sexta-feira, 18 de outubro de 2024

ANIVERSÁRIO ENCONTRO DE GERAÇÕES 2008 PASSARAM 16 ANOS- MEMÓRIA FUTURA


Encontro de Gerações e de Emoções



Hoje, três dias após o memorável Encontro de Gerações, do passado dia 18, ainda me encontro pairando num encontro desencontrado de emoções.
A noite da véspera do GEG mal foi dormida na ânsia expectante do encontro de muitos dos amigos que se não via há muitos anos. 
O Encontro daquela manhã nas ruas do nosso Bairro foi o abraço apertado, o olhar nos olhos, e o confirmar, por vezes, sem querer dar nas vistas, do nome na placa que se trazia presa ao pescoço, porque o caminhar dos anos deixou marcas que se nos aproximava em espírito e sentimento nos distanciava na aparência.
Foram as lágrimas reprimidas e as que se soltaram em turbilhão descontrolado.
Foi o querer saber num instante a vivência de trinta ou quarenta anos, e surgia o desejo de tudo querer saber, os filhos, os netos, os sucessos de cada um, porque ninguém naquele momento, queria saber de coisas menos boas. E, também, por vezes, lá tínhamos a notícia triste do amigo que já tinha partido.
Os abraços, os beijos, os risos e as lágrimas secundarizaram a beleza que nos foi presenteada pela Comissão Organizadora - os Gaiteiros e a Banda Filarmónica Penelense -.
Naquele momento o mais importante eram as pessoas, os Amigos.
O descerrar da lápida que irá perpetuar o Encontro de Gerações no átrio do Centro Norton de Matos, o almoço, as fases protocolares, o hino do encontro, os fados de Coimbra e todos os momentos deliciosos que nos foram proporcionados pelo BobyZé, o Alfredo Moreirinhas, e o António Alves, não nos deixam esquecer o belo texto pleno de emotividade do Fernando Gaspar que nos mergulhou, frase a frase, em aspectos do nosso Bairro que pertencem ao passado mas que estão bem presentes. Quantas não foram as lágrimas que afloraram aos nossos olhos, quando se projectava da memória as imagens que nos iam sendo descritas dum tempo que não voltará jamais.
De todos os momentos, o momento de, nome a nome, homenagearmos aqueles que connosco comungaram a fraterna e despreocupada cumplicidade de momentos vividos na juventude, e já não estão no meio de nós, foi o minuto sem tempo do nosso recolhimento e do nosso encontro intimo com a insignificância precária das nossas vidas.
Depois foi o continuar da festa, a emoção do recordar de situações e mais abraços e beijos, o rir dos momentos que a distancia dos factos por vezes nos faz duvidar da nossa própria memória, teria sido mesmo assim?
Agora que a expectativa do Encontro de Gerações foi em tudo superada, fica-nos o amargo de boca do pouco tempo que demorou, e, dos muitos amigos que também estiveram presentes e com os quais não houve, porque o tempo voa, oportunidade de abraçar.
Estamos todos mais próximos e a vida vivida foi de novo revivida neste amplexo de emoções profundamente sentidas na certeza do outro encontro. 
Coimbra, 21 de Outubro de 2008 
Abílio Soares














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