sábado, 31 de agosto de 2019
ENCONTRO COM ARTE - FOTOGRAFIA Nuno Sousa Talasnal
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Encontro com a arte -Fotografia
sexta-feira, 30 de agosto de 2019
ESTRANHA FIGURA
Em tracejado largo, os alinhavos amarelados ponteavam a bainha postiça. Embora ainda em bom estado, as calças azul escuro que lhe ofereceram, tinham um bom meio palmo a menos do que a medida certa para a sua altura. Ao contrário, na camisa às riscas, quase nova, que surripiara de um estendal na Estrada da Beira, cabiam lá dois como ele. A mais ligeira brisa enfunava-a , tal como o calor da chama enchia um balão em noite de São João.
As mangas arregaçadas deixavam ver os braços magros, ossudos, que balançavam quando saracoteava as pernas finas no seu caminhar desajeitado.
Os lábios ressequidos e lacerados, deixavam ver, quando se abriam num arremedo de sorriso, dois caninos escuros, apodrecidos, numa boca de onde já tinham há muito desaparecido os incisivos.
Na taberna do Sr. Ângelo, paragem obrigatória depois de deambular pelo bairro a pedir esmola, dava estalos com a língua e emitia um cavernoso som gutural de aprovação, de cada vez que emborcava mais um copo de três.
A troco de um tinto que lhe pagassem, metia na boca uma bomba de carnaval, acendia-lhe o rastilho com a ponta do cigarro e deixava que ela, com grande estrondo, lhe rebentasse entre os lábios. E exibia, orgulhoso, a seguir à explosão, a fumarada que lhe saia da boca e do nariz.
Lembro-me que morava no Areeiro e que lhe chamavam o “Pinto Calçudo”, mas não me recordo já do seu verdadeiro nome.
Rui Felício-publicado em 06-12-2010
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Rui Felício
quinta-feira, 29 de agosto de 2019
ANIVERSÁRIO
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quarta-feira, 28 de agosto de 2019
INTERLUDIO MUSICAL.- NA COR DO AVESSO-POENTE
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segunda-feira, 26 de agosto de 2019
NOTÍCIAS DE COIMBRA - ESTÁTUA DE CAMILO PESSANHA!
Camilo de Almeida Pessanha nasceu em Coimbra em 7 de Setembro de 1867.
É considerado o expoente máximo do simbolismo em língua portuguesa.
Tirou o Curso de Direito em Coimbra
(Net)
POEMA
NA CADEIA
na cadeia os bandidos presos!
o seu ar de contemplativos!
que é das feras de olhos acesos?!
pobres dos seus olhos cativos.
passeiam mudos entre as grades,
parecem peixes num aquário.
- campo florido das saudades,
porque rebentas tumultuário?
serenos...serenos...serenos...
trouxe-os algemados a escolta.
- estranha taça de venenos
meu coração sempre em revolta.
Coração, quietinho...quietinho...
porque te insurges e blasfemas?
pschiu...não batas...devagarinho...
olha os soldados, as algemas!
Praça da Republica-entrada para Jardim da Sereia
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Noticias de Coimbra
domingo, 25 de agosto de 2019
AEMINIUM-UMA CIDADE PERDIDA POR BAIXO DA CIDADE DE COIMBRA
Uma
cidade oculta que se localiza por baixo de Coimbra tem milhares de anos,
mas mesmo assim é desconhecida pela maioria. Chamavam-lhe Aeminium, e
hoje, é um vestígio apenas. Aeminium foi um importante entreposto
comercial, a residência dos monarcas D. Henrique e D. Teresa, o local de
nascimento do primeiro rei de Portugal, D. Afonso Henriques, e,
finalmente, cidade universitária e do conhecimento.
A
antiga Aeminium deixou vestígios no presente. Um deles é o criptopórtico
romano, localizado no Museu Machado de Castro. Os vestígios mais antigos
de Aeminium datam da era romana, quando aquele povo fundou a cidade, em
colaboração e sempre protegida pela vizinha Conímbriga, a apenas 16
quilómetros de distância, na localidade de Condeixa-a-Nova.
Contudo, quando os Suevos saquearam e destruíram Conimbriga, em 465 e 468 d.C., os seus habitantes tiveram de fugir para Aeminium, aumentando a população local e ajudando a cidade a prosperar e a crescer.
Enviado pelo José Afonso
Contudo, quando os Suevos saquearam e destruíram Conimbriga, em 465 e 468 d.C., os seus habitantes tiveram de fugir para Aeminium, aumentando a população local e ajudando a cidade a prosperar e a crescer.
