TONS ARBÓREOS
O caule tinha o rigor da idade
A casca era rugosa e dura na aparência
Os ramos já não vergavam ao vento
Apenas as raízes mantinham a harmonia
E o conhecimento subterrâneo António F. Pina
Do breu e da terra negra onde cresceram.
A Primavera deu-lhe vigor e consistência
Num crescente clarear arborescente
Tingindo de verde a paisagem enfadonha
Num remoçar mesclado e emocional
Que nos cerceia os sentimentos mais agudos.
Depois a flor madura libertou na aragem
A fragrância inebriante e atenta do sonhar
E uma pétala sensual à tona da água.
Daí a sofreguidão de harmonia e rigor
E constelações de palavras solidárias
Ternurentas e humanas.
Desenhadas no parco céu
Que uma simples folha de papel abrange.
Entretanto
No inaudível rumorejar da mente
Erguem-se estrelas como balões de ar quente
E o sol imenso da tarde distende as sombras
Suaves e longas sobre o macio do chão
Que vou pisando
Brandamente.
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🎥 https://youtu.be/Nh_Uh0RioUw
© António F. de Pina . 2021
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