sexta-feira, 28 de dezembro de 2018

COIMBRA-TARDE NA BAIXA...

    Portagem-Rua Ferreira Borges... 








Rua Visconde da Luz




TALVEZ UM CONTO DE NATAL ...





 Jesus - Menino
É Tempo de Natal. E lá, no interior do país, no dito Portugal profundo, há nas zonas campesinas um respirar diferente. Uma paisagem dolente, no seu diálogo mudo e ancestral com a natureza em silêncio. O fumo das chaminés que se ergue lentamente em espiral no ar fresco do entardecer, é um sinal de vida. Da vida que existe em aldeias empoleiradas em pequenos morros ou aninhadas no fundo dos vales. Um manto de oliveiras que se estende por campos a perder de vista, compõe uma paisagem bucólica em que, em alguns casos, apenas o tilintar dos badalos ao pescoço dos rebanhos, fere a monotonia de um hino de solidão. Lá, naqueles montes e vales esquecidos e de gente envelhecida, não se discute o trepidante mundo de hoje. Nem as greves dos comboios, nem a greve dos juízes, nem a greve de estivadores ou dos enfermeiros. Vive-se, apenas e só, do instinto e do milagre de viver e de sobreviver. Mas, em cada casa singela, em cada humilde lar, há sempre um Menino Jesus nas palhinhas deitado. Porque uma Criança rodeada de pequenas lâmpadas de luzes vermelhas e azuis, mais não é que uma imagem de paz, de concórdia e de fraternidade. Afinal, uma mensagem nobre dos deserdados da vida. Não trocam a sua Fé profunda pela religião da ganância e do dinheiro. Vivem na Santidade – seja lá o que isso for – de quem se levanta de madrugada para dar alimentação ao gado, apanhar a azeitona das árvores com as mãos enrugadas, e que comem o caldo ao crepitar da lareira no declinar do dia, na companhia do Menino Jesus. Um quadro de simplicidade. Nestes dias de um Tempo Natalício, o padre que tem nome de um Santo, percorre as várias aldeias da região que conhece como as suas mãos, porque também ali nasceu. Sabe, melhor do que ninguém, das angústias e das necessidades dos mais vulneráveis. Na sua missão, que não se esgota em pregar a Palavra de Deus por montes e vales, em capelas húmidas e escuras, o padre com nome de Santo procura na medida das suas fracas possibilidades, minorar as carências dos mais pobres. Porque também ele não nasceu em berço de ouro e a sua vida sempre foi e é de uma existência de entrega aos outros. É o lar dos idosos da aldeia, que lhe lava a roupa e é ali que toma as suas frugais refeições, que paga com o seu pequeno ordenado.


Esta é, ainda hoje, a realidade de uma parte de um Portugal tão português, que honra mais que ninguém esta Quadra no Sentir da Devoção pelo Seu Jesus - Menino, num cenário da pobreza despida da ambição e da viscosa hipocrisia que mina a sociedade de hoje, e da intolerância que alastra em muitos corações.


Talvez esta simples narrativa, seja um Conto de Natal.

Q.P.           
 

ANIVERSÁRIO Carlos Falcão

CARLOS FALCÃO

28-12-1947

Nesta data especial...

"Encontro de Gerações" deseja

MUITAS FELICIDADES!

PARABÉNS!

quarta-feira, 26 de dezembro de 2018

ANIVERSÁRIO

PAULO NOBRE

26-12-1938

Nesta data especial...

"Encontro de Gerações" deseja

MUITAS FELICIDADES!

PARABÉNS!

domingo, 23 de dezembro de 2018

ANIVERSÁRIO .

MARIA JOSÉ ALMEIDA SOARES

23-12-1944

Nesta data especial....

"Encontro de Gerações" deseja

MUITAS FELICIDADES!

PARABÉNS!

quinta-feira, 20 de dezembro de 2018

MILAGRE DE NATAL

Milagres de Natal

Para haver um milagre é preciso coisa pouca: quem o faça e quem dele receba a graça. Não querendo perorar sobre o conceito, caio num caminho mais modesto de afirmar que os milagres acontecem todos os dias aos olhos de uma criança que tem anseios ou de um pai e marido que espera por dias melhores.  

Só mesmo um milagre poderia acontecer para que aquele Natal fosse Natal, pelo menos para que, naquela casa, os dias tivessem a cor, o cheiro e os sons do Natal. O médico trazia a mulher desenganada e remetera-a para o Porto, para o Hospital da Prelada, onde uma cirurgia de recurso poderia prolongar-lhe os dias. Eram pobres e, ainda jovens, já tinham oito filhos que consumiam os parcos recursos que a quinta lhes fornecia. 