O
mais importante destes vestígios é o criptopórtico, uma galeria de túneis
subterrâneos com vários arcos no topo, construído para suportar o Fórum
Romano da antiga Aeminium. Durante a Idade Média, o palácio de um membro
do clero foi construído sobre o fórum, edifício que actualmente alberga o
Museu Machado de Castro e que esconde o criptopórtico, que pode ser
visitado entrando no museu.
A plataforma artificial que suportava a estrutura manteve-se inalterada até
aos dias de hoje e permite que, pela primeira vez na história, o público
tenha total acesso ao fórum, uma experiência que pode ser enriquecida
pelas recentes descobertas. Enviado pelo José Afonso
sexta-feira, 23 de agosto de 2019
ENCONTRO COM A ARTE - FOTOGRAFIA. COIMBRA -
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quinta-feira, 22 de agosto de 2019
A FISGA...
"Um gajo sem uma fisga não era ninguém... Fazia parte! Era como que o prolongamento do braço. Construíamo-las e preservávamo-las como o maior tesouro à face da terra. Levávamo-las connosco mesmo que fôssemos a um casamento.. Serviam para caçar, para torneios de tiro ao alvo, e, porque não dizê-lo, como arma dissuasora de defesa pessoal. Mas o processo era penoso para quem não tinha nada. Era preciso antes de mais, arranjar uma forquilha, que tinha de ser de madeira leve mas dura, (oliveira era excelente) ter a forma de V, e ser perfeita em termos de equilíbrio dos dois galhos. Havia tipos (betinhos) que gostavam de deixar um terceiro galho, formando um ípsilon, o que na minha opinião, era ridículo. Depois passávamos semanas a manusear a forquilha, cortando mais uma lasca aqui, retirando mais uma pele ali, à espera de arranjar os restantes acessórios. Ela ia ficando com um aspecto “velho” e polido. A malta não gostava muito de exibir fisgas com aspecto recente. Dava uma imagem de novato no grupo, e isso não era bom. Seguia-se o cabedal, que era nem mais nem menos, que um rectângulo de pele de vaca, restos de sapatos que encontrávamos nos vários locais de reciclagem natural, que havia espalhados pela aldeia. Esse pedaço tinha de ser retirado de um sítio especial do sapato, uma língua por cima do peito do pé, para ser flexível, e o mais fino possível. Por fim, faltavam os elásticos, que eram o mais difícil de conseguir. Alguns passavam horas à porta do ti Zé Carvalho, mecânico de bicicletas, à espera que ele por fim, lhes atirasse um pedaço de câmara de ar estragada. Na altura, as melhores eram encarnadas, mas o progresso, preocupou-se muito pouco com as nossas necessidades, e começou a fazê-las pretas, que eram muito mais duras e difíceis de esticar. Quem tinha conhecimentos no hospital, ou num laboratório, sempre conseguia o supra sumo dos elásticos, que eram os tubos amarelos que aí se usavam para diversas coisas, que vai vale desconhecermos. Com esses, um tipo era considerado um autêntico "rei da fisga" e invejado pelo resto do maralhal." in Memórias & Inspirações
JOSÉ PASSSEIRO
JOSÉ PASSSEIRO
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quarta-feira, 21 de agosto de 2019
ESTÁTUA PADRE AMÉRICO
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segunda-feira, 19 de agosto de 2019
AS CORES DOS DIAS
Os dias cinzentos, aqueles que nos entristecem, fazem parte da nossa existência. Sem eles, não saberíamos quão gratificantes são os dias coloridos de sol, os dias bons de felicidade. No dever e haver da vida de cada um, convém que o saldo seja positivo para o lado dos dias bons; contudo, não é menos verdade que a nossa existência é feita de imponderáveis e nós próprios nos encarregamos de desequilibrar as contas.
Sei que existem, mas custa imenso imaginar, vidas que percorrem apenas dias infelizes, em que o cinzento desses dias pinta de cinza as dores da alma. Lemos, ouvimos e vemos histórias do mundo escritas com dores e dramas que nos magoam, que julgamos sentir, mas que, na realidade, não experienciamos. Sei que o ser humano consegue sofrer por empatia e, mesmo, por antecipação, mas é uma espécie de sofrimento intelectualizado, uma espécie de racionalização das emoções. Sofrer as dores da fome, do medo, do abandono é mal muito maior do que imaginá-las
Resta-nos imaginar sempre melhores dias, e é essa incógnita do futuro que justifica uma existência. A incerteza do amanhã é a melhor força para conduzir os pés em carreirinho e o olhar em frente.
