terça-feira, 30 de outubro de 2012

O Jardim Botânico de Coimbra na manhã de um domingo com 25 horas

28 de Outubro de 2012



28 comentários:

  1. Deram-te mais 1 hora e o resultado é este!
    Também a menina tem um manual de fotografia?

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  2. É um Jardim onde sempre gostei de passear desde jovem.
    Mantenho esse gosto quando calcorreo Coimbra a pé e é com alguma frequência...

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  3. Comigo, é a máquina fotográfica que dispara. Eu não dou tiros.

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  4. Belas imagens....que estão em "sintonia"...com o belo "pulmao da cidade", o Jardim da Sereia.
    Mas às vezes....and am por lá alguns pulmões carregados de nicotine e nāo só!!! Já agora...aqueles grafittis...na entrada do Jardim...eram bem escusados!!!???

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    1. JottaElle, os grafittis são uma bela m...
      Tirei umas fotos no Jardim da Sereia a esse respeito, que estão em rascunho.

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  5. A 4ª foto, aquela flor!... Com aquilo vermelho tudo levantado!!!... Não sei, não!...
    Como fotografia, gosto mais da primeira.

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    1. Alfredo, por algum motivo essa foto das flores vai ser um postalinho d'a funda São. Tu tens olho...
      Gostei especialmente do tronco caído no chão que deve lá estar há muito tempo. Tanto, que está todo envolto em musgo e algumas plantinhas estão a nascer de lá.

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    1. Foi só uma forma de partilhar convosco um passeio que me soube muito bem.

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  7. Tal como o Alfredo, a fotografia de que gosto mais é da primeira.
    Mas aquilo que esta sequência fotográfica me fez recordar foi o seguinte:


    Em Abril de 1961 é publicada na Via Latina a “Carta A Uma Jovem Portuguesa”.
    Foi uma pedrada no charco putrefacto da falsa moral e dos apregoados bons costumes que Salazar impunha para defesa de um puritanismo ultrapassado e balofo.
    A carta denunciava a diferença abissal entre os direitos e comportamentos dos rapazes, em contraponto à passividade das raparigas, educadas para viverem no fingimento e na mentira, proibidas de expressarem livremente os seus sentimentos.
    Aquela carta tornou-se uma bandeira, um verdadeiro manifesto que despertou as consciências e libertou as amarras e os preconceitos da juventude mais instruida.
    O regime sentiu-se atingido numa das suas principais carateristicas basilares de amordaçar as liberdades.
    E a reacção não se fez esperar.
    As autoridades fizeram circular os boatos mais ordinários e insultuosos, através dos quais se acusavam as raparigas estudantes de se prostituirem, de fazerem sexo indiscriminadamente com o primeiro rapaz que se lhe deparasse e que o faziam nas matas do Jardim Botânico, ofendendo, com os seus comportamentos, os sãos principios das “pessoas de bem” das senhoras, e das crianças que passeavam naquele Jardim.
    A seguir, mandaram fechar os portões do Jardim Botânico todos os dias depois do por do sol.
    Antes disso, o Jardim estava aberto 24 horas por dia. Não sei se a restrição ainda se mantém nos tempos actuais.

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    1. As coisas que eu aprendo contigo. Abençoado.
      Bem hajas!

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    2. Claro que naquele ano, ou ainda nem existias ou tinhas acabado de nascer.
      Não poderias saber disto.
      Mas olha que aquela carta foi um importante marco na libertação mental das mulheres portuguesas.
      Que ultrapassou as fronteiras de Coimbra e pouco tempo depois atingiu as Universidades de Lisboa e do Porto.

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    3. Tinha meio ano.
      Vou publicar isto n'a funda São. «Causas».

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  8. Se o vais fazer, talvez seja melhor confirmares, se puderes, a data de Abril de 1961. É que escrevi de memória e pode aqui haver algum lapso.
    Mas quase de certeza que foi nesse mês. Do ano não tenho dúvidas.

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  9. E explico de estar tão certo desta data:

    Não esqueci nunca o ano de 1961, porque ele foi o annus horribilis do Estado Novo:

    Inicio da guerra de África
    Assalto ao Quartel de Beja
    Assalto do Santa Maria
    Desvio de um avião da TAP
    Fuga de presos de Caxias
    Invasão de Goa pela União Indiana
    Golpe de Botelho Moniz

    Lembro-me bem desta sucessão de acontecimentos e de nesse mesmo ano ter aparecido na Via Latina esta "Carta a uma jovem Portuguesa"

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    1. Confirmado: «Via Latina» nº 130, de 19 de Abril de 1961.
      Tens aqui o «recorte» do artigo.

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    2. Uma abordagem interessante, que vi aqui:
      "É neste ambiente que, em Abril, rebenta o escândalo da publicação do texto “Carta a Uma Jovem Portuguesa”, do estudante Marinha de Campos, no Via Latina, semanário da Associação Académica de Coimbra. O texto torna-se um manifesto contra o moralismo serôdio do salazarismo(...) Sucedem-se as acusações e, nas hostes associativas, o embaraço é grande. Mesmo para as estudantes mais emancipadas, como as do Conselho Feminino da AAC, não é fácil tomar partido pelo texto. No Encontro, jornal da Juventude Universidade Católica, é denunciada a «apologia descarada do amor livre e a negação de toda a espiritualidade do matrimónio». A direção associativa remete-se ao silêncio e o jovem Marinha de Campos aceita dar explicações em Assembleia Magna, onde se defende timidamente, tentando evitar o encerramento da AAC, temido por muitos. O Via Latina publica uma edição aberta às críticas à Carta, sem a valorizar, em nome da liberdade de expressão."

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    3. És extraordinário. Ensinas-me e ainda agradeces...

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  10. De cinco fotografias "inócuas" do Paulo Moura, sobre o Jardim Botânico, foram tecidos comentários de grande relevância pelo Rui Felício, seguido de pesquisa do Paulo ...
    Parabéns a ambos ...

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    1. Olha que a das flores não é assim tão "inócua". Amplia-a e aprecia...

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  11. Depois dos comentários do Rui Felício e do Paulo Mora, pode-se bem dizer que esta é a vigésima quinta hora do blogue.
    Que Virgil Gheorghiu me perdoe e vocês também...

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    1. Tens razão: Paulo Mora... fico assim com a mudança de hora.

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    2. 25ª HORA.
      Li este livro, quando jovem, no Bairro.
      Foi-me emprestado mais ou menos em segredo, porque, embora a Coimbra Editora o tivesse à venda, dizia-se que era perigoso que algum bufo nos visse com ele.

      Espanto-me, a esta distância, que os leitores da 25ª Hora pudessem ficar sob observação da polícia!

      Nada escapava à censura. Quando o não podiam fazer aos próprios livros, faziam-no aos leitores...

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