terça-feira, 30 de abril de 2013

PASSATEMPO PARA REFORMADOS ...

Este pacato cidadão, aqui ao lado de sua mulher num restaurante algarvio, foi uma glória da Académica. Futebolista de grande mérito, nasceu em Lisboa no ano de 1933. Conheceu vários emblemas, de que se destacam Sporting, Belenenses, Olhanense e Vitória de Guimarães. Um dia, entrevistado por um jornal algarvio disse: " Gosto do Atlético Clube de Portugal, porque foi o Clube dos meus pais, mas o meu clube do coração é a Associação Académica de Coimbra. Jogar na Académica foi a melhor coisa que me aconteceu na vida".
Frequentou e terminou o 1ª ano de Medicina. Na guerra das Colónias foi ferido, motivo que o levou a abandonar a sua carreira desportiva como futebolista, tendo enveredado pela profissão de treinador.
O seu nome é ???
Quito Pereira
Já identificado, aqui fica uma foto da AAC com o Ramin
RAMIN, Torres, Pérides, Gil, Wilson, Melo
Duarte,Faia, André, Macedo e Bentes
Época de 54/55-Meias finais da taça de Portugal com o Benfica-Jamor, perdemos  7 a 3!!!
Informação "Académica-História do futebol

  

A luta continua! Amanhã há mais...


segunda-feira, 29 de abril de 2013

O DIA EM QUE ME VINGUEI DE NEWTON ...




Obrigado, João Miguel ...
Acordei manhã cedo, a pensar no “Massa Específica”. Foi meu professor. Nada me move contra ele. Mas tenho muito contra a Física e essa Lei sinistra da GRAVIDADE. Consta-me que foi um tal Newton que abriu a caixa de Pandora. Mentira. O Físico encolheu os ombros e limitou-se a constatar aquilo que já todos sabemos. Se largarmos uma pedra da mão, ela cai no chão. Grande invenção, digo eu cá para com os meus botões! Mas grave foi o que me aconteceu há tempos, no Café do Zé Manel, quando me escorregou da mão uma imperial a babar-se de espuma e me acertou em cheio nos dedos dos pés desprotegidos por umas simples chinelas de praia. Foi a partir daí, que fiquei com um ódio visceral a tudo quanto se reduz a equações matemáticas que me torram a cabeça, para uma simples conclusão: se uma pedra cair no chão em movimento uniformemente acelerado, é uma das Leis da Física que regulam o Universo. Mas se for uma cerveja, fresca como um sorriso de mulher, é pecado !
Andava com uma ideia obsessiva, que me torvava o pensamento. Desde o dia em a Lei da Gravidade me roubou o prazer de uma loura bem fresquinha, só me soava na cabeça o instinto de vingança. Já por várias vezes tinha voado em confortáveis aviões comerciais, levado pelos ares por quatro potentes motores Rolls Royce, ao arrepio da Lei da Gravidade. Mas eu achava que era uma cobardia. O que eu queria mesmo era voar numa “cesta de mão”, um singelo monomotor que afrontasse estoicamente os ventos, numa luta desigual de David contra Golias.

Deus não dorme, diz o padre cá da aldeia. E Domingo passado, num pequeno Piper Tomahawk de dois lugares e com umas mãos experientes aos comandos, fez-se história. Enquanto o João Miguel, de cabeça baixa ia remexendo em papelada com o motor do pequeno avião a aquecer para o voo, eu ia olhando todo uma parafernália de instrumentos. Depois, lá nos fizemos à pista. O João Miguel, pelo sim pelo não, logo me foi avisando que na subida haveria alguma turbulência. Não de enganou. Levamos alguma “pancada”, para depois voarmos serenamente sobre os campos do Mondego, em direção à praia da claridade. Depois uma passagem por Quiaios e Mira, enquanto eu, feito miúdo na idade dos “porquês”, ia estendendo o dedo indicador para os mostradores a perguntar da sua função e o João Miguel, com uma paciência infinita, a explicar-me todos os detalhes da complexa profissão de pilotar. No regresso, segundo o plano previamente traçado e marcado num mapa a verde antes de nos fazermos aos céus, mais alguma turbulência, com o pequeno avião a dançar ao sabor do vento. Para mim, que sempre me atraiu essa máquina complexa que é um avião, era como uma valsa da primavera, com a manta de retalhos dos campos do Mondego a meus pés, e a absoluta confiança nas mãos sabedoras do maestro que, com serenidade, ia falando com o porto de abrigo – a torre de controlo do aeródromo de Cernache.
Uma aterragem suave e em segurança. Lá fora, o amigo Rafael à nossa espera, de máquina fotográfica em punho, para uma fotografia para a posteridade.