Aquele meu vizinho pensava também assim, mas um dia perdeu toda a esperança. Tinha-se metido num negócio de compra e venda de bacorinhos que fornecia aos diversos moradores da aldeia e sonhava com alguns lucros que lhe permitiriam uma vida mais desafogada. Geralmente ia buscar pequenas manadas à zona de Freixo de Numão, as quais, depois, trazia de madrugada. Os bacorinhos seguiam a marrã como mãe adotiva de uns e verdadeira de outros e ela, por sua vez seguia os calcanhares do seu filho mais velho, grunhindo contente. Pela hora do meio-dia paravam onde dava e descansavam até à madrugada seguinte, para voltarem ao caminho.
O negócio prosperava e de cada vez que ia até terras do Coa pagava já com dinheiro sonante, sem ficar a dever nada aos criadores. Chegado à aldeia, vendia os pares de bacorinhos a cada uma das casas ou quintas, os quais seriam cevados até terminarem no banco da matança, em janeiro ou fevereiro do ano seguinte.
Um ano houve em que tudo correu mal: muitos porcos tinham-se já mostrado mortiços no caminho e ao avistar a aldeia, no alto de Santiago, alguns caíram para o lado, simplesmente mortos. A peste tinha chegado e a sua honestidade não lhe deixou vender um sequer dos animais. No dia seguinte estavam todos mortos e até a marrã apresentava já os pruridos atrás das orelhas e o cachaço violáceo.
Tinha tudo pago, mas não tinha nada mais de seu que esse tudo. Chorou sozinho – os homens do Douro não brotam lágrimas em público –, falou com a mulher e disse que desistia. Voltaria a não ter sonhos e a não ver a beleza dos dias. Tinha lavado a cara com as lágrimas dos dias cinzentos e, ao deitar fora a água da bacia, os olhos alegres foram com ela. Deixara de ver o mundo que conhecia e o coração fechava as portas aos abraços e carinhos da esposa e dos filhos.
Voltou aos montes da Esculca e começou a falar com as pedras. Maldisse o mundo e a vida e sentia que nada mais valia a pena. Foi então que reparou que, no meio dos penedos, havia umas flores pequenas, singelas e belíssimas, que se agarravam à vida e enchiam o ambiente inóspito de cor. Percebeu que, afinal, desistir não é verbo; é adjetivo dos fracos e até as flores fazem o que podem para viver.
Assim pensava, quando pareceu ouvir vozes. As flores então disseram-lhe: nós não nos agarramos às rochas para sobrevier; nós agarramo-nos às pedras para te dar a nossa beleza.
Voltou à mulher e aos filhos e decidiu que seria a flor da casa, não para sobreviver, mas para a tornar bela e dar cor aos dias cinzentos.
Texto de Antonino Silva
Texto de Antonino Silva
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Encontro com a arte
domingo, 18 de agosto de 2019
ENCONTRO COM A ARTE - FOTOGRAFIA--
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Encontro com a Arte- Fotografia
sábado, 17 de agosto de 2019
REVISTA DE IMPRENSA-JORNAL "O PÚBLICO" "HÁ 50 ANOS, O BOBBYZÉ QUERIA IR À AMÉRICA"!!!
PODCAST HISTÓRIAS DE PORTUGAL
O português que se “vingou” por não ter ido a Woodstock
Magda Cruz (Texto)
Marco António
15 de Agosto de 2019, 13:08
podcast Histórias de Portugal
Artigo de Magda Cruz e Marco António na Ípsilon
Entrevista em audio
O português que se “vingou” por não ter ido a Woodstock
Magda Cruz (Texto)
Marco António
15 de Agosto de 2019, 13:08
Há precisamente meio século tinha lugar a primeira edição do festival Woodstock, nos Estados Unidos. Pelo aniversário deste mítico festival de música, o podcast Histórias de Portugal, traz a história de um português que se “vinga” por não ter conseguido ir a Woodstock. O programa de Marco António e Lucy Pepper, em parceria com o PÚBLICO, conta a história de alguém que trouxe Woodstock até si mesmo.
