sábado, 2 de julho de 2016

A MOTA DO JOÃO ...





Apagão total ...

Deitado numa maca e de pés para a frente, entrei triunfalmente na sala de urgências do Hospital da Universidade de Coimbra. 

Decididamente, eu tinha uma avaria que precisava de ser resolvida. 


Até lá, foram litros e litros de frascos pendurados por cima da minha cabeça, a balançar num ping – ping e gota a gota enervantes. 

A maior sorte foi ter ficado encostado a uma janela ampla, que me deu para observar o céu e as nuvens alvas e aquele aviãozinho de passageiros cor de prata, que ora deixava um rasto de fumo esbranquiçado no céu, ora se escondia no ventre de um castelo de nuvens.


A minha observação foi de repente interrompida. Encostado a mim, apareceu uma outra maca e como o reposteiro não estava corrido, fiquei a olhar para a cara do miúdo inquilino da dita maca. 

Vinha num estado miserável, a cara pintada de vermelho, que mais parecia um cartaz da intersindical. Olhei com curiosidade uma perna entrapada, os pulsos ligados e as crostas de sangue mal seco na testa. Foi então que, num impulso, que lhe perguntei descarado:


- O que é que te aconteceu, puto ?


E ele, que depois me disse que se chamava João, explicou que aquela maldita gravilha numa curva fez derrapar a mota. Depois só se lembra de ter voado por cima do guiador e de ter ficado sem sentidos. 

Apagão total, como diria o Mário Zambujal.


Tentei animá-lo, dizendo-lhe que tinha ouvido um comentário de que ia ser transferido para o hospital de Leiria, perto de sua casa e que se calhar o seu caso não era grave.


Foi então que a resposta do miúdo me surpreendeu, quando me disse com um olho negro e a ponta do nariz esfolada:


- Sabe, eu não estou preocupado comigo, o que me preocupa é minha mota que ficou lá, e se os meus avós a não forem buscar, se calhar roubam – ma.


Fiquei de novo a olhar para as garrafinhas transparentes penduradas por cima da minha cabeça. E a pensar em como são diferentes as prioridades das pessoas ...
Quito Pereira

    

21 comentários:

  1. Ou seja, a mota é que deveria ter entrado nas urgências.

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  2. O local para as urgências será noutro hospital...talvez até para a sucata se for demasiado grave.
    O puto mais velho e autor desta crónica entrou de pés para a frente num veículo empurrado, ligaram-lhe uns fios e umas garrafitas de branco soroado, vistoriaram-no bem e resolveram repara-lhe o que estava avariado.
    Ficou fininho só sustentado com flocos de aveia e o respectivo sítio já respira e e se necessário troa bem.
    Agora tem que encher um pouco...senão tem que ir para roupa "S".
    Está pronto para as curvas...mas não de mota...que o vizinho do lado não o aconselha- só por causa da gravilha!
    O almocito( já mais barato 10%) espera por nós no domingo..

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  3. Esta postagem do Quito vem mesmo a calhar.
    Há pessoas com prioridades diferentes mas neste caso era ainda mais profundo: havia uma preocupação constante do motociclista que nem o fazia pensar ou mesmo sofrer com o que estava a passar. O sofrimento era secundário.
    Os maratonistas, os ciclistas e em muitos outros desportos a pessoa sofre. Se eles forem a pensar no sofrimento, desistem. A concentração está na finalidade.