No fim, um abraço entre piloto e passageiro. E o meu agradecimento sincero ao João Miguel, por aquele momento de glória.
Depois, já correndo no meu carro em direção a Coimbra com o Fernando Rafael a meu lado, lembrei-me da Lei da Gravidade e da história da cerveja derramada. Afinal, naquele dia, a força do vento e o pequeno Tomahawk, esgrimiram argumentos com forças desiguais. Mas nós, quer dizer, o Miguel e o seu pequeno avião, venceram mais uma luta. E eu, simples passageiro acidental, vinguei-me de Newton.

Obrigado João Miguel.
Quito Pereira  

TRÁGICA HISTÓRIA DE AMOR


Os belos olhos azuis melancólicos denunciavam uma tristeza indisfarçável, os lábios bem desenhados num rosto lindissimo, apenas se abriam em meios sorrisos de circunstância quando tinha que atender a algum pedido de informação ou esclarecimento que lhe fosse dirigido pelos clientes.
A Sónia era uma excelente profissional, educada, cumpridora, assidua e pontual, o que lhe granjeara a admiração e respeito dos seus superiores hierárquicos, alcandorando-a ao cargo de supervisora naquele supermercado de uma conhecida cadeia de distribuição.
Embora já passasse dos 30 anos de idade, não lhe eram conhecidos namorados passados ou recentes.
Todos os dias chegava a casa onde vivia sozinha, perto do supermercado, poucos minutos depois de acabar o trabalho. Recusava sistemáticamente convites das colegas para alguma festa e nos dias de folga trancava-se em casa entretida a ver televisão ou filmes que alugava numa loja da galeria comercial anexa ao supermercado.
Há dias entrara ao serviço, na secção de charcutaria, um novo empregado. O Tiago era um homem jovem, bonito, calado, de 35 anos, que vinha aureolado como um conhecedor profundo da área onde ficara a trabalhar. Por uma e outra vez o Tiago reparou no olhar da Sónia fixado em si, que ela, célere, afastava disfarçamente com visivel atrapalhação, quando o dele se cruzava com o dela.
As trocas de olhares passaram a ser mais frequentes nos dias seguintes, acompanhados de sorrisos imperceptiveis e cumplices.
Não havia dúvidas de que o Tiago não era indiferente à Sónia, apesar dos avisos dos colegas dele de que não deveria entusiasmar-se porque ela era uma belissima pedra preciosa mas fria como o gelo.
A verdade é que o Tiago já não conseguia dominar o pensamento que o acompanhava dia e noite.
Se estar apaixonado era sentir aquele aperto no coração, aquela constante e obsessiva imagem da Sónia na sua cabeça, a falta de apetite, os suspiros que soltava deitado sozinho na sua cama à noite a pensar nela, então ele estava perdidamente apaixonado por ela...
Na semana seguinte estariam ambos de folga no mesmo dia e ele decidiu, na véspera da folga, chamá-la à parte e pedir-lhe que aceitasse o seu convite para irem jantar os dois.