Corria o ano de 1969, um ano particularmente conturbado na história dos Estados Unidos da América. Os americanos estavam envolvidos numa guerra no Vietname, o povo mostrava-se contra o conflito armado e, com forma de contestar, forma-se um cartaz de música com notas pacíficas. Assim, nasce o festival Woodstock, que para muitos é hoje é o mais icónico festival de música de sempre.
Do outro lado do oceano estava José Oliveira a pedir o passaporte de urgência. Queria ir a Woodstock. “A música faz parte do meu ADN”, conta José ao podcast Histórias de Portugal. Agora, José vive em França, mas nos anos 60 era a partir de Coimbra que acompanhava a música americana – apesar de o pai não apoiar uma vida assente nessa arte. “Nunca precisei da Califórnia para ser um beach boy”, brinca José, em conversa com Brian Wilson, dos Beach Boys . Quando era novo, José guiava até à Figueira da Foz e Mira para passar o Verão e faltava às aulas para “ir ver as francesas”, num acto muito rock’n’roll. Por isso, o português ficou estupefacto por saber que Brian, com uma casa em Malibu, mesmo em cima da praia, não metia os pés a areia há mais de dez anos.
Esta é apenas uma das passagens da vida de José que ficou marcada pela música. Olhamos para essa juventude para perceber melhor a história de quando este conimbricense se cruza com Woodstock. Quando tinha 17 anos, o Verão era um ritual e a guitarra ia sempre com José – mesmo não tendo banda. Nessa época sagrada, a viola era-lhe indispensável. Chegaram a metê-lo no Conservatório, mas “o rock’n’roll e as miúdas não podiam esperar”. Tal como cantava o vocalista dos Doors, Jim Morrison, José queria o mundo e queria-o já.
A notícia de que ia acontecer um “megafestival” chegou a Portugal - e aos ouvidos de José – 15 dias antes da abertura de Woodstock. Estamos, portanto, em julho de 1969. José tinha 21 anos e o chamamento do rock não podia ser ignorado. Havia que atravessar o Atlântico. Correu para o Palácio da Justiça, para tirar o passaporte, mesmo sem saber que bandas iam tocar. Foi-lhe dito que devido à guerra no Ultramar não era possível sair do país e com a idade de José era estranho não ter sido chamado para o exército. Semanas depois, chega uma carta para que se apresente nas Caldas da Rainha. Em vez de sair pronto para seguir viagem até Nova Iorque, acaba destacado para serviço militar em Luzo, no leste de Angola. A missão tinha passado de “engatar” turistas francesas para impedir “a invasão do inimigo, das pessoas que metiam lá minas.” Isto em 1971. Woodstock já lá ia – ou será que não?
No ano seguinte, 1972, chega uma circular: “Quem tocasse um instrumento devia se apresentar no hotel Luso para um verdadeiro casting”. O hotel era, naquela altura, requisitado pelos oficiais e foi então que José Oliveira mostrou aquilo de que era capaz. “Contrataram-me para viola ritmo de um conjunto”, conjunto esse de que ficou encarregado de formar. Ao fim-de-semana, o grupo voltava ao Hotel Luzo e tocava para os oficiais. A banda tocava também em clubes da cidade e, depois de uma viagem de avião, davam concertos na selva, “para militares isolados no mato”. José conta ao podcast Histórias de Portugal: “No momento de escolher o nome do grupo, vinguei-me.” O nome da banda? Woodstock. Não foi ao festival, o festival foi até ele.
A ida à primeira edição de Woodstock, o festival, já não podia ser salva. A pergunta a fazer agora é a mesma que tinha Marco António, autor do Histórias de Portugal: o que soube José sobre o festival americano? As notícias demoravam a chegar, “então Portugal, havíamos de ser os últimos a ser informados”, ri-se José. Tudo o que José sabia sobre música fora-lhe ensinado pelo programa Em Órbita, da Rádio Clube Português, um programa que, diz José, não se limitava a passar as músicas, formava os ouvintes para conhecer a história dos grupos. Não foi a partir deste programa predilecto de José que soube das vivências em Woodstock, esse foi o papel de algumas publicações francesas: “O que me chegou foi que aquilo era um movimento pacifista, que lutava contra a violência, contra a guerra do Vietname.”
