30-06-1951
Nesta data especial...
"Encontro de Gerações" deseja
MUITAS FELICIDADES!
PARABÉNS
30-06-1951
Nesta data especial...
"Encontro de Gerações" deseja
MUITAS FELICIDADES!
PARABÉNS
30-06-1943
Nesta data especial...
"Encontro de Gerações" deseja
MUITAS FELICIDADES!
PARABÉNS!
CASA DOS TORRESMOS
O Zé Lopes, mais conhecido por Carvalhosas, por ter nascido na aldeia do mesmo nome na margem esquerda do Mondego, afirmava sem modéstia que a sua Casa era a melhor de Coimbra para uma ceia à base de petiscos.
Nem tanto para se jantar, porque os melhores cozinheiros que ali iam fazer uma perninha, só à noite estavam disponíveis.
Durante o dia trabalhavam nas sofisticadas cozinhas do Hotel Astória e do Hotel Avenida.
Mas em comida de palito o dono da Casa dos Torresmos pedia meças.
Com a dupla vantagem, dizia, de o artefacto de Lorvão servir para picar o petisco e depois para esgaravatar os dentes no fim do repasto.
A sua Casa, orgulhava-se o Carvalhosas, oferecia um bom ambiente para uma converseta entre os convivas, sobre os mais variados temas, desde política à má língua.
Degustar uns pipis, umas rodelas de morcela de arroz, umas moelas com molho picante, uns troços de farinheira frita, uns torresmos, umas tiras de presunto da salgadeira, uns nacos de leitão da Bairrada, acabado de chegar no comboio das oito, umas fatias de queijo curado de São Romão, tudo regado com uma celestial pomada do barril atestado dia sim dia não com o encorpado tinto vindo expressamente de Cantanhede, tudo isto era o lastro estomacal, para desatar as línguas, exercitar os dedos e afinar as gargantas para a desejada sessão de música popular com que terminaria a noite.
Era especialmente aos sábados à noite que ali se juntavam os tocadores e os cantores, que eram gente de trabalho e nem sempre podiam fazer noitadas nos outros dias da semana.
A Casa dos Torresmos, na Travessa das Canivetas, atraía a vizinhança das vielas próximas que às portas e janelas se aprestava para ouvir os trinados que esperavam escutar lá por volta das onze da noite.
O Ralha na guitarra, o Arnaldo no banjo ou na concertina, o Olímpio na viola eram, todos eles, excelentes executantes e por isso presenças desejadas pelo Carvalhosas que transformariam a noite quando a sua vida lhes permitia irem à sua Casa.
O Olimpio e o Ralha também cantavam, mas a trempe ficava completa, quando, pasme-se, aparecia o Lacerda, Chefe da Secretaria do Liceu D.João III, que interpretava divinamente o Fado de Coimbra e outras canções populares beirãs.
As noites coimbrãs, ao contrário do que se pensa, não se resumiam ao ambiente universitário.
RF
25-06-1946
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MUITAS FELICIDADES!
PARABÉNS!
24-06-1939
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MUITAS FELICIDADES!
PARABÉNS!
Parabéns à Universidade de Coimbra pelo 733.º Aniversário. Alma mater da nossa saudade e mocidade...
“De Coimbra fica o rio uma saudade
Cavaleiros andantes, dulcineias
De Coimbra fica a breve eternidade
Do Mondego a correr nas nossas veias
“De Coimbra fica o sonho fica a graça
Antero de revolta e capa à solta
De Coimbra fica o tempo que não passa
Deste passar de tempo que não volta"
ISABEL PORTUGALBEIJAR AS PEDRAS
As paisagens naturais que foram sendo modificadas pelo homem acabam sempre por, de uma forma ou de outra, emergir de tempos a tempos, fazendo valer as memórias daquilo que foram. Parece mesmo que há uma teima intrínseca de não deixar à vontade humana os troféus de uma batalha que nunca foi perdida.
Lembremo-nos, por exemplo, das estradas que, deixando de ser usadas, muito rapidamente são reocupadas pelos tapetes de vegetação que antes aí existiam ou dos rios que, modificados no seu curso, em tempos de cheia, regressam ao leito que sempre foi seu. Em alguns casos, essa remontada é inócua, mas noutros a lei da natureza leva consigo vidas e bens, que nunca deveriam ter estado ali.
No parque do Gerês/Xurés, a barragem do Alto Lindoso pôs travão ao curso do rio Lima, constituindo um recurso precioso para aproveitamento energético e também para reserva de água doce, tão escassa em muitos meses do verão. No ano de 2022, a cota da barragem desceu assustadoramente e deixou à mostra as ossadas de casas e aldeias ribeirinhas bem como os esqueletos das árvores que compunham o verde da galeria ripícola deste rio.
Aceredo foi um dos casos mais mediáticos e mais visitados no ano passado. Milhares de pessoas se dirigiram à aldeia habitualmente submersa e fotografaram os detalhes de uma vida que foi e os objetos de memórias dos outros. O rio, ao subir, foi-se fazendo mar, mar de angústias e de saudade para aqueles a quem foi negado o direito de ficar. Nunca o abandono forçado do lar foi coisa boa: há sempre uma parte que vai e outra que fica e, dizem eles, os expulsos, que nunca mais foram os mesmos. Talvez um dia tudo se esqueça, mas, por ora, estão ainda bem vivas as pessoas que tiveram de partir na década de ’70.
Havia uma multidão de curiosos visitantes que tudo fotografavam, que percorriam as antigas ruas da aldeia então cobertas por uma fina patina de lodo, que passavam as mãos pela água da fonte, ainda funcional, e espreitavam o motor ferrugento do Ami 8, deixado para trás na mesma loja onde agora descansa, à espera das leis da química que noutra coisa o convertam. Havia sorrisos e gargalhadas, fotos em pose e selfies para memória futura e conversas despreocupadas, tão circunstanciais como as de quem visita a Feira Popular nas festas de verão.