A Sónia fez questão de esclarecer que gostava muito dele, mas que preferia não aceitar o convite.
O Tiago mostrou-se surpreendido. Teria ela alguma razão para a recusa? Insistiu. Assegurou-lhe que a respeitava, que não a estava a convidar com qualquer reserva mental..
Pediu-lhe que percebesse que a sua intenção não era mais do que poderem estar juntos, conversarem sem os constrangimentos naturais do ambiente profissional. Enfim, conhecerem-se...
Ainda relutante, ela aceitou.

Naquele pacato e acolhedor restaurante, à luz suave das velas, conversaram, riram com as picarescas histórias que sempre se passam num movimentado supermercado, confirmaram que ambos viviam sozinhos, repetindo diariamente os ciclos de uma vida redonda, solitária, sem perspectivas, nem ambições. O vinho que iam bebendo desatava-lhes a pouco e pouco as inibições. Parecia conhecerem-se desde sempre!

Decidiram ir a pé para prolongarem a proximidade que a ambos tanto satisfazia. Chegados à casa da Sónia, ela abriu a porta, agradeceu-lhe aquela bela noite que jamais esqueceria, aproximou os labios e deu-lhe um beijo suave, breve, afagando-lhe carinhosamente o braço, numa despedida.
Mas em vez de se afastarem, ficaram ambos, por longos segundos, quase petrificados com as bocas perto uma da outra, sem se tocarem, aspirando o hálito quente que os enlouquecia.
Não resistiram mais. Envolveram-se num profundo beijo, longo, sôfrego, devolvendo e retribuindo o desejo que lhes queimava os corpos.
Encostaram-se à porta, que abriram bruscamente, e deram por si, sem saberem bem como, deitados na cama, arrancando as roupas, acariciando-se, prontos para levar até ao fim a loucura do amor.
O Tiago não percebia porque razão é que a Sónia se fechava, de olhos aterrorizados, sempre que ele tentava consumar aquele acto de amor que, claramente ambos desejavam, mas que ela impedia e restringia às caricias, aos beijos, aos sussurros de amor...
Deitou-se a seu lado, incrédulo, exausto.
Perguntou-lhe delicadamente porque não queria ir até ao fim. Parecia ter medo, apesar do carinho e cuidado que ele tinha tido.
A Sónia de lágrimas nos olhos confessou-lhe o seu segredo, a cruz que carregava em silêncio desde os 15 anos de idade, nunca se libertando desde então do terror e do medo do acto sexual.
Mostrou-lhe duas profundas cicatrizes que lhe atravessavam as costas em diagonal, resultado das chicotadas que o padrasto lhe desferiu com um cavalo marinho, furioso, quando ela lhe disse estar grávida e quando tentou resistir a mais uma das frequentes violações do padastro de que foi sendo vitima durante mais de um ano.

Rui Felicio

domingo, 28 de abril de 2013

QUITO EM ALTOS VOOS!


QUITO NA PARTIDA

QUITO NA CHEGADA
QUITO E O PILOTO JOÃO MIGUEL

NA VOLTA DE UM BEIJO - PENSÃO FLOR - NOITE DE ESTREIA




Os suspeitos do costume lá estiveram no Conservatório de Música de Coimbra!



;


E como diria o Tonito: acabou num "REBALHÃO" no Samambaia!

sábado, 27 de abril de 2013

Nem através do espelho estou a ver as ruas da alta


Bom fim de semana.

PASSATEMPO...RUAS DE COIMBRA

 ZONA DA VELHA ALTA!

Rua...
Já identificada como: Rua Borges Carneiro
(antiga rua das Covas)


Um Beco...
 Beco da Carqueja- frente à Sé Velha.
As grades à direita pertencem à casa onde viveu Zeca Afonso.

sexta-feira, 26 de abril de 2013

Parabéns Avós,Pai e Tio...Nasceu o Duarte!