“Era como se lá estivéssemos”
Em Woodstock não tocaram apenas bandas conhecidas. José recorda-se de um guitarrista cujo nome, hoje, não passa ao lado de ninguém: Jimi Hendrix. De calças de ganga à boca-de-sino, lenço rosa à volta da cabeça e com as franjas da camisola a abanar enquanto da sua guitarra eléctrica branca saía o hino americano, diante de quase meio milhão de pessoas, estava Jimi. Purple haze ficou “cristalizada” na memória de muitos festivaleiros. Ao recordar isso, José conta o que disse aos amigos, quase de um fôlego: “Não fomos lá, mas era como se lá estivéssemos. Então nós em Mira, já andávamos com as francesas, tínhamos amor livre. Não precisávamos de Woodstock.” A banda que formam enquanto destacados em Angola era na onda do festival: de contestação.
É também nas revistas francesas que José vê as imagens do festival: “A primeira imagem que vi foi aquela capa do disco, daquele casal embrulhado no cobertor, e aquela malta toda no chão – essa foi uma imagem que nos tocou muito.” A presença de uma multidão em Woodstock explica-se rápido: a organização do festival viu que tanta gente queria entrar que anunciou que o festival passaria a ser grátis. Nos dias 15 e 18 de Agosto, o recinto da quinta de cerca de 240 hectares (o suficiente para mais de quatro mil campos de futebol) seria aproveitado para “três dias de paz e música”.
José estava ainda em Portugal enquanto se fazia história: “Foi a partir daí, de Woodstock e do festival de Altamont [Altamont Speedway Free Festival, 1969] que a indústria, o rock, mudou.” Estes dois festivais “abriram as portas para o hard rock”. José, um dos membros da então banda homónima do festival “fora de série” que era Woodstock, relata que as editoras se aperceberam da "mina de ouro" que estava nos outros estilos de música, géneros por explorar.
Em breve as editoras de músicas trariam cá para fora os discos. “Eu tinha de os adquirir.” José não ficou a “ruminar” no facto de ter sido impedido de ir ao festival. Já se tinha vingado ao baptizar a banda diante dos militares, mas a “vingança” não ficava por aí. “A partir do momento em que comecei a ter os discos na mão – o Mad Dogs & Englishmen, de Joe Cocker; o da Janis Joplin – outro sonho começou a desenvolver-se na minha cabeça, em que disse: tenho de me aproximar destes gajos. Esta vai ser outra vez a minha vingança em relação à minha malta amiga.” Enquanto essa malta tocava, incluindo o irmão, José “era o gajo que transportava os amplificadores, não curtia da mesma maneira.” Era a sua vez de se destacar. Como Marco António, autor do Histórias de Portugal, diz no episódio, “Passou a curtir de outra [maneira] – até melhor, talvez. Sem o estrelato, mas sempre perto do estrelato.”
O que fez José? É preciso ouvir o episódio do podcast Histórias de Portugal - de Saudade e Outras Coisas:
No ano em que se celebra os 50 anos de Woodstock, não haverá festival. A edição histórica que contava com um cartaz de estrelas – e que tinha também a presença de músicos que actuaram no primeiro Woodstock - foi cancelada. Isto, no início deste mês, cerca de duas semanas antes da data do festival.
LINKS:Corria o ano de 1969, um ano particularmente conturbado na história dos Estados Unidos da América. Os americanos estavam envolvidos numa guerra no Vietname, o povo mostrava-se contra o conflito armado e, com forma de contestar, forma-se um cartaz de música com notas pacíficas. Assim, nasce o festival Woodstock, que para muitos é hoje é o mais icónico festival de música de sempre.
Do outro lado do oceano estava José Oliveira a pedir o passaporte de urgência. Queria ir a Woodstock. “A música faz parte do meu ADN”, conta José ao podcast Histórias de Portugal. Agora, José vive em França, mas nos anos 60 era a partir de Coimbra que acompanhava a música americana – apesar de o pai não apoiar uma vida assente nessa arte. “Nunca precisei da Califórnia para ser um beach boy”, brinca José, em conversa com Brian Wilson, dos Beach Boys . Quando era novo, José guiava até à Figueira da Foz e Mira para passar o Verão e faltava às aulas para “ir ver as francesas”, num acto muito rock’n’roll. Por isso, o português ficou estupefacto por saber que Brian, com uma casa em Malibu, mesmo em cima da praia, não metia os pés a areia há mais de dez anos.
Esta é apenas uma das passagens da vida de José que ficou marcada pela música. Olhamos para essa juventude para perceber melhor a história de quando este conimbricense se cruza com Woodstock. Quando tinha 17 anos, o Verão era um ritual e a guitarra ia sempre com José – mesmo não tendo banda. Nessa época sagrada, a viola era-lhe indispensável. Chegaram a metê-lo no Conservatório, mas “o rock’n’roll e as miúdas não podiam esperar”. Tal como cantava o vocalista dos Doors, Jim Morrison, José queria o mundo e queria-o já.
