terça-feira, 30 de novembro de 2021
ENCONTRO COM A ARTE - FOTOGRAFIA
segunda-feira, 29 de novembro de 2021
ANIVERSÁRIO Maria do Rosário Costa-MIMI
MIMI
29-11-1946
Nesta data especial...
"Encontro de Gerações" deseja
MUITAS FELICIDADES!
PARABÉNS!
domingo, 28 de novembro de 2021
ENCONTRO COM A ARTE- FOTOGRAFIA - ARCOS DO JARDIM
sábado, 27 de novembro de 2021
ENCONTRO COM A ARTE- FOTOGRAFIA! -- COIMBRA MODERNA
sexta-feira, 26 de novembro de 2021
ENCONTRO COM A ARTE - FOTOGRAFIA - COIMBRA
quinta-feira, 25 de novembro de 2021
Encontro com a Arte- poesia
A noite vem de mansinho, pé ante pé
Aqui, na minha aldeia, cessa o ruído
As crianças deixam o largo do Enxido
E os homens saem da taverna ou café
Atiçando o ladrar de algum cão atento
Que escuta o mais leve sonido do vento
Para lá do aconchego da chaminé
Ao abaixar da noite tudo se aninha
Tombam, no chão, algumas folhas esteadas
Onde dormitam lagartixas enroladas,
Aranhas tecedeiras, uma joaninha…
A flor turquesa da chicória adormece,
O policromado matiz desaparece
À medida que a escuridão caminha
Em noites quentes de Verão, com lua cheia
Aquela fada altaneira a brilhar
Desperta um não sei quê no nosso olhar
Que põe tudo diferente… tudo prateia
Como se nos convidasse para a farra
A bailar ao som da estouvada cigarra
Cantarolar que nos cativa e enleia
As fadas, então, acordam a madrugada
Obrigam a lua a recolher o seu luar
Para que o sol possa vir administrar
A paleta do arco-íris apresada
No pratear cinzento duma noite clara
Que, embora seja duma beleza rara,
A Natureza é mais linda, acordada
Georgina Ferro
quarta-feira, 24 de novembro de 2021
ENCONTRO COM A ARTE - FOTOGRAFIA - COIMBRA MODERNA
terça-feira, 23 de novembro de 2021
DE COIMBRA PARA O MUNDO -
segunda-feira, 22 de novembro de 2021
ENCONTRO COM A ARTE - FOTOGRAFIA - COIMBRA DE OUTROS TEMPOS
domingo, 21 de novembro de 2021
A NOSSA BAIXA DE COIMBRA
sábado, 20 de novembro de 2021
COIMBRA DE OUTROS TEMPOS
sexta-feira, 19 de novembro de 2021
GABU - antiga |
A DOCE AMÉLIA …
Apareceu-nos no Gabú, vindo das altas terras da Guarda. Trazia nos ombros as divisas de furriel e cedo deu nas vistas pela sua gabarolice. Cabelo quase rapado, usava camisa justa de manga curta, de onde sobressaíam dois braços peludos, que mais pareciam dois troncos. Quer nas tertúlias do bar ou nas noites escuras da tabanca, a conversa do Almeida era sempre a mesma: a sua apetência por saias. Gabava-se de na Guarda ser um galã, e que nos bailes da região, destroçava corações. Um dia, numa passagem por Bissau, enquanto bebia uma “imperial” no café do Bento, reparei numa fotografia caída no chão. Apanhei-a. Era o jovem rosto de uma mulher. Olhei-a com curiosidade e logo me apercebi de uma verdade que não merecia contraditório: a miúda era feia como a noite dos trovões !!!. Tinha um rosto comprido e um queixo de rabeca, um nariz adunco e era ligeiramente estrábica. Meti então a fotografia na carteira, enquanto na minha mente se começou a formar uma ideia maquiavélica. Chegado ao teatro de guerra e num recanto escuro do Bar, convoquei o alferes Beirão e o furriel Mimoso para uma conversa. E foi ali, sentados numa mesa que esboçámos a conspiração. O Beirão era da Guarda, e estava a poucos dias de ir de férias a Portugal. E a ideia peregrina era esta: o alferes levar a fotografia da rapariga, e remetê-la depois numa carta arrebatadora e apaixonada, endereçada ao Almeida para a Guiné. Analisámos a “canalhice” ao pormenor. A letra tinha que ser feita por mão feminina, e era preciso um remetente. Enquanto o Mimoso franzia a sobrancelha de tanto pensar, o Beirão resolveu de imediato o problema. Estou a vê-lo, alto e careca, pálido como uma vela de estearina e uma voz grasnada, a