COIMBRA DOS MEUS AMORES

Pedro Sarmento

NOTÍCIAS DE COIMBRA INFORMAÇÃO

Semana do Bacalhau
A primeira Semana do Bacalhau na Baixa de Coimbra é uma iniciativa da Academia do Bacalhau de Coimbra e da Agência para a Promoção da Baixa de Coimbra (APBC).
Durante toda a semana diversos restaurantes da Baixa de Coimbra proporcionam aos seus clientes, ao almoço e ao jantar, especialidades com bacalhau.
Aderiram à iniciativa 15 estabelecimentos que serão avaliados por um júri num concurso gastronómico que elegerá as três melhores especialidades. A divulgação dos premiados será feita na sexta-feira, 26 de abril, e a entrega dos prémios está prevista para o último dia do evento, por ocasião do jantar do 10º aniversário da Academia do Bacalhau de Coimbra.

PROGRAMAÇÃO PARALELA

Comer bacalhau e aprender a cozinhá-lo!Ao longo da semana estão previstas sessões de show cooking dinamizadas pela Escola de Hotelaria e Turismo de Coimbra, com acesso gratuito, no Café Santa Cruz e em alguns restaurantes a indicar.No período da manhã, entre as 10h00 e as 11h30, as sessões são dirigidas aos mais jovens, como forma de sensibilizar para o consumo deste alimento; à tarde, entre as 16h30 e as 18h00, são de acesso livre a todos os visitantes da Baixa de Coimbra e acompanhadas de provas de vinhos.


Noite Branca [sexta-feira, 26]

A 26 de Abril realiza-se mais uma edição das Noites Brancas na qual, para além da divulgação dos resultados do concurso gastronómico, o comércio estará aberto até às 24h00 e a animação será uma constante nas ruas e restaurantes aderentes à iniciativa.

JARDINS FLORIDOS! BAIRRO NORTON DE MATOS

Na primavera os jardins do Bairro, estão na sua grande maioria floridos! Este é um deles na minha rua!

quinta-feira, 25 de abril de 2013

O 25 NO ANO 13

UM SÍMBOLO TÃO MAL TRATADO
NUM PAÍS HÁ BEIRA MAR 
PLANTADO.
Bom 25 para todos.
Muita Saúde Sempre.
Um Abraço.
Tonito.

ANIVERSÁRIO

FERNANDO BEJA LOPES

25-04-1946 / 25-04-2013

67 NOS

"Encontro de Gerações", deseja

FELIZ ANIVERÁRIO!
PARABÉNS!

quarta-feira, 24 de abril de 2013

25 de Abril 1974.....


UM MILITAR. UM HOMEM ...


Visita protocolar como Comandante Operacional dos Açores ...
Ninguém, rigorosamente ninguém de bom senso, faz a apologia da guerra. E hoje, ao redor de uma mesa de amigos, venho fazer a apologia da paz. Da paz que foi escrita num teatro de guerra. Ali, naquele Lugar, cercado de arame farpado, vivíamos mais de cem almas. E um capitão. Um capitão transmontano que, desde cedo, granjeou a simpatia dos seus oficiais, sargentos e soldados. E a receita era simples: impunha-se sem se impor. Era mais um dos nossos. Nos momentos de aperto, uma serenidade contagiante que se transmitia a todos nós. Naquela roda de afetos, sempre os soldados como principal motivo das suas atenções. E entre eles, os que reconhecia serem os mais humildes e iletrados. Um deles chama-se Jesus e o capitão José Carlos Cadavez, ao aperceber-se que era quase um indigente, nomeou-o seu “impedido”. A razão entendia-se. Queria tê-lo junto dele para o proteger.

Os anos passaram. Regressámos a Portugal, nesta roda da vida. O cabelo embranqueceu. Mas o contacto manteve-se. Um dia, ao telefone, disse-me com aquela voz forte que o caracteriza:

- Ó Deus Pereira, vou fazer um almoço cá em casa para os meus amigos mais chegados, porque vou passar à reserva, quero que apareças e traz a Conceição contigo…

