CASULO
Refugio-me nos silêncios que bordo em versos tristes,
Numa simplicidade que me veste de palavras soltas,
E vibro um cansaço sem medida que insiste e persiste,
Derrotando as memórias felizes que são tão poucas!
Embriago-me no vinho dos céus abertos sem estrelas,
Suavizando as saudades que ainda não ousei matar,
E cercada de muros que são dores sem portas nem janelas,
Sou pássaro a quem a vida roubou a vontade de voar!
Que bom que era que houvesse milagres por encomenda,
Aquela magia que traz todo o universo sem demora,
E qual cinderela que trajando dor se veste de prenda,
Visse as noites internas dissipadas em divinal aurora!
Nina Oliveira
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