dizer: “ … a carta escreve a minha irmã … e o remetente pode ser mesmo o lá de casa …”. Com afinco e reboliço, debruçamo-nos então a escrever o teor da missiva, comigo à cabeça do pelotão. A Amélia do Amparo - assim baptizámos a miúda – dizia-se “vítima” de uma paixão arrebatadora pelo Almeida, e que tinha “revolvido o mundo” para saber do paradeiro do seu amado. Bem, a carta ficou um Mimoso mimo. Agora, já só faltava a irmã do Beirão copiá-la. Dias mais tarde, o alferes partiu de férias, levando no bolso um rascunho redigido por três trafulhas. E a fotografia. Depois, foi só aguardar, pacientemente, que a carta da “doce Amélia” chegasse. Como chegou. Após a correria na procura do nosso correio, eu e Mimoso encostámo-nos a um frondoso embondeiro, no meio da parada. E pelo sorriso triunfante do Almeida, percebemos que o Beirão tinha cumprido, na íntegra, a espinhosa missão. Regressámos então ao abrigo, enquanto o Almeida, sentado num tronco de árvore, devorava a arrebatada mensagem, com os olhos fora das órbitas. Minutos depois entrou na nossa toca, triunfante, a acenar com a fotografia na mão, e a dizer fora de si: “ … eu sabia… eu tinha a certeza … que ela estava louca por mim …óh malta… você nem imaginam o “marmelanço” que foi num baile de anos de uma amiga minha … ela toda derretidinha … vou já escrever-lhe !!!...”. E escreveu. Só que nunca houve retorno das inflamadas cartas do Almeida, como era óbvio. O destino era o caixote do lixo, em casa do Beirão. Mas o nosso “pinga-amor”, nunca deu o braço a torcer. Quando chegava a avioneta do Correio, percebíamos na cara dele o seu desencanto e o ar crispado…
O ano passado, lá para os lados de Fátima, os militares que durante várias décadas passaram pelos trilhos do Burmeleu e do Chéche, resolveram encontrar-se num almoço. Tinham decorrido quase quarenta longos anos. No repasto, apenas reconheci dois ou três militares daquele tempo e do meu tempo. E o Almeida. Ficou à minha frente, na mesa. Com um sorriso seráfico, fui perguntando se ele tinha casado com a “doce Amélia”. Disse-me que não, mas que quando regressou de vez a Portugal, ainda tinha andado “enrolado” com ela. Tanto tempo decorrido após o regresso da guerra, o Almeida continua com a mesma prosápia. Este ano, haverá, certamente, novo convívio. Espero não ficar na mesa dele. É que já não tenho paciência - não tenho mesmo - para o recomeçar da verborreia …
Kito Pereira.
quinta-feira, 18 de novembro de 2021
DE COIMBRA PARA O MUNDO
quarta-feira, 17 de novembro de 2021
ANIVERSÁRIO Graça Maria Ferreira Gaspar
17-11-1949
Nesta data especial...
"Encontro de Gerações" deseja
MUITAS FELICIDADES!
PARABÉNS!
terça-feira, 16 de novembro de 2021
CORPO DE MAR - HÁ UMA MILENAR RELAÇÃO DA MULHER COM O MAR - Texto do Professor Renato Àvila COIMBRA
Há uma milenar relação da mulher com o mar. As navegações mediterrânicas da idade clássica criaram mitos de divindades femininas de beleza e concupiscência em templos onde os navegantes celebravam o amor. E o imaginário dos poetas criou novas divindades míticas ligadas ao mar: as sereias, as ninfas, as nereidas tão bem plasmadas por Camões nessa imortal epopeia lírica que canta exaltando o peito ilustre lusitano – OS LUSÍADAS. Lá encontramos as tágides, as deidades da bonança na tormentosa viagem do Gama e essa obra prima que é a alegoria da Ilha dos Amores.
A mulher é a vastidão criadora do mar, a claridade cristalina do azul luminoso do céu, a força indómita das ondas do mar, a bonança e a doçura do líquido elemento beijando a areia da praia.
CORPO DE MAR
Em teu cor(po), meu amor, pressinto o mar
Em volutas de espuma e de rosas,
Bonanças que se espraiam preguiçosas,
Horizontes que se perdem no olhar.
