distrair às balizas de várias modalidades, logo que houvesse uma bola lá estava eu. Ainda hoje o recordo com muita saudade. Era expetacular. Não sei se já partiu. Recordo-me da jogada anterior do célebre golo que deu a vitória de 1-0 à AAC contra o Benfica, com golo do Faia a um minuto do fim: foi uma grande defesa do Ramim ao seu lado esquerdo, que estava nos postes com as costas viradas para o Bairro. O golo fez esquecê-la. No entanto, o guarda-redes que quando se lançava em vôo, tinha uma flexibilidade extraordinária e que ao cair tocava com uma leveza no terreno de uma forma fora de série, de todos os que vi, foi o Manito. Acertaram: Wilson e Pérides, o primeiro do meu tempo. Recordar é viver.
ResponderEliminarNo jogo que o chico refere,nunca mais esqueço uma bomba disparada pelo Palmeiro Antunes a menos de 2 metros do Ramin.
ResponderEliminarEste,instintivamente,lançou-se e mandou para canto.
O golo do Faia também é dos que não se esquecem!
Já agora...
ResponderEliminarLembro-me de um jogo com o FC Porto, no Calhabé, em que a Académica não podia perder senão descia de divisão.
O jogo acabou empatado a zero, mas nos últimso minutos o Hernâni, isolado, manda a bola em arco por cima da cabeça de Ramin que se tinha adiantado no terreno. Parecia que ia dar golo. Mas o Ramin, num voo espectacular e com um golpe de rins extraordinário, foi agarrar a bola já depois de ela lhe ter passado por cima.
Garantindo a permanência na 1ª Divisão!
Quem assistia a todos os jogos do F.C.Porto, em casa e fora de casa, era a mulher do Hernâni.
ResponderEliminarFicaram conhecidos os seus incentivos ao marido, durante os jogos:
Mexe-te Hernâni! Anda, cabrão!
Chuta, corno!
Não sei se era ingenuidade ou se havia fundamento...
Farto-me de rir.
ResponderEliminarTens boas razões para te rir Chico... cá pela minha parte tenho enchido o papo. Andei 6O anos para descobrir que a Bacalhoa do Ramim punha os palitos ao Bacalhau !!!
ResponderEliminarPor vezes,a memória de um velho é traiçoeira,sobretudo quanto a datas e nomes.
ResponderEliminarLembro-me(oxalá esteja enganado) que a última vez que ouvi falar do Ramin foi alguns anos mais tsrde.
O Ramin teria sido gravemente ferido na guerra colonial e estava no Hospital Militar com o corpo completamente esburacado.
Não faço ideia se isto é verdade,nem tive mais notícias.
Mas que grande Açorda de bacalhau" práqui vai!!!
ResponderEliminarE pelos vistos nem os palitos faltam!
É natural já li ali para cima que até há alguém a chamar cabrão e corno (desportivos), claro!
Continuo a rir-me. Vamos a ver quais são os próximos comentários quando voltar. Isto é que foi um ARTIGO. Bem Hajam.
ResponderEliminarÓ Chico querias mais bacalhau?
ResponderEliminarPor mim e depois daquela bacalhoada com grão e duas pucheiras de tinto que eu, o Quito e o Tonito limpámos no Norton, vou-me ficar por aqui, não me vá ficar ainda alguma espinha cravada na garganta!
Este tinha algumas espinhas!
O do Ramim por ser do sexo feminino nem espinhas tinha!Eram só "lombinhos"!
Tenho-me visto aflito para por a leitura em dia.
ResponderEliminarNem me atrevo a por a escrita em dia...
Mas, deixem-me que vos diga que hei-de conseguir!
Parei por aqui e não resisti. A versão do Rui Felício é a real. Juro-vos!
A história que o Felício conta em relação à mulher do Hernâni também tem fundamento. Conheço-a, contudo, numa outra versão. Ela insultava os "outros" jogadores do FCP.
"Chuta, Carlos Duarte, cabrão de merda!": "Jáburu, preto dum cabrão, chuta à baliza":
"Oh Pedroto, estás à espera de quê? Mete o pé, maricas do carago"
Nem o guarda-redes do Porto lhe escapava aos carinhosos insultos. Barrigana, que fisicamente se poderia comparar ao Capela e não ao Ramin, também levava a sua dose sempre que sofria um golo. "Corno de merda. estás a dormir ou quê?!"
Era mais ou menos assim.
Quanto ao Ramin, com mais bacalhau ou menos bacalhoua, foi um dos melhores guarda-redes que vi jogar.
Grande gajo, provando que os homens não se medem aos palmos.
Carlos Viana.
Carlos vai com calma que a escrita há-de ficar em dia!
ResponderEliminarO teu toque "Nortenho" está aqui bem representado, CARAGO!
Ramin, filho de pais luso/italianos, em 2007 habitava na Ilha da Madeira, estando muito bem visto no meio.
ResponderEliminarTambém ando a pôr a leitura em dia como o Carlos.
ResponderEliminarValeu a pena ler o artigo e os comentários.
Oh! o que se aprende...