 E assim, com um restrito grupo de outros militares da antiga Companhia da Guiné, lá nos juntámos no Ribatejo, para homenagear um General que tem coração de soldado.
Nos almoços que todos os anos organizamos há cerca de quatro décadas, o antigo capitão tinha um desgosto. Nunca mais viu o Jesus. Mas um dia, lá para as bandas do Douro, um soldado da Companhia conseguiu saber do paradeiro daquele homem e as notícias não eram as melhores. O Jesus enviuvara há anos, vivia pobremente e a porta da sua humilde casa, nem sequer fechadura tinha. No ano que passou, num almoço militar do Norte, um dos organizadores ficou de ir buscar o Jesus para o levar ao almoço. E combinaram encontrar-se num caminho rural junto da casa do antigo soldado. Foi então que o General Cadavez deu uma “ordem”:

- Quem vai buscar o Jesus sou eu !!!
Então, levantando-se noite escura, foi à procura do infeliz ex-militar, perdendo-se no caminho, por entre montes e vales. E, ao passar numa velha estrada, viu um homem de baixa estatura, de aspeto humilde. Logo o reconheceu. Era o Jesus, de camisa limpa e a barba escanhoada, num assomo de dignidade e uma réstia de amor – próprio, a aguardar que o viessem buscar para ir à festa dos seus antigos camaradas de armas. O General Cadavez saiu do carro, no seu corpo avantajado, e disse-lhe com a sua voz de trovão:

- Ó Jesus, lembras-te de mim?
Já tinham passado muitos anos, o pequeno homem não o reconheceu, de tão modificado que antigo capitão estava. Foi então que o agora General, de braços abertos e a emoção estampada no rosto lhe disse:
- Sou o Cadavez, fui teu capitão na Guiné!

Jesus ficou estático, colado ao chão. Depois, num impulso, soltou uma exclamação, correu para ele e em pranto disse-lhe:

- Ó meu capitão, que grande alegria, já tinha perdido a esperança de o voltar a ver…
E naquele raiar da manhã, abraçados numa curva do caminho, choraram os dois ...

Quito Pereira   
 

ENCONTRO COM A ARTE NO 25 DE ABRIL - POESIA


QUE É FEITO DO MÊS DA ABRIL?


Que é feito do sol da Abril
que nos circulou pelas veias?
Que é feito das ruas cheias
quando o sol era um balão
e andava tudo ao contrário
as estátuas vinham ao chão
e o sonho era o nosso horário?


Que é feito do mês do mês do sonho
quando o sonho era concreto
e tinha forma de casas
portas abertas
e pão,
quando o sonho que sonhámos
era filho colectivo
parido pela multidão!


Foi então
num país
de repente sem fronteira
foi a feira
a desgarrada
foi o espanto dos abraços
na arquitectura sem margem
duma terra a conquistar.


Foi num país que acordou
com planícies no olhar
e a concertina a tocar
dentro do peito.
         Que é feito do mês de Abril?
Soldados a quem dissemos:
amigos eh! Pá! Irmãos
operários que descobriram
um espaço para além das mãos
e as mulheres trabalhadeiras
que rasgaram seus vestidos
para as bandeiras de alegria
com que Abril foi envolvido.
         Que é feito do mês de Abril?


Foi um país impaciente
que de pé se quis em flor
foi o riso das guitarras
cansadas de choro e dor
foi a alegria fabril
foi a força da razão.
       Não esqueças o mês de Abril!
       Não esqueças que és multidão!

José Fanha
poesia

segunda-feira, 22 de abril de 2013

domingo, 21 de abril de 2013

Partilhai as vossas melhores leituras

Uma ideia.



Deixe aqui um livro que vos cativou.
Apanhe um que vos proponha um visinho.
Podereis eventualmente devolvê-lo ou deixar um outro,
como desejarem. É gratuito. Nenhuma obrigação.
Nenhuma inscrição necessária.

UMA HISTÓRIA DE AMOR! O TRANSPLANTE DE UMA OLIVEIRA!

Toda a história em http://tunameliches.blogspot.pt/
(Advertem-se os nossos visitantes que algumas imagens podem ferir pessoas mais sensiveis)

ANIVERSÁRIO

DAISY AMARO VIEIRA

21-04-1949 / 21-04-2013

"Encontro de Gerações, deseja

MUITAS FELICIDADES!