Sereias mil me beijando ao luar,
Medusas que me cingem caprichosas,
Ninfas nuas dançando deleitosas
Ressacas de volúpia em preia-mar.
E quando minhas mãos acariciando
As ondas que se lançam em frenesim
Nas praias do teu corpo em descomando,
Um navio as amarras solta em mim,
Em águas buliçosas ondulando
Preste se vai por mar e céus sem fim.
segunda-feira, 15 de novembro de 2021
ANIVERSÁRIO Sarah Oliveira
15-11-1980
à cette date spéciale...
"Encontro de Gerações deseja
Meilleurs voeux
Joyeux anniversaire
domingo, 14 de novembro de 2021
INTERLÚDIO MUSICAL Ne me quitte pas, Jacques Brel
ANIVERSÁRIO Francisco Pereira Nunes
CHICO NUNES
14-11-1945
Nesta data especial...
"Encontro de Gerações" deseja
MUITAS FELICIDADES!
PARABÉNS!
sábado, 13 de novembro de 2021
INTERLÚDIO MUSICAL Brigada Victor Jara "Pézinho da Vila" Musica tradicional dos Açores...
ANIVERSÁRIO Maria de Fátima Reis
sexta-feira, 12 de novembro de 2021
ARTISTA DO NOSSO BAIRRO- PINTOR "JOSÉ DA COSTA "
quinta-feira, 11 de novembro de 2021
ANIVERSÁRIO Hermano Arrobas
MANITO
11-11-1944
Nesta data especial...
"Encontro de Gerações" deseja
MUITAS FELICIDADES!
PARABÉNS!
quarta-feira, 10 de novembro de 2021
ENCONTRO COM A ARTE - FOTOGRAFIA COIMBRA
terça-feira, 9 de novembro de 2021
ANIVERSÁRIO Celeste Maria Ferreira Rafael
09-11-1941
Nesta data especial...
"Encontro de Gerações" deseja
MUITAS FELICIDADES!
PARABÉNS!
Uma data inspiradora....
Celeste Maria...minha ODE de Octogenária
GRATA À VIDA
Já vivi oito décadas
Passaram a voar!
Puxa, 80 anos,
número redondo,
uma data a assinalar!
Formam três círculos de memória,
bem vincada
na minha testa plissada.
No centro profundo.
A Rosa abriu
em embalos de ternura
no amor
dos que me deram o Ser!
com carinho e dedicação
um irmão querido
haveria de nascer!
Mais um centro.
O amor, grande amor!
minha carta de alforria,
caminhando de mãos dadas,
66 anos passados.
Oh! quanta alegria,
em dois frutos
dois amores
encantadores!
A culminar os meus sonhos
o coração deu um nó.
Três presentes,
três pérolas!
Felicidades de avó.
Sobrinhos que se cruzaram,
ramalhetes de flores
viçosas,
amorosas!
Vem o círculo
da amizade
dos amigos sem idade!
De ontem,
de hoje,
de sempre.
Pelos diâmetros
vinco os círculos,
fechados,
agora em metades.
Houve espinhos,
sombras,
lágrimas,
tristezas,
frustrações,
ansiedades...
Sem saudades!
ANIVERSÀRIO Elizabeth Oliveira
segunda-feira, 8 de novembro de 2021
ANIVERSÁRIO Fernando Costa Freire
08-11-1946
Nesta data especial...
"Encontro de Gerações" deseja
MUITAS FELICIDADES!
PARABÉNS!
domingo, 7 de novembro de 2021
ENCONTRO COM A ARTE - FOTOGRAFIA
sábado, 6 de novembro de 2021
ENCONTRO COM A ARTE - FOTOGRAFIA A NOSSA BAIXA DECOIMBRA
sexta-feira, 5 de novembro de 2021
ENCONTRO COM A ARTE - FOTOGRAFIA - COIMBRA
quinta-feira, 4 de novembro de 2021
quarta-feira, 3 de novembro de 2021
NOTÍCIA TRISTE! Maria Alcina Fernandes
O corpo encontra-se em câmara ardente na Igreja Matriz de
Santa Maria da Feira desde as 9 horas de hoje 4ª Feira.
Esta 5ª Feira dia 4 pelas 13 horas haverá Cerimónias Fúnebres.
De seguida seguirá para Cinfães onde pelas 16 horas será realizado o funeral.
Encontro de Gerações envia a seu marido LINO JOSÉ PEREIRA e demais familiares as mais sentidas condolências.