Com a mulher internada, lá longe, ele tentava que aquele dia de consoada fosse, ainda assim, uma evocação dos dias felizes e, com a cumplicidade das filhas mais velhas, asseara o canto da cozinha onde a mesa negra de castanho envelhecido acomodava toda a família. Pusera a toalha de linho que a mulher guardava ciosamente para os dias de festa e nesse dia cada um comeria do seu prato e não dos pratos de partilha que geralmente ocupavam o centro da mesa. A couve de Natal fumegava num dos potes, enquanto no outro acabavam de cozer as batatas com bacalhau.
Os mais cachopos procuravam o brilho dos dias felizes, mas faltava-lhes a mãe que tinha aqueles abraços galinha, que os confortava em todas as situações. Seria uma triste noite de consoada, uma triste manhã de Natal e outros tristes dias se avizinhavam.  O médico tinha dito que não passaria do inverno e que seria melhor deitar os corações ao largo.

Quando se sentavam à mesa, ouviram bater à porta: decerto alguma vizinha a pedir um fio de azeite ou uma pitada de sal para o tempero da ceia, coisas que só podiam ser compradas na venda, que a esta hora já estaria fechada. Ele foi abrir e viu à sua frente o rosto da mulher, pálida, mortiça, envolta num xaile de lã que a abrigara do frio desde o apeadeiro da Ermida até à aldeia. Abraçou-a e os filhos acorreram em bando a beijar a mãe, que os abraçava a todos, com um coração em forma de mãos. Como era possível a mãe estar aqui? Então não estava no hospital?
– Pois sim, deveria ser isso, mas o doutor disse que estou bem melhor e que já não é preciso ser operada.

A cachopada celebrava a presença da mãe, uns em silêncio, outros em lágrimas de felicidade e a consoada foi feliz como não era há anos. Nessa noite ninguém se deitaria antes de ser Natal e à luz do candeeiro de petróleo jogou-se ao Rapa, ao “par ou pernão” com os confeitos, ouviram-se cânticos de Natal no velho rádio sintonizado na Emissora Nacional e até foi bebido vinho do Porto com as fritas de botelha e as orelhas-de-abade. Só um milagre explicava tamanha alegria.

Quando se foram recolher, explicou ao marido que estava por um fio e que o médico desistira, primeiro do que ela. A vida estava a esgotar-se e que muito lamentava a tristeza que via nos olhos do homem da sua vida.
– Deixa lá, – disse-lhe ele, com a voz embargada – hoje foste milagre para oito!

Antonino Silva

quarta-feira, 19 de dezembro de 2018

ENCONTRO COM A ARTE - POESIA - FELIZ NATALDE JORGE CASTRO...



... é chegado o momento melhor aprazado para o balanço a fazer de mais um ano que vivemos, chegados que somos ao solstício do Inverno. E outro ano está já a bater à nossa porta.

Como habitualmente, trago-vos o meu poema para o Natal, desta feita o de 2018. Aqui o deixo às minhas amizades e aos companheiros de muitas jornadas, com os votos de boas, calorosas e felizes festas.

Aqui fica, também, o meu abraço e os votos auspiciosos de que, em 2019, o homem, universalmente considerado, seja mais humano e, assim sendo, mais ilustrado, mais consciente e mais solidário. Porque nenhum homem é uma ilha, como sabemos...

Jorge Castro


Natal, sempre - 2018



corre o tempo sobre nós
como sempre aconteceu
ainda há bem pouco chovia
e já brilha o Sol no céu
ouvíamos os avós
e hoje
logo mal amanheceu
só nos ouvimos a nós
antes de um ar que nos deu
ou que talvez venha a dar…

e
afinal
era Natal
nesse dia amanhecido
e era tanto tal e qual
aquele outro mais antigo
que trazes tão entranhado
como o que eu trago comigo 

o dia de hoje é diverso
daquele outro que evocamos
é de manhas controverso
e perigos que nem sonhamos…

e
no entanto
naquele outro tão distante
houve manhas controversas
dramas
maleitas diversas
e perigos que nem sonhámos…

pois há sempre essa constância
- melhor dizendo certeza -
de sermos a circunstância
do tempo que nos enreda

nem é melhor este dia
nem pior o que seria
outro o tempo
outra a harmonia

cada dia é sementeira
em que corre a vida inteira
neste campo por lavrar

lancemos semente à vida
que de breve é desvalida
mas tem tanto para nos dar

e
afinal
é Natal
aí está ele como sempre
no eterno recomeço
e só quem viva do avesso
não gosta de o ver chegar

tudo é igual
tudo muda
tudo nos vale
não se iluda quem pensar
em atentar contra a Vida
que a Vida não vai parar

enfim
lá vem o Natal
aprontemo-nos então
seja qual for o serão
está um ano a começar.

- Jorge Castro
Dezembro de 2018




terça-feira, 18 de dezembro de 2018

EM NOME DA VIDA ...