    Já agora vou mostrar um pouco do que se vive por aqui: tendo acompanhado os comentários sobre o sofrimento de três pessoas do meu tempo aí no bairro com problemas idênticos ao meu, francamente que andava preocupado. Li um livrinho que me foi dado na clinica da dor e em que dizem ao doente para sempre que sentir a mínima dor informar logo os médicos. Até nos convidam a aumentar de forma exponencial a dor que sentimos, que não tenhamos receio em o fazer. Na quinta-feira, 16 de Junho, tive a reunião habitual na clínica da dor. Mais parecia uma reunião da ONU pois estava um médico de origem sul americana de língua espanhola, um de origem inglesa, um indiano, um judeu, um árabe e duas super enfermeiras dando-se todos bem. Aí pûs-lhes a situação de pessoa que partem com muita dor sem falar nos nossos casos e comecei a notar a olharem-me com muita atenção acompanhada de admiração e a olharem-se entre eles. Quando cheguei ao fim, foi-me explicado as inúmeras complicações que me podem aparecer indo ao ponto de ter tido uma lição sobre a tiroide além da forma como poderiam intervir no caso das metastases ósseas e disseram-me que dôres eu iria ter porque se não as tiver eles também não poderão intervir. Logo que me queixe, eles tentam resolver o assunto rápidamente. Como a maioria das pessoas preferem estar em casa, só no caso de não conseguirem controlar a dor, recolhem o doente ao hospital. Como vissem a minha admiração, no fim, o médico judeu levou-me a visitar a “Clínica dos cuidados paleativos" que aqui chamam-lhe casa. Defeniu-me que havia lá dois tipos de doentes: os em faze terminal e outros que tiveram que os recolher porque não conseguiam contolar as dores em casa. Vi as pessoas a conversarem muito normalmente, outras ao telefone e outras a ler. Era a Paz.
    Para mim as pessoas só têm duas opções: quererem sofrer com o seu caso, lamentarem-se, serem envolvidas por gente que só lhe querem bem e com muita pena, acabar por ter pena de si próprio e por isso andar como um morto vivo que se vai desgastando a cada momento. O pior que se pode dizer a um doente destes é dizer-lhe "NÃO" qualquer que seja o assunto, tentar minimizar o sofrimento porque a pessoa de facto sofre e chega à conclusão que os outros o não compreendem. O melhor a dizer é coragem, é preciso muita coragem, etc., tudo à volta da palavra "coragem".
    A segunda e melhor opção é a pessoa aceitar a situação e sem pensar no assunto ou pensando o menos possível, levar uma vida normal. Nessa vida normal deve dar um realce extraordinário a tudo o que faz. Deve mexer-se e se possível fazer manutenção, deve mesmo tentar fazer trabalhos que o obriguem a pensar e a criar para que tenha o tempo ocupado positivamente. Não me posso esquecer que desde que soube o que tinha e a sua velocidade de desenvolvimento, que pouco tempo iria ter de vida. Já muitos milhões que não tinham nada, não estavam doentes, partiram e ainda por cá ando. Agora até ando radioactivo com o novo tratamento, pois se tiver que passar nos detectores de metal mesmo que seja num aeroporto, as máquinas vão cantar de alegria. Quanto tempo mais... não interessa. O que conta é viver com qualidade de vida.
    Se a vida é bela não para quê sacrificá-la?
    Viva a vida.

    Bem... agora vou até à biblioteca, depois vou ver se descubro uma obra de arte nem que seja um mural, depois vou buscar a Joana à terminal de camionagem pois acabou as frias e depois vamos ver o Alemanha-Itália. Isto é que é um problema... com tanto que fazer nem gozo a reforma...

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    1. À parte outros erros de escrita no meu comentário acima, até trocas de s por z, aonde se lê "Se a vida é bela não para quê sacrificá-la" leia-se: "Se a vida é bela para quê sacrificá-la".

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    2. Grande aula acabas de de dar!
      É de grande utilidade ler com atenção o teu comentário/aula!
      E és um grande exemplo de amor à vida.É por isso que tudo é cumprido à risca.
      Na reunião que tiveste com essas médicos de várias nacionalidades, que te faziam lembrar a ONU(mas sem direito a veto...)surpreendeu-me(pela positiva) quando te referiste às super enfermeiras.Ora traduz lá o "super"!
      Ainda bem que vais dar umas voltas...vais encontrar de certeza matéria para uma postagem...é uma boa diversão para ti e para este insaciável espécie de blog...
      Um abraço

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    3. Meu caro Chico, já tivemos ocasião de trocar impressões sobre o tema "viver a vida" mas, desta vez, vais mais fundo e deixas uma autêntica lição de como combater e enfrentar uma doença de forma inteligente.
      Este teu texto, não sendo muito grande, deixa enormes ensinamentos. Penso que deveria ultrapassar as paredes deste blogue, onde será lido por poucas pessoas. Deveria fazer parte de um manual de orientação para doentes e cuidadores.
      Julgo que consigo penetrar no teu estado de espírito e só te tenho de dizer que não sei se aprecie mais a tua força, se a tua inteligência.
      Nas tuas passagens pela "casa" poderás fazer obra meritória, ensinando o teu "saber viver". Se conseguires transmitir todo este teu positivismo, e tu consegues, poderás ser a melhor ajuda para esses teus companheiros perceberem que a vida é bela. Há que a saber saborear dia a dia, hora a hora.

      E como é que é? Ganhámos à Alemanha?
      Ah, é verdade, antes disso ainda temos de manger os Galos, digo eu...
      Grande abraço.

