terça-feira, 31 de maio de 2022

ENCONTRO COM A ARTE- POESIA

 

TONS ARBÓREOS

 

O caule tinha o rigor da idade

A casca era rugosa e dura na aparência

Os ramos já não vergavam ao vento

Apenas as raízes mantinham a harmonia

E o conhecimento subterrâneo                                                          António F. Pina

Do breu e da terra negra onde cresceram.

A Primavera deu-lhe vigor e consistência

Num crescente clarear arborescente

Tingindo de verde a paisagem enfadonha

Num remoçar mesclado e emocional

Que nos cerceia os sentimentos mais agudos.

Depois a flor madura libertou na aragem

A fragrância inebriante e atenta do sonhar

E uma pétala sensual à tona da água.

Daí a sofreguidão de harmonia e rigor

E constelações de palavras solidárias

Ternurentas e humanas.

Desenhadas no parco céu

Que uma simples folha de papel abrange.

 

Entretanto

No inaudível rumorejar da mente

Erguem-se estrelas como balões de ar quente

E o sol imenso da tarde distende as sombras

Suaves e longas sobre o macio do chão

Que vou pisando

Brandamente.

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🎥 https://youtu.be/Nh_Uh0RioUw

© António F. de Pina . 2021

 

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