QUERO VER-TE VOAR Texto do Professor Antonino Silva
Quero ver-te voar
O mundo, para alguns, é quadrado e, como tem cantos, essas pessoas sentem-se perdidas por lá, como se a vida as tivesse varrido e esquecido. Nós, os do mundo redondo, às vezes vemo-los a tentarem encontrar o centro, à procura do seu lugar na normalidade. Felizmente, muitos conseguem fazê-lo consigo mesmos e com quem os rodeia, a família e amigos. Estes são os vencedores da desventura, os bravos que conseguem marcar o seu fado e trocar as voltas a um destino fatalista.
O mundo é, porém, redondo para muitos de nós, onde as ordens não se trocam, onde expressões de amor de pais e filhos são naturais, onde as amizades vingam com a mesma naturalidade e certeza com que as sementeiras dão colheita e o granjeio dá frutos. É quase uma felicidade natural ter os braços de um pai ou mãe que acolhem, aqueles abraços que são tetos e as palavras que são cartilhas e sabem a bolos de aniversário. Quem tem a sorte de ter crescido nestes ninhos sente, na infância, que tudo parece certo e seguro e que nada tem o sabor do irremediável. E mais tarde, quando algo nos falha, quando as pessoas se vão e as lembranças se diluem, continuamos a observar que tudo esteve bem e as horas bateram certas, as boas e as más, conforme seria correto.
A Cidália Sanona era uma das pessoas varridas para um canto do mundo. A pobreza extrema em que ela e o marido viviam parecia condenar à morte qualquer sonho, qualquer sorriso ou vontade. Tinham um filho único, o Avelino, pequenote bem guixo, de olhos grandes e cabelo loiro espetado e cortado pelo pai, às escaleiras, com a navalha da enxertia recebida num saco de adubo da Nitratos Agran. O amor era inversamente proporcional às posses materiais da família. Não tinham terras, não tinham casa e viviam numa loja de divisão única, paga com um dia de trabalho por semana na quinta do Chões, gente de posses da aldeia. O soldo dos restantes dias era para comprar o pão e poucas coisas mais com que se alimentavam.
Com 6 anos, o Avelino entrou na escola primária, que funcionava numa sala velha da quinta da igreja e em cujo sobrado havia buracos quase tão grandes como os corpitos franzinos que perto deles se sentavam. Se o jeito para os estudos estivesse em relação direta com a pobreza, ninguém daria um grão de arroz pelo sucesso do cachopo; todavia, era nele que o professor Duarte via a centelha mais viva da vontade de aprender. A sua lousa era uma metade aproveitada de uma outra, que se partira e tinham deitado fora, e o petiz embrulhava-a com um pano grosso de lã, protegendo-a contra qualquer acidente. Nos caminhos para a escola, menino ouvia os cheiros, tocava os sabores e via os sons do mundo como nenhum outro.
O professor Duarte viu a criança por dentro e, em dezembro, quis falar com a mãe. “É que o seu filho é muito inteligente e é uma pena andar aqui a marcar passo. Se o deixasse ir fazer exame especial a Lamego ali pelo Natal, ela passava para a 2ª em janeiro e em outubro já iria para a 3ª, ou seja, faria duas classes num ano”. Os ouvidos de mãe ouviam com gosto, mas o que o professor disse depois angustiou-a: ”…mas terá de frequentar a 2ª classe em Lamego, não aqui”. E agora? Como é que haviam de arranjar? Como iria para a cidade? Com que roupas? Não dava, senhor professor, não dava!
Como o professor dava aulas de tarde na cidade, prometeu que o levava e trazia, mas pouco mais podia fazer. Por isso, a Cidália Sanona nem dormiu. No dia seguinte falou com o marido e prometeram a si mesmos que se descalçariam de tudo para poderem dar asas ao filho, porque seria ele quem os colocaria de novo num mundo redondo, sem cantos de miséria.
Assim foi: o Avelino acabou o liceu na cidade e veio para Coimbra, onde se formou em Direito, voltando já homem para a cidade do Douro como excelso advogado. Foi sempre o melhor entre os seus pares, respeitado e afamado conselheiro.
Os pais, esses, sem deixarem de trabalhar, mal o filho se estabeleceu, encontraram o centro do mundo, sob a abundância da sua capa que, nos dias de vento, batia como as asas que os pais lhe tinham dado quando de tudo se descalçaram.
Antonino Silva