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    4. Bem, Viana. Conseguiste ser mais profundo na tua análise e realçar bem a mensagem do Chico
      Quanto a futebóis, penso que tem que ser uma passo de cada vez!
      Pois a equipa Galesa não vai ser "pêra doce! Mas se for por mim é para vencer!Bale?

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    5. Rafael
      As super enfermeiras têm um curso universitário avançado dentro do seu campo a tal ponto que podem prescrever e até tomar as decisões necessárias na falta do médico. Se o médico estiver no serviço elas resolvem muitos problemas sem necessitarem dele, incluindo o comando das outras se tal fôr necessário.
      Um exemplo: quando acabei o meu primeiro tratamento experimental foi a enfermeira pivô, que é na verdade uma super enfermeira, que estava na oncologia e que tratou do meu assunto quando os dados idos da medicina nuclear lá chegaram. Como a médica Dra. Ghali, de origem síria não estava e até vai de férias, marcou a data da próxima consulta com o Dr. Kaedbey que também "deve" ser sírio. Preencheu os impressos para as diferentes análises e outros testes, sem precisar da assinatura do médico.
      Estando na posição de pivô, se me surgir algum problema em casa, telefono-lhe e exponho o meu assunto. Para que eu não ande a perder tempo à procura do médico que preciso que pode estar naquele hospital ou noutro, assim como no consultório ou até na universidade a dar aulas, ela vai fazer o contacto pois tem linhas directas. De acordo com o que ele disser, toma logo as suas decisões ou se necessário ainda telefona a médicos de outras especialidades e depois de todas as ideias compiladas, telefona-me informando-me o que hei-de fazer. É bom para os médicos que recebem uma informação da situação muito mais completa e para mim que não tive de andar a trás de nenhum podendo ou não conseguir os contactos.
      Foi assim, quando ao subir as escadas de minha casa notei que o fémur da minha perna esquerda apresentava uma certa fraqueza pelo que telefonei para o hospital de Lakeshore. Disse-me para ficar em casa mas que não havia perigo nenhum. Deve ter ido logo consultar os últimos secans dos ossos que tinha feito e falar com os médicos, o que leva o seu tempo. Mais ou menos duas horas depois telefonou-me a dizer-me para me apresentar imediatmente nas urgência dos hospital Glen que já aqui falei. Inicialmente acalmou-me mas quando tinha os dados todos nas mãos foi peremptória: ir imediatamente para as urgências.
      Esta é uma das facetas das super enfermeiras.
      No caso das dores que vivo sem elas pois não as têm deixado avançar uma vez que quando aparecem medicam-me logo, ainda não tive necessidade de nenhuma super enfermeira se bem que tenha uma pivô atribuída nesse campo e que é uma das que estiveram presentes na clinica da dor.
      Já quando a seguir a um tratamente de quimioterapia que me deixou com poucas defesas e contraí a bactéria C difícil que só não me levou porque ainda não era a hora, dei entrada no Glen e na manhã seguinte a pivô de oncologia esteve mais de uma hora sentada ao lado como se fôsse pessoa de família a falar comigo. Rafael, com uma psicologia a preparar-me para fazer face às situações e com uma orelha toda aberta, foi qualquer coisa de extraordinário. Foi a companhia na hora certa.
      São muito polivalentes pois pivô é só um exemplo: trabalham por todo o lado, incluindo as salas de operações aonde têm um papel fundamental no apoio ao cirurgião.
      Espero ter ilustrado o melhor possível o valor de uma super enfermeira.

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    6. Esqueci-me de dizer tanto na postagem como no comentário anterior, que a super enfermeira pivô da clínica da dôr que me está atribuída é africana ou descendente. É nestas vivências que vou admirando este país.

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    7. O principal nestas doenças é a descontração, a calma e a Paz, Carlos Viana. Parecem o mesmo sentido mas sem descontração não é possível a calma e sem calma, não é possível a Paz. Mesmo nos momentos difíceis devemos pensar no que temos para fazer. A doença está num sítio e a nossa vida está noutro. Por isso o tratamento é com o médico, não é comigo se bem que tenhamos que ajudar o médico fazendo o que eles dizem mas mais nada. Eles tiraram o curso porque não andaram na universidade só para verem os garotos ou as garotas, então deixo isso com eles. Eu, quando estava internado, pensava no que estava a deixar de fazer derivado a inactividade e no que tinha que fazer quando saísse. O mesmo que com o jogo de Portugal-Polónia. Se fôsse a pensar na doença, andava aqui definhado a ajudar a doença. Então vou ajudar quem me quer mal! – Não, nessa não devemos caír.
      Por isso meu caro, não tem nada a ver nem com força, nem com inteligência. Tem a ver é com sobrevivência. :)
      Só que quando partir, porque todos partimos, não venham dizer que fui vencido pela doença. Não... eu parto mas ela também parte.
      Até dá vontade de rir mas só assim é que podemos viver enquanto que seres "vivos".
      Toma lá um abraço e faz o mesmo.

