LEKAS
30-05-1944
Nesta data especial...
"Encontro de Gerações" deseja
MUITAS FELICIDADES!
PARABÉNS!
LEKAS
30-05-1944
Nesta data especial...
"Encontro de Gerações" deseja
MUITAS FELICIDADES!
PARABÉNS!
DR JOSÈ PAULINO PEREIRA DA ROCHA
21-02-1936
MÉDICO PSIQUIATRA
MÈDICO NO POSTO DO CENTRO DE RECREIO POPULAR DO BAIRRO CENTRO NORTON DE MATOS CNM
INFORMAÇÕES :
O VELÓRIO SERÁ HOJE DIA 30 A PARTIR DAS 18H00 ATÉ ÁS 22H00 E AMANHÃ DIA 31 DAS 09HOO ATÉ ÁS 14H30,NA IGREJA DE SÃO JOSÉ (NOVA) SEGUINDO-SE O FUNERAL PARA O CREMATÓRIO DA FIGUEIRA DA FOZ
Nota: o de Coimbra não tem vaga
À sua Esposa Maria Adélia Rafael Rocha,
seus filhos Miguel Rafael Rocha e Filipe Rafael Rocha e
demais familiares "ENCONTRO DE GERAÇÕES"
enviam sentidos pêsames.
28-05-1954
Nesta data especial...
"Encontro de Gerações" deseja
MUITAS FELICIDADES!
PARABÉNS!
28-05-1949
Nesta data Especial...
"Encontro de Gerações" deseja
MUITAS FELICIDADES!
PARABÉNS!
"JU"
27.05-1946
Nesta data especial...
"Encontro de Gerações" deseja
MUITAS FELICIDADES!
PARABÉNS!
24-05-1935
Nesta data especial...
"Encontro de Gerações" deseja
MUITAS FELICIDADES!
PARABÉNS!
UM DIA NO RIO
Ninguém se lembrava de tanto calor como o daquela semana de Agosto de 1953. No Bairro, as persianas de madeira estavam todas fechadas. Só as abriam de noite para deixar correr uma aragem que refrescasse as casas.
Mesmo assim, o ar nocturno era quente, abafado…
No quintal do clube do Bairro, naquela noite passava um filme da II Guerra Mundial.
Talvez influenciadas pelas atrocidades da guerra, as mulheres mais piedosas, abraçavam as suas crianças que também viam o filme, concluindo em voz sussurrada que este calor infernal era um castigo de Deus para os horríveis pecados que a humanidade cometia.
Um rancho de casais já tinha combinado ir na manhã seguinte passar o dia ao rio para fugir à canícula. Cestos de verga a abarrotar de croquetes, bolos de bacalhau, pataniscas, pão, torresmos, tachos, fogareiros a petróleo, talheres, toalhas de mesa, garrafas de vinho, bilhas de barro com água e gasosa para os miúdos já estavam preparados De manhã seria só pegar e arrancar…
A criançada fez o percurso em alegre galhofada e os pais ajoujados ao peso da traquitana que levavam , subiram o Alto de São João e iniciaram a descida para a Portela.
Descarregaram a tralha junto a um dos pilares da ponte, aproveitando a sombra do mesmo e as mulheres começaram logo a preparar o necessário para mas tarde assarem as sardinhas compradas de véspera às peixeiras da Figueira que vinham ao Bairro vendê-las.
“ Sardinha da areia! Três dez tostões…”, apregoavam…
Os homens, de fato de banho, deitados na água rasa, nadavam, chapinhavam, riam…
Os miúdos completamente nus corriam na areia, brincavam ao agarra, e em louca algaraviada atiravam-se para a água. Todos sabiam nadar. Tinham aprendido na piscina do estádio…
- Vamos brincar ao submarino? perguntou um dos rapazes ao grupo que o rodeava.
- Vamos! Gritaram todos…
O primeiro deitou-se de costas na água. Os braços estendidos ao longo do corpo, só com os pés a bater foi deslizando em direcção à margem.
Um por um, os outros foram fazendo o mesmo e depois repetiram da margem para o areal com risos e palmas dos que já tinham regressado.
A irmãzita de um dos rapazes, chegou-se a ele e perguntou-lhe:
- Mano, as meninas não podem brincar a esse jogo?
O rapaz, empertigou-se como um oficial alemão e foi peremptório:
- Não, vocês não podem!
- Mas as meninas também querem… insistiu a miúda, a fazer beicinho.
- Não, já disse !
- Porquê ?
- Ora…vocês não têm periscópio…
Rui Felicio
LÓ
12-05-1949
Nesta data especial...
"Encontro de Gerações" deseja
MUITAS FELICIDADES!
PARABÉNS!
Não havia ainda televisão em Portugal. E mesmo depois de ter aparecido em meados de 1950, muito poucas pessoas a ela tinham acesso doméstico, porque os aparelhos eram caros e o dinheiro escasseava.
A força da comunicação era, portanto, a rádio, indiscutivelmente.
Os noticiários eram, sobretudo, uma forma de propaganda do regime, mantendo o povo na obscuridade e afastado do que se passava no mundo.
As audiências, porém, subiam em flecha às horas dos programas de entretenimento ou de desporto. Despovoavam-se as ruas do bairro, com toda a gente fechada em casa, escutando o som roufenho dos aparelhos de rádio de fraca qualidade, vivendo entusiasmada e atenta os relatos dos feitos dos nossos hoquistas, habituais vencedores a par dos rivais espanhóis, dos famosos torneios de Montreux.
Ou ainda, ouvindo e cantarolando as canções dos artistas em voga nos cíclicos Serões para Trabalhadores da Emissora Nacional, enquadrados na “alegria no trabalho” que o regime intencionalmente incentivava, ou o programa, mais aberto, de “Os Companheiros da Alegria” no Rádio Clube Português conduzido por Igrejas Caeiro, que não se cansava de dizer que “uma nota de 500 não se pode deitar fora...”.
Ultrapassavam-nos a todos, em número de ouvintes, as rádio novelas, cuja memória ainda perdura nas pessoas desse tempo.
Os folhetins diários do Teatro Tide e do Simplesmente Maria, faziam paralisar quase por completo, as actividades das donas de casa, das rapariguinhas e de alguns rapazes do bairro. E forneciam pretexto para acesas discussões, logo a seguir às emissões, especulando-se sobre os seus futuros desenvolvimentos, e sobre as obscuras intenções das personagens mais populares das novelas.
Interpretadas por, entre outros, Carmen Dolores, Alice Ogando, Olavo d'Eça Leal, Francisco Mata, Odete de Saint-Maurice.
As novelas faziam esquecer por momentos, os sacrifícios e dificuldades que afectavam as vidas da maioria das famílias do bairro.
Panem et circensis... ( Menos panem, mais circensis )
Rui Felício
-----reeditado-----