30-06-1943
Nesta data especial...
"Encontro Gerações" deseja
MUITAS FELICIDADES!
PARABÉNS!
30-06-1943
Nesta data especial...
"Encontro Gerações" deseja
MUITAS FELICIDADES!
PARABÉNS!
30-06-1951
Nesta data especial...
"Encontro de Gerações" deseja
MUITAS FELICIDADES!
PARABÉNS!
O avental da Avó.
O primeiro objetivo do avental da Avó era proteger as roupas por baixo, mas também ... servia de luva para tirar a assadeira do forno. Foi maravilhoso para enxugar as lágrimas das crianças e às vezes limpar o rosto sujo. Do galinheiro, o avental era usado para transportar os ovos e às vezes os pintainhos. Na chegada dos visitantes, o avental servia para proteger as crianças tímidas. Quando estava frio, sua Avó se abraçou com ele. Este velho avental era um fole, mexido sobre uma fogueira de lenha. Foi ele quem trouxe as batatas e a lenha seca para a cozinha. Da horta servia de cesto para muitos legumes, depois da colheita das ervilhas, era a vez das couves. E no final da temporada, era usado para recolher maçãs caídas. Quando os visitantes chegaram inesperadamente, foi surpreendente ver a rapidez com que esse velho avental deixava poeira para trás. Na hora de servir as refeições, a Avó foi até a escada sacudir o avental e os homens no campo souberam imediatamente que deveriam ir para a mesa. A Avó também o usava para tirar a torta de maçã do forno para o parapeito da janela, para esfriar. Passarão muitos anos antes que alguma invenção ou objeto possa substituir este avental velho ... Em memória de nossas Avós.
Rui Amandi - sugerida por Albino Reis
NELA DIAS
25-06-1946
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MUITAS FELICIDADES!
PARABÉNS!
24-06-1939
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PARABÉNS!
21-06-1945
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PARABÉNS!
Nem todas as memórias são imateriais nem todas as lembranças são intangíveis. Aquilo que fica do passado poderá ser bem palpável e estar próximo, tão próximo que estendemos a mão ou o olhar e lhe tocamos, sentimos as formas, os sons e as cores. Os monumentos que são testemunhos de uma época, com as suas vicissitudes e os seus progressos, evocam o passado e são, por isso mesmo, uma memória. Uma biblioteca, um museu, uma canção são veículos de memórias, não só pelo que são, mas pelo que representam para cada um. Afinal, cada objeto visível, desde que associado a uma experiência e a um passado, transforma-se em memória(s), pelo que é e pelo que desperta.
Bem perto daqui, nas terras de Penacova, encontramos gigantes que nos transportam exatamente para tempos de memórias, tempos em que não se viajava de forma tão fácil e em que o isolamento era bem maior. São terras de coutos, antigamente sob a vigilância do Mosteiro de Lorvão, onde os declives e as encostas íngremes parecem que conduzem as águas e os ventos ao encontro do pão.
Devido às condições orográficas favoráveis e às ribeiras das terras de Lorvão, instalaram-se núcleos molinológicos que alimentaram milhares de bocas, por séculos, moendo a farinha com que se fabricava a base da alimentação. Outrora havia seis núcleos de vulto, sendo quatro de vento e dois de água. Estes localizavam-se nas ribeiras da Aveleira e de Lorvão, junto a pequenos açudes de água escura onde a canópia da floresta pouco mais deixava passar que uma réstia de luminosidade que distinguia o dia da noite. Aqueles localizam-se na Aveleira, na Portela, em Gavinhos e na Atalhada e são os que ainda testemunham a memória de um tempo.
Estrategicamente localizada, a serra que sobe para a Aveleira e o Roxo, e depois se estende para o interior, é a primeira grande elevação deste anfiteatro que se abre sobre os campos do Mondego e o mar. O vento que a brisa toca chega primeiro à Aveleira, depois passa em Gavinhos e move as velas na Portela. É o mesmo sopro infindável que baila com as velas de um, dança com as velas de outro, despede-se e seduz os moinhos que de longe já avista. Que histórias terá soprado de pano para pano, de gigante para gigante?
Vistos de longe, perfilam-se nas crinas das elevações, uns mais bonitos, outros mais antigos. Sabe-se que na serra da Atalhada estão aproveitados para turismo, que na Portela se encontram os mais bem restaurados e que em Gavinhos os telhados de zinco são a prova do uso tardio, até há muito poucos anos. Parece um paradoxo, mas não é: os moinhos de Gavinhos, por terem sido usados ainda nos anos finais do século XX, são os que estão menos bem conservados na traça original devido ao manuseio utilitário dos engenhos. Os telhados são quase todos de zinco – porque era mais fácil de aplicar e mais resistente ao tempo – e grande parte dos engenhos já usa peças de metal, principalmente os veios, as entrosgas – peças circulares dentadas – e os carretos.
Não importando como, o certo é que durante séculos foram estes moinhos a fornecer a farinha para uma vasta região e contar-se-ão por centenas de milhar as bocas que alimentaram. Hoje restam as sombras e as memórias e cada um destes gigantes é hoje um testemunho erétil da vitória de D. Quixote. Dele todos falam, deles ninguém se lembra. São gigantes mudos e quietos, sem alma e com as entranhas desfeitas. Resta-lhes a carcaça que resiste ao vento que lhes deu vida e os justificou durante tanto tempo. Agora não rodam, não agitam os braços.