Mas nem todos se sentiam assim. Havia uma mulher, vestida de negro, que descia do miradouro com passos hesitantes, não se sabe se pela idade, se pela emoção, que fotografava tudo com o olhar. Onde os outros viam ruas enlameadas, ela via ruas cheias de vida, de crianças, jovens e adultos, ouvia as conversas dos vizinhos e parecia-lhe escutar o cláxon do peixeiro que às quartas passava com o peixe fresco. Seguia com o rosto pétreo e o olhar fixo num alpendre que divisava na curva, depois do moinho. Passou a mão na água que caía da fonte e viu assente nos ferros o caneco de aduelas que tantas vezes levara à cabeça para a cozinha da sua casa, que era já depois da curva.
As paredes estavam lavadas pelo tempo, nuas, todo o estuque das divisões se tinha ido e grande parte das madeiras de suporte repousava entre a lama do piso inferior. Ali via ela as paredes interiores com barro caiado, os quadros da sala de comer, as imagens do Sagrado Coração de Jesus e Sagrado Coração de Maria em caixilhos de vidro com molduras de espelho vermelho e a mesa, ao centro da sala, com os bancos corrido à volta, onde os filhos e o marido se sentavam. Sentiu o frio dos invernos húmidos da montanha e as sombras dos dias quentes; gritou com os pequenos que fugiam para o rio, lá em baixo, para saltarem do amieiro mais alto, estatelando-se na água do açude. Era tudo tão vivo… tudo tão presente!
Naquela casa fora feliz, criara os seus filhos e tivera a sua rede social; hoje, já viúva e com os filhos bem na vida, não conseguia sentir-se completa. Só neste dia, só nesta manhã de domingo ela sentia que um círculo se fechava. Queria partir, mas partir em paz. Sem que ninguém a visse, subiu o alpendre e abeirou-se das pedras da entrada de casa, abraçou-as uma por uma e pediu-lhes desculpa por ter fugido.
Casa Medieval na confluência das ruas Sargento-Mor, dos Gatos e Adro de Cima. A casa tem características de sobrado (loja e habitação) com arquitectura típica desta zona onde se encontravam os mesteres.
(Fotografias de Abril 2019).
SEXTA FEIRA DIA 16 DE JUNHO 2023 21H00 NO CONVENTO SÃO FRANCISCO
12-06--1946
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.. nuvens cinzentas, que o sol se encarregará de dissipar.. e lá no final da tarde darão um pôr do sol daquele
Foto e texto de Leonel Brás06-06-1942
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05-06-1946
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FELIZ ANIVERSÁRO!
PARABÉNS!
CANETA MÁGICA
( Em homenagem a um grande amigo...)
Ofereceram-lhe aquela caneta de tinta permanente, quando ele foi para o liceu, dizendo-lhe que era uma caneta mágica. Aparo prateado, corpo luzidio mesclado de manchas avermelhadas e uma tampa onde sobressaía uma mola para a prender no bolso do casaco.
Apesar de criança ainda, não acreditava muito nessas coisas de mágicos. Sempre foi um miúdo pacato, incrédulo, humilde. Procurava mais passar despercebido do que sobressair no meio dos seus amigos. Mas ficou a pensar naquelas palavras. Havia de experimentar…
A fantasia dos seus verdes anos levava-o para etéreos pensamentos, procurando descobrir uma maneira de testar a magia da caneta. Tinha de o fazer de forma cautelosa, para não incorrer na risota dos colegas.
Um dia disse à Belita, sua amiga e vizinha, que a caneta fazia magias. Apontou-lha e pronunciou em voz cava e soturna, como tinha visto fazer uma vez a um ilusionista do Circo Maravilhas que esteve um tempo junto ao Estádio Municipal:
- Eu caneta mágica, vou te fazer rir às gargalhadas!
A Belita, que não esperava aquela teatralidade, para mais vinda da parte dele, desatou a rir, nem ela sabia bem porquê. E quanto mais sério era o ar dele, mais ela se ria, em gargalhadas sonoras, incontroladas.
Afinal, parece que a caneta era mesmo mágica, pensou ele na sua ingenuidade de criança.
Não se ficou por ali. Tinha que fazer outra experiência que confirmasse a primeira.
Para dar maior solenidade e aparato, tal como fazem os mágicos, desenroscou a tampa e pediu para a Belita abrir a mão. No mesmo tom de voz que parecia sair das profundezas, disse-lhe:
- Eu caneta mágica, ordeno-te que chores agora!
Ao mesmo tempo, apertou com força a caneta e, sem querer, do fole onde estava depositada a tinta, saiu em jacto, um esguicho azul escuro para a palma da mão que a Belita mantinha estendida.
E não é que ela desatou a fugir com a mão a escorrer tinta, gritando pela mãe e a chorar convulsivamente?
Está visto, pensou ele, não há dúvida que esta caneta que me ofereceram é mesmo mágica!
Foram precisos alguns anos para que ele finalmente percebesse que a prova da magia não estava naqueles circunstanciais episódios de infância, mas sim nas palavras que, a mando dele, a caneta vertia para o papel.
Ainda hoje, mais do que nunca, a magia daquela caneta se faz sentir.
Ainda hoje mais do que nunca, quem lê o que ela escreve, não resiste a rir, a chorar, a pensar, a meditar, a comover-se, conforme as palavras que ela desenha no papel.
Afinal quem lhe ofereceu aquela caneta tinha razão!
Essa caneta que o Quito continua hoje ainda a usar é mesmo mágica!
Rui Felicio
01-06-1990
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PARABÉNS!
01-06-1990
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