A notícia de que ia acontecer um “megafestival” chegou a Portugal - e aos ouvidos de José – 15 dias antes da abertura de Woodstock. Estamos, portanto, em julho de 1969. José tinha 21 anos e o chamamento do rock não podia ser ignorado. Havia que atravessar o Atlântico. Correu para o Palácio da Justiça, para tirar o passaporte, mesmo sem saber que bandas iam tocar. Foi-lhe dito que devido à guerra no Ultramar não era possível sair do país e com a idade de José era estranho não ter sido chamado para o exército. Semanas depois, chega uma carta para que se apresente nas Caldas da Rainha. Em vez de sair pronto para seguir viagem até Nova Iorque, acaba destacado para serviço militar em Luzo, no leste de Angola. A missão tinha passado de “engatar” turistas francesas para impedir “a invasão do inimigo, das pessoas que metiam lá minas.” Isto em 1971. Woodstock já lá ia – ou será que não?
No ano seguinte, 1972, chega uma circular: “Quem tocasse um instrumento devia se apresentar no hotel Luso para um verdadeiro casting”. O hotel era, naquela altura, requisitado pelos oficiais e foi então que José Oliveira mostrou aquilo de que era capaz. “Contrataram-me para viola ritmo de um conjunto”, conjunto esse de que ficou encarregado de formar. Ao fim-de-semana, o grupo voltava ao Hotel Luzo e tocava para os oficiais. A banda tocava também em clubes da cidade e, depois de uma viagem de avião, davam concertos na selva, “para militares isolados no mato”. José conta ao podcast Histórias de Portugal: “No momento de escolher o nome do grupo, vinguei-me.” O nome da banda? Woodstock. Não foi ao festival, o festival foi até ele.
A ida à primeira edição de Woodstock, o festival, já não podia ser salva. A pergunta a fazer agora é a mesma que tinha Marco António, autor do Histórias de Portugal: o que soube José sobre o festival americano? As notícias demoravam a chegar, “então Portugal, havíamos de ser os últimos a ser informados”, ri-se José. Tudo o que José sabia sobre música fora-lhe ensinado pelo programa Em Órbita, da Rádio Clube Português, um programa que, diz José, não se limitava a passar as músicas, formava os ouvintes para conhecer a história dos grupos. Não foi a partir deste programa predilecto de José que soube das vivências em Woodstock, esse foi o papel de algumas publicações francesas: “O que me chegou foi que aquilo era um movimento pacifista, que lutava contra a violência, contra a guerra do Vietname.”
“Era como se lá estivéssemos”
Em Woodstock não tocaram apenas bandas conhecidas. José recorda-se de um guitarrista cujo nome, hoje, não passa ao lado de ninguém: Jimi Hendrix. De calças de ganga à boca-de-sino, lenço rosa à volta da cabeça e com as franjas da camisola a abanar enquanto da sua guitarra eléctrica branca saía o hino americano, diante de quase meio milhão de pessoas, estava Jimi. Purple haze ficou “cristalizada” na memória de muitos festivaleiros. Ao recordar isso, José conta o que disse aos amigos, quase de um fôlego: “Não fomos lá, mas era como se lá estivéssemos. Então nós em Mira, já andávamos com as francesas, tínhamos amor livre. Não precisávamos de Woodstock.” A banda que formam enquanto destacados em Angola era na onda do festival: de contestação.
É também nas revistas francesas que José vê as imagens do festival: “A primeira imagem que vi foi aquela capa do disco, daquele casal embrulhado no cobertor, e aquela malta toda no chão – essa foi uma imagem que nos tocou muito.” A presença de uma multidão em Woodstock explica-se rápido: a organização do festival viu que tanta gente queria entrar que anunciou que o festival passaria a ser grátis. Nos dias 15 e 18 de Agosto, o recinto da quinta de cerca de 240 hectares (o suficiente para mais de quatro mil campos de futebol) seria aproveitado para “três dias de paz e música”.
José estava ainda em Portugal enquanto se fazia história: “Foi a partir daí, de Woodstock e do festival de Altamont [Altamont Speedway Free Festival, 1969] que a indústria, o rock, mudou.” Estes dois festivais “abriram as portas para o hard rock”. José, um dos membros da então banda homónima do festival “fora de série” que era Woodstock, relata que as editoras se aperceberam da "mina de ouro" que estava nos outros estilos de música, géneros por explorar.