      Quanto ao Portugal/Alemanha, se a nossa defesa jogar bem e chegarmos ao fim dos tempos regulamentares empatados, já ganhámos. Eles não sabem marcar penaltys e também não têm tempo para ir aprender, nem o portugueses lhes ensinavam.

      Só que temos um problema: temos que manjar uns galos primeiramente e que galos; são duros, andaram a marrar com o peito. Só que eles também devem estar a pensar e... que portugueses...

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    8. Chico, estes teus dois primeiros parágrafos são uma grande lição de vida. Quanto a mim, mereciam um post.

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    9. Também acho e postado por ti era porreirinho!!

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  4. As avarias são como as pessoas,todas diferentes, mas iguais no tratamento.

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  5. Como são diferentes as prioridades das pessoas...
    Texto bem "esgalhado", que em duas penadas consegue fazer sorrir sem deixar de caminhar, com segurança e ligeireza, para a mensagem que o autor tinha em mente transmitir.
    E transmitiu. E bem!
    De tal forma bem, que me remeteu para uma história passada comigo, já lá vão qualquer coisa como 53 anos.
    Pode ser que um dia destes a conte.
    Toma lá aquele abraço.

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  6. Um pequeno texto, escrito ao correr da pena, deu origem a um comentário que é uma lição de vida. Torreira da Silva surpreende e surpreende-nos com uma oratória em que de uma forma muito positiva e realista, merece bem maior divulgação. Excelentes comentários igualmente do Carlos Viana, que merecem uma leitura atenta pelo acerto as suas opiniões.
    Um abraço a todos ...

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  7. Estou neste momento com porblemas no meu PC.
    Acabo de ler os comentários acima que agradeço.
    Penso fazer uma postagem baseada nos comentários acima logo que me seja possível.
    Um abraço.

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    1. Obrigado pelo ânimo que transmite e pela coragem que demonstra!
      Abraço.

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  8. Carlos Carvalho

    Compreendo plenamente, só que estou convencido que se todos os doentes graves estivessem bem esclarecidos, a minha actuação seria considerada normal.
    Desde muito jovens que todos sabemos o que nos pode acontecer e ninguém anda a pensar nisso. Todos sabemos que podemos ter uma fatalidade imediata, até mesmo um acidente das mais variadas formas. Mesmo em cima do passeio: tanto pode ser um veículo, como uma telha ou mesmo um pedaço de gêlo nos invernos rigorosos, até o vidro de uma montra ou um pequeno copo vindo de um terceiro andar largado por uma criança. Será que as pessoas andam a pensar nestas situações e deixam de saír? – Não, porque em caso de acidentes nem a nossa casa é segura. Só a alimentação pode ser um perigo mas ninguém deixa de comer. – A realidade é que as pessoas não pensam nas mais diversas situações fatais mas sim no que têm a fazer, pelo que ainda vão ter muitos anos de felicidade.
    No nosso caso temos duas alternativas: vivermos plenos de stress que não é vida para nós nem para quem nos acompanha e ainda para mais prejudica a nossa saúde, ou então decidimos o caminho da felicidade e todos à nossa volta são mais felizes do que em situação contrária. É bom para nós e para aqueles que amamos, pois a qualidade de vida é outra para todos.
    Muitas vezes o doente é acompanhado por bons médicos que actuam com bons produtos mas a vontade de viver só dele depende.
    Viva a vida.
    Um abraço.

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    1. E a lição continua.
      Publica, Chico, que merece ser partilhado.
      Como dizia o meu Pai, "a maioria das pessoas morre na cama, por isso não te deites".

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    2. Podes crer que me deito e com muito prazer, sabe bem pôr 206 ossos tão bem instalados... Para morrer basta estar vivo. Ainda não vi nenhum morto morrer...
      Tudo isto se bem que as árvores morrem de pé, parafraseando a Da. Amélia Rey Colaço.

      Não esquecer que amanhã joga Portugal.

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  9. Cá eataremos ansiosos para que corra bem!
    No sofá, a teoria é a mesma?
    A sesta na cama aumenta o risco?

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