quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Terra Nova - Pesca à linha....





"Os homens classificam-se em três espécies: os vivos, os mortos e os que andam no mar", escreveu Arquiloco, o grego antigo. E o velho poeta nem conhecia a pesca do bacalhau à linha f
eita por um pescador num pequeno barco, verdadeira casca de noz. Eram os dóris.

Cada veleiro (lugre) funcionava como navio-mãe e, chegados aos pesqueiros, dele saíam os dóris (a remos e vela), cada um com o seu homem, o isco, a refeição e os apetrechos de pesca. Regressavam com o barquito cheio. Depois os pescadores tinham de descabeçar, escalar e lavar o bacalhau que seguia para a salga no porão.

"A vida de bordo era dura, cheia de contratempos e o que nos fazia andar lá era a remuneração que era um pouco melhor que em terra", recorda Vitorino Ramalheira, o último capitão a comandar o Santa Maria Manuela (SMM) à vela nos mares gelados da Gronelândia e Terra Nova. O homem que navegou três anos como capitão do SMM recorda, com tristeza, a perda de um pescador no mar. Com os botes carregados, se o tempo piorasse, os pescadores viviam momentos de grande sobressalto. "Eles não tinham meios de salvação. Se o dóris ia ao fundo eles afundavam na água gelada e não tinham possibilidade de sobrevivência", conta ao DN.

"Quando entravamos na faina da pesca, propriamente dita, tínhamos duas preocupações: uma era carregar o navio e a outra era não perder ninguém", revive, emocionado, Vitorino Ramalheira.

O testemunho desta faina está patente no Museu de Ílhav.



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4 comentários:

  1. Convivi durante um certo tempo com um ex-pescador do bacalhau na terra nova. Lembro-me de ele me dizer que o que mais temia, era a mudança brusca do tempo e o nevoeiro. Tanto num caso como no outro, seguiam o tocar da sineta para voltar ao bacalhoeiro, se ainda a ouviam.

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  2. Todas as postagens SÉRIAS e credíveis têm interesse!!!

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  3. Falando de Terra Nova e de acordo com o J. Leitão, aqui fica uma notazinha do passado dos portugueses que já por aqui andam há cinco séculos. Quando Samuel de Champlain, nos primeiros anos de mil e seiscentos chegou a Tadoussac perto da foz do rio Saint-Laurent, já lá existiam colónias de bascos, espanhois, ingleses, holandeses e portugueses. Assim os pasteis de bacalhau tão portugueses, também existem na Gaspésie que tanto dá para a citada foz, como para o Atlântico. Qual dos dois locais começou com tão gostoso pastel não sei, porque a "tempura" tão japonesa, foi levada no século dezasseis ou dezassete pelos portugueses, que ainda hoje cozinham um frito muito similar: "peixinhos da horta".

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  4. O comentário da suposta Mariazinha da Silveira...que tão depressa aparece na Net...como desaparece (!!!???)...foi retirado por mim.
    Até no Facebook...já...era!!!

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