Em breve as editoras de músicas trariam cá para fora os discos. “Eu tinha de os adquirir.” José não ficou a “ruminar” no facto de ter sido impedido de ir ao festival. Já se tinha vingado ao baptizar a banda diante dos militares, mas a “vingança” não ficava por aí. “A partir do momento em que comecei a ter os discos na mão – o Mad Dogs & Englishmen, de Joe Cocker; o da Janis Joplin – outro sonho começou a desenvolver-se na minha cabeça, em que disse: tenho de me aproximar destes gajos. Esta vai ser outra vez a minha vingança em relação à minha malta amiga.” Enquanto essa malta tocava, incluindo o irmão, José “era o gajo que transportava os amplificadores, não curtia da mesma maneira.” Era a sua vez de se destacar. Como Marco António, autor do Histórias de Portugal, diz no episódio, “Passou a curtir de outra [maneira] – até melhor, talvez. Sem o estrelato, mas sempre perto do estrelato.”
O que fez José? É preciso ouvir o episódio do podcast Histórias de Portugal - de Saudade e Outras Coisas:
No ano em que se celebra os 50 anos de Woodstock, não haverá festival. A edição histórica que contava com um cartaz de estrelas – e que tinha também a presença de músicos que actuaram no primeiro Woodstock - foi cancelada. Isto, no início deste mês, cerca de duas semanas antes da data do festival.
podcast Histórias de Portugal
Artigo de Magda Cruz e Marco António na Ípsilon
Entrevista em audio
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sexta-feira, 16 de agosto de 2019
ANIVERSÁRIO
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quinta-feira, 15 de agosto de 2019
INTERLÚDIO MUSICAL - FADO DE COIMBRA
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quarta-feira, 14 de agosto de 2019
DITADOS! FORMA CORRECTA
DITADOS POPULARES!
A FORMA CORRECTA...
HOJE É DOMINGO PÉ DE CACHIMBO. e eu imaginava como seria um pé de cachimbo
quando o correcto é:
HOJE É DOMINGO PEDE CACHIMBO... Domingo é um dia especial para relaxar e fumar um cachimbo ao invés do tradicional cigarro (para aqueles que fumam, naturalmente...).
E pensamos que repetimos correctamente os “ditados populares”
Diz-se: “Este miúdo não pára quieto, parece que tem bichos carpinteiros” Foi uma grande dúvida na minha infância....
Mas que bicho-carpinteiro” é esse?um bicho pode ser carpinteiro???"
Correcto:
“Este miúdo não pára quieto, parece que tem bichos no corpo inteiro” Aí está a resposta ao meu dilema de infância!"
Batatinha quando nasce, esparrama pelo chão."
Mas o correcto é:
“Batatinha quando nasce, espalha a rama pelo chão.” Se a batata é um tubérculo subterrâneo, ou seja, nasce enterrada, como ela se esparramaria pelo chão se ela está em baixo dele?"
“Cor de burro quando foge.”
O correcto é:
“Corro de burro quando foge!” Este é o pior de todos!
O burro muda de cor quando foge??? De que cor fica??? Porque mudaria de cor???
Outro em que todos erram, :”Quem tem boca vai a Roma.”
Bem, esse eu achava que percebia, de um modo errado, mas percebia!
Pensava que quem sabia comunicar ia a qualquer lugar!"
O correcto é:
“Quem tem boca vaia Roma.” (Isso mesmo, do verbo vaiar).
Outro que toda a gente diz de forma errada:
“Cuspido e escarrado” - quando alguém quer dizer que é muito parecido com outra pessoa.
O correcto é:
Esculpido em Carrara.”(Carrara é um tipo de mármore)"
Mais um famoso....
”Quem não tem cão, caça com gato.” Entendia também, de forma errada, mas entendia! Se não tem um cão para ajudar a caçar, utiliza um gato! Embora o gato só faça o que quer, pode ser que nesse dia esteja de bom humor!
O correcto é:
“Quem não tem cão, caça como gato”… ou seja, sozinho!"
Sugerido por Júlia Faustino Lopes
A FORMA CORRECTA...
HOJE É DOMINGO PÉ DE CACHIMBO. e eu imaginava como seria um pé de cachimbo
quando o correcto é:
HOJE É DOMINGO PEDE CACHIMBO... Domingo é um dia especial para relaxar e fumar um cachimbo ao invés do tradicional cigarro (para aqueles que fumam, naturalmente...).