Ah! mas os moinhos deviam, incessantemente, rodar e, assim, em cada volta da água, em cada volta do vento, haveria a promessa de pão e memórias na mesa e na mente das gentes.
Antonino Silva
José da Costa( António Seixas do nosso Bairro NM Coimbra)
JÓJÓ
15-06-1953
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"Ao Domingo era dia de banho. Não é que não me lavasse nos outros dias, mas a falta de energia eléctrica e água canalizada, obrigavam a ter alguma parcimónia nesses luxos higiénicos. A bacia, enorme, já estava atestada com água aquecida ao lume, e a grande panela, preta de fuligem, estava também cheia, e ali à mão, para “a última passagem”. Usava um pedaço de sabão azul e shampoo de ovo Palmolive, penso eu, (um luxo recente e cuja saqueta tinha de dar para todo o mês). Depois vestia roupa lavada cheirando a Clarim, e seguia para o Terreiro da Fonte, a ver “como paravam as modas”… A canalha juntava-se ali a par com os adultos que preguiçavam, e comentavam a beatitude de quem saía da missa, ao mesmo tempo que abordavam as incidências dos bailaricos do dia anterior e a previsão do jogo de futebol no Vale do Fojo, no início da tarde. De vez em quando, aparecia um amigo com uma bola e logo se começava um desafio de futebol, mas apenas reproduzindo marcações de canto, adaptando por baliza a porta da Capela do Espírito Santo. Sim, depois de tomar o banhinho, nada como transpirar um pouco para colocar tudo no devido lugar… Do fim da missa à hora de almoço era um ápice, e aos poucos o Largo ia ficando vazio de gente, porque a canja e a galinha “atestada” com batatinha assada e arroz, já esperavam na casa de cada um…bem, nem sempre, mas às vezes lá calhava..." in Memórias & Inspirações
José Passeiro
MARIA TERESA BENTO PRATA
06-06-1942
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PARABÉNS!
05-06-1946
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A CARECA DO SÁ …
Em África, bebi muitos cálices de fel. A guerra, a doença e a
saudade, faziam parte do quotidiano de cada um de nós, dos que lá mourejavam
sem sentido, pela teimosia absurda de Lisboa. Porém, a camaradagem, o espírito
de entreajuda e a amizade, ajudavam a digerir aquele caldo de vinagre que nos
era imposto. E, na amizade, incluo as patifarias com que nos brindávamos uns
aos outros. Afinal, a única forma de afivelarmos no rosto um sorriso ou até uma
sonora gargalhada. E são esses momentos que prefiro recordar, com quem está
numa esplanada de praia, a beber em pequenos tragos, um cálice de Licor Beirão.
Avancemos pois. O homem tinha um nome simples e pequeno - chama-se Sá.
Apareceu-nos lá um dia vindo de Portugal, de mochila às costas, para iniciar a
sua campanha militar. Logo de início se percebeu que era vaidoso. Cultivava o
seu ego e era vê-lo horas ao espelho, a mirar-se e a passar o pente pelo
cabelo. E nós de lado, deitados em cima das nossas camas de sobrancelha
franzida, a pensar na melhor forma de lhe sabotar as peneiras. E foi o seu
feitio crédulo, o mote para mais uma pirataria. Um dia, quando o Sá penteava
pela milésima vez o cabelo e olhava o espelho pendurado num armário, o Pinto
disse-lhe:
- Óh Sá, tu estás a ficar careca, pá !!!.
Combinados uns com os
outros, nós confirmávamos a coroa de padre bem redondinha, que o homem tinha bem
à vista. Foi um drama! A partir daí, o Sá torcia-se todo, tentando com dois
espelhos, ver a parte traseira da sua luminosa cabeça. Na verdade, não havia
qualquer ausência de pilosidade. Mas a mentira, repetida tantas vezes, surtiu
efeito. Desesperado, procurou ajuda no enfermeiro. Debalde. O Azevedo só
percebia de ligaduras e quando dava injeções, espetava a agulha no mínimo,
quatro vezes - .uma carnificina !!!. De cabelos, percebia pouco ou nada. O
Amorim, que dava uns jeitos de barbeiro, também não tinha o elixir mágico que
devolvesse a alegria ao pobre Sá. Foi então que alguém lhe indicou o Alferes
Paulo, transmontano meio louco, que era o responsável pelo parque de viaturas do
quartel. O Sá, correu então para o seu salvador e da oficina trouxe a receita
que teria utilizar meticulosamente todos os dias de manhã. Esfregar uma pequena
porção de massa - consistente no couro cabeludo. E à noite lavar bem a cabeça,
antes de se deitar. Esperançado, o infeliz assim fez. Mas como Deus às vezes é
justo, quem sofreu fomos nós, os mentores da brincadeira, todos os dias no
refeitório a cheirar aquela pasta acre e luzidia a brilhar no cabelo do Sá. Há
tempos, depois de quatro décadas do regresso de Canjadude, encontrámo-nos num
almoço de confraternização militar. Sempre a mesma pose. Sempre a mesma
vaidade. Mas não cheirava a massa - consistente. Cheirava a água – de - colónia
barata de supermercado. Um enjôo !!! Nós os nove, que estávamos à volta daquela
mesa e que por coincidência tínhamos colaborado na patifaria, de novo fomos
penalizados pelos nossos pecados. Realmente, Deus às vezes é justo ...
Kito Pereira
01-06-1990
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PARABÉNS!
01-06-1990
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MUITAS FELICIDADES!~
PARABÉNS!