PARABÉNS!




sexta-feira, 19 de abril de 2013

ENCONTRO COM A ARTE - FOTOGRAFIA

PEDRO SARMENTO
EXPOSIÇÃO INDIVIDUAL DE FOTOGRAFIA
BEST WESTERN  HOTEL D. LUIS
POEMAS DE RUA
EM COIMBRA ATÉ DIA 12 DE MAIO
P

NAQUELE TEMPO ...


O Agostinho era bruto. Um bondoso bruto. Era guarda - florestal e percorria todos os caminhos da Mata do Choupal, de mãos atrás das costas. Da farda azul, fazia parte um cinto negro de fivela larga, que não lhe adelgaçava a barriga obesa. Também uma corneta de metal, presa por uma correia de cabedal, a tiracolo, que servia para comunicar com os outros zeladores daquele património de Portugal e de Coimbra. Consoante o toque, assim se sabia com quem pretendia contactar. Um toque, o administrador da Mata. Dois toques, o mestre - florestal. Três toques, um guarda - florestal. Era assim, naquelas décadas de quarenta e de cinquenta, do século passado.

O Agostinho tinha uma cara grande e morena e um bigode que condizia com o cinto – preto. E um nariz avassalador, com as marcas de um surto de varicela, que o atacou em criança. Conhecia a Mata, melhor que a sua própria casa. Era um bom guarda, mas tinha um feitio belicoso e  intransigente para com aqueles que tentavam levar um pouco de lenha para se aquecer do rigor do Inverno. A lenha, recordo, era um dos produtos da Mata e a sua venda receita do Estado. O Agostinho, seguia-lhes os passos e, uma vez, apanhou um infeliz pelo fundilho das calças, quando o triste juntava um pouco de madeira para levar para o lar. Aterrorizado, o homem implorava compaixão, perante a estatura de paquiderme do guarda, que lhe dizia em voz grossa:
- Podes ir para casa, mas deixas cá pele da barriga …

 Depois, como num golpe de magia, a cara do Agostinho transfigurou-se, afivelou no rosto um sorriso cordato e disse ao suplicante:
- Vá … vai lá embora … leva a lenha e não digas que me viste …  

Mas da fama de mau, não se livrava. Por vezes, era o mestre - florestal, que tinha que travar os seus excessos de zelo.

Lembro o Agostinho, com saudade. Recordo- lhe a sua estatura avantajada e umas botas negras e cardadas, que faziam parte da farda. E um boné, de onde sobressaíam em latão reluzente, duas letras douradas, M e N  - Matas Nacionais.
Tenho a imagem dele, debaixo da ponte de Caminho de Ferro do meu velho Choupal, a ver passar por cima, a locomotiva em movimento acelerado, levando a reboque, aquelas pequenas carruagens verdes, onde a cada porta correspondia uma janela, como pequenas peças animadas de um brinquedo de criança. E recordo o barulho estrondoso, das enormes rodas de ferro sobre os carris, enquanto ia vomitando baforadas de nuvens negras pela chaminé da máquina possante e o apito sonoro e arrepiante, quase aflitivo, que ecoava pela Mata e que em ondas sonoras cada vez mais distantes e esbatidas, se perdiam pelos campos do Mondego, ao encontro dos alagados arrozais de Montemor e dos telhados modestos das povoações de Bencanta e Espadaneira …