Todos os dias há tragédias. Passo a passo, somos confrontados pelos canais de televisão e pelos jornais com acidentes graves. Na semana passada, fomos alertados para um desastre aéreo, lá para a zona nortenha de Valongo. Uma desgraça noturna, numa noite escura de chuva miudinha e enervante. Confesso que a notícia me apanhou de raspão. Entretido que estava, só mais tarde me apercebi que a aeronave era um helicóptero do INEM. Fiquei constrangido e depois em desassossego, quando soube que o médico que seguia a bordo era espanhol. Porque espanhol é o meu amigo Roman, que é médico. E médico do INEM. Nesta ditadura de uma mobilidade imposta, nada me dava a certeza que Roman não seguisse a bordo da aeronave. Mais tarde, indícios precisos tranquilizaram-me. Com Roman, cruzei-me nos caminhos da vida. Uma empatia mútua que se estendeu às nossas famílias, fazia - nos por vezes confraternizar no restaurante albicastrense do Jorge, em amena conversa entre um prato de grelhados e um vinho tinto a preceito. A conversa passava pela banalidade da sua simpatia desportiva pelo Atlético madrileno ou pelas traquinices do seu pequeno e único filho. De outras vezes, a conversa era mais séria e falava – me das noites em que em ambulâncias a galope, percorria a noite da Beira Baixa, num destino de muitos quilómetros para, debaixo de um candeeiro de iluminação pública, acertar com a agulha na veia de um sinistrado em falência de vida.
Na minha casa albicastrense, eu morava a escassa distância do heliporto dos bombeiros voluntários. Muitas vezes, a horas tardias e no coração da madrugada, o helicóptero do INEM rasava o telhado do prédio num barulho ensurdecedor. E eu levantava-me e, da minha tribuna alta, observava todos os movimentos. A azáfama dos bombeiros de volta da nave. Também gente de camisola branca, que verificava todos os suportes de vida do aparelho, para o paciente que havia de chegar. Depois, como num filme cem vezes repetido, a ambulância aparecia devagar. Com mil cuidados, o doente e um frasco de soro, eram levados para o interior do heli, que em grande aceleração das suas pás rotativas, se erguia lentamente no ar, para girar sobre si próprio e definir a rota que, na maioria das vezes apontava a Coimbra. E eu ali ficava à janela, a olhar a luz intermitente encarnada na cauda do aparelho, até se diluir na noite escura, em direção às montanhas. Depois deitava-me e muitas vezes fiquei acordado, a pensar naquele voo de amor por alguém em perigo de vida. Conhecedor que era e sou da orografia do terreno e de uma viagem aérea sobre montanhas e vales, eu interrogava-me se numa emergência técnica, a tripulação teria uma escapatória de salvação pelo acidentado da paisagem escura, pontuada aqui e ali pelas luzes ténues de pequenos povoados esquecidos no Tempo. Lembrava então aquelas cinco almas que iam a bordo e de uma forma instintiva, eu dava comigo a murmurar uma pequena prece, para que chegassem todos salvos ao Hospital Universitário de Coimbra. E hoje, depois deste triste acidente e olhando aquela realidade sinistra, medito nas noites de invernia que na comodidade dos nossos lares e de uma lareira a crepitar no conforto do nosso programa de televisão favorito, temos ausentes no nosso pensamento aqueles que voam por cima das montanhas em noites de breu e por vezes de intempérie, no cumprimento da sua missão, mas também num ato comovente de amor e solidariedade por quem deles necessita. Para aqueles que se interrogam sobre as complexidades de tudo o que é transcendental e perguntam a si próprios se haverá anjos nos céus de Portugal, eu respondo de uma foram pragmática e convicta: claro que os há !!!
Q.P. 
     

segunda-feira, 17 de dezembro de 2018

COIMBRA-BAIRRO-ACADÉMICA ANTIGUIDADES!


Caro Rafael Para o teu valioso arquivo,junto foto (final anos quarenta?)do Estádio Municipal,surgindo em segundo plano,ainda em construção,o nosso Bairro. Jogava-se um jogo da Académica,surgindo,parece-me,pela careca,o meu Pai,por detrás do jogador que efectua o remate à baliza adversária. Abraço do Nito

domingo, 16 de dezembro de 2018

POSTALINHOS DO CHILE - V


Los Cuernos del Paine, no Parque Nacional Torres del Paine. Região de Magallanes e Antártida Chilena.
Beijos e abraços da Daisy e do Alfredo Moreirinhas.



sábado, 15 de dezembro de 2018

RECANTOS DE COIMBRA... Bairro

....Zona do Bairro Norton de Matos, por detrás da Rua Daniel de Matos.
    Rua Dr. Daniel de Matos e em primeiro planto o café MÓNACO, em cujo lado esquerdo se inicia o acesso à Zona de lazer e traseiras da rua Dr. Daniel de Matos.
  Escola Básica do Bairro Norton de Matos, actualmente em obras
     Ao fundo a rua Vasco da Gama do Bairro Norton de Matos
    O  pequeno  anfiteatro
    Um mural no pequeno anfiteatro
    O ringue e ao fundo diversos grafites
    Um mural já um pouco deteriorado
   Ringue para desporto mas pouco utilizado, junto à parte traseira da Escola Básica
    Início de rua que dá acesso à rua de Verde Pinho
    Continuação da rua que dá acesso à Rua Verde Pinho ladeada de um lado e do            outro por  garagens
    Uma vista da parte traseira das casas da Rua Daniel de Matos