Foi assim, na minha infância. Foi assim, naquele Tempo …
Quito Pereira          

FEIRA À MODA ANTIGA - -INFORMAÇÃO

A Casa do Sal da Figueira da Foz vai estar presente com comida cozinhada em fogareiro a lenha e os nossos sais, além das parcerias da Redes Colaborativas de Produção Local



quinta-feira, 18 de abril de 2013

ALCATRUZES DA VIDA


Pegou no maço de Definitivos, tirou mais um cigarro e acendeu-o.
Como acontecia há várias noites, a insónia vencia-o e assim como as cinzas fatídicas do cigarro se pulverizavam, também as ideias se lhe esfumavam, incapaz de as encadear, de forjar um raciocinio coerente.
Ali do alto do Penedo da Saudade, os olhos espraiavam-se pelo vale do Calhabé, corriam sem se deter pelo estádio municipal, pela igreja de São José, pelo apeadeiro do comboio e quedavam-se no extremo nascente do planalto onde tinha sido plantado, numa geometria irrepreensivel, o casario do Bairro. Era ali que dormia a sua amada, lá para os lados da Rua da Guiné.

Nunca se tinham falado, mas apaixonara-se por ela desde o primeiro dia em que a viu num baile do Greco para onde tinha sido convidado por um colega de faculdade há um mês atrás.





Névoas silenciosas vindas do Mondego e do Pinhal de Marrocos começavam a cobrir lentamente, em farrapos obliquos, as casas do vale deixando aqui e ali a descoberto os fantasmagóricos picos das suas chaminés, como pontas de jazigos, numa desolação madornal de cemitério, sepultando e escondendo no seu ventre os funcionários, os operários e os camponeses que habitavam aquele plácido e húmido recanto da cidade ainda rural, planificado na bruma.
 
Mal adivinhava o seu pai, lá longe em Mangualde, que, com sacrificios imensos o mandara estudar em Coimbra para ser doutor, alugando-lhe um quarto numa casa perto do convento das Carmelitas e do Penedo, que o seu filho Pedro, em vez de pegar nos livros, passava as noites a esfumaçar à janela, de coração apaixonado, obstinado naquele bairro.
Ou, melhor dito, numa determinada casa daquele bairro.
Ou, para sermos mais precisos, na janela daquela casa onde dormia o seu amor.

Mal começou a romper a aurora, passou a cara por água, tentando disfarçar as olheiras profundas, penteou-se, vestiu a capa e batina, meteu dois livros debaixo do braço e saiu de casa.
Em vez de se dirigir à Universidade para ir às aulas, desceu a pé pelo Cidral, estugou o passo com a capa a ondular e dirigiu-se até à passagem de nivel. Como de outras vezes, era ali que esperava que ela passasse para ir às aulas do Liceu Feminino onde frequentava o 7º ano.
Nunca antes lhe tinha falado, mas desta vez estava resolvido a abordá-la e a declarar-lhe o seu amor.

Pouco depois, viu-a descer a rampa que vinha da Rua de Angola em direcção ao apeadeiro, acompanhada de outras colegas, numa algazarra juvenil, de gargalhadas e dichotes.
Mas o seu coração baqueou. Num amplexo apertado, um rapaz envolvia a Graça com o braço em redor dos ombros.
Afinal ela já namorava!

Desistiu de lhe dirigir a palavra.
Macambúzio, acabrunhado, com o coração a sangrar de desgosto, virou costas em direcção à paragem do Calhabé para ir apanhar o trolley para a Universidade.





Muitos anos mais tarde, o Dr. Pedro Matias, já médico em Mangualde, viu a Graça entrar-lhe no consultório, pedindo-lhe que a observasse e medicasse. Precisava de se tratar de uma gripe que a vinha apoquentando há uns dias e aproveitara uma diligência no tribunal de Mangualde para ir ao médico.
Era agora advogada em Nelas...

Reconheceu-a, falaram de Coimbra, do Bairro e do Greco.
Receitou-lhe umas aspirinas que é prescrição que nunca falha.
Só então o Pedro ficou a saber que aquele rapaz que a abraçava, naquele tenebroso dia no apeadeiro, era o irmão da Graça que se dirigia para as aulas no D. João III, acompanhando-a até ao Infanta D. Maria.


Rui Felicio

ESCADAS

CHEIRA a PRIMAVERA.
Um Abraço.
Tonito.

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Mundialização

E orgulho.

Que fique para a História... pois foi assim que a mundialização começou.