E pensamos que repetimos correctamente os “ditados populares”
Diz-se: “Este miúdo não pára quieto, parece que tem bichos carpinteiros” Foi uma grande dúvida na minha infância....
Mas que bicho-carpinteiro” é esse?um bicho pode ser carpinteiro???"
Correcto:
“Este miúdo não pára quieto, parece que tem bichos no corpo inteiro” Aí está a resposta ao meu dilema de infância!"
Batatinha quando nasce, esparrama pelo chão."
Mas o correcto é:
“Batatinha quando nasce, espalha a rama pelo chão.” Se a batata é um tubérculo subterrâneo, ou seja, nasce enterrada, como ela se esparramaria pelo chão se ela está em baixo dele?"
“Cor de burro quando foge.”
O correcto é:
“Corro de burro quando foge!” Este é o pior de todos!
O burro muda de cor quando foge??? De que cor fica??? Porque mudaria de cor???
Outro em que todos erram, :”Quem tem boca vai a Roma.”
Bem, esse eu achava que percebia, de um modo errado, mas percebia!
Pensava que quem sabia comunicar ia a qualquer lugar!"
O correcto é:
“Quem tem boca vaia Roma.” (Isso mesmo, do verbo vaiar).
Outro que toda a gente diz de forma errada:
“Cuspido e escarrado” - quando alguém quer dizer que é muito parecido com outra pessoa.
O correcto é:
Esculpido em Carrara.”(Carrara é um tipo de mármore)"
Mais um famoso....
”Quem não tem cão, caça com gato.” Entendia também, de forma errada, mas entendia! Se não tem um cão para ajudar a caçar, utiliza um gato! Embora o gato só faça o que quer, pode ser que nesse dia esteja de bom humor!
O correcto é:
“Quem não tem cão, caça como gato”… ou seja, sozinho!"
Sugerido por Júlia Faustino Lopes
segunda-feira, 12 de agosto de 2019
BAIXA DE COIMBRA- ESTÁTUAS VIVAS
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domingo, 11 de agosto de 2019
INTERLÚDIO MUSICAL - NEY MATOGROSSO
dedicado a Suzana Redondo ...que mais logo faz anos
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sábado, 10 de agosto de 2019
INTERLÚDIO MUSICAL - MACADAME
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ANIVERSÁRIO
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sexta-feira, 9 de agosto de 2019
INTERLÚDIO MUSICAL- CORDAS E CANTARES DO ATENEU DE COIMBRA
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ANIVERSÁRIO
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quarta-feira, 7 de agosto de 2019
ANTERO DE QUENTAL...PORQUE NÃO!
Desde os tempos do Liceu Infanta D. Maria, que Antero de Quental faz parte "de mim", não sei bem porquê, mas alguma, das (boas) professoras de literatura portuguesa que tive, deve ter culpas no cartório!
A.Q., símbolo da "Geração de 70", foi poeta, filósofo e político. Estudou Direito nesta nossa cidade e em 1861 iniciou a Questão Coimbrã. "Sonetos Completos" é considerada a sua melhor obra. Mas o que eu aqui venho recordar é uma faceta menos conhecida de A.Q. "Tesouro Poético da Infância", vale a pena ler aos netos... aqui vai um pequeno excerto:
"AS FADAS... EU CREIO NELAS! UMAS SÃO MOÇAS E BELAS, OUTRAS VELHAS DE PASMAR... UMAS VIVEM EM ROCHEDOS, OUTRAS,PELOS ARVOREDOS, OUTRAS, À BEIRA DO MAR..."
"...QUANDO A NOITE É CLARA E AMENA E A LUA VAI MAIS SERENA, QUALQUER AS PODE ESPREITAR, FAZENDO RODA, OCUPADAS EM DOBRAR MEADAS DE OIRO E DE PRATA, AO LUAR"
"...OH, SE ESTA NOITE, SONHANDO, ALGUMA FADA, ENGRAÇANDO COMIGO (PODIA SER?) ME TOCASSE CO'A VARINHA E FOSSE MINHA MADRINHA, MESMO A DORMIR, SEM A VER... E QUE AMANHÃ ACORDASSE E ME ACHASSE... EU SEI! FEITO UM PRÍNCIPE, UM EMIR!... ATÉ JÁ, IMAGINANDO, SE ESTÃO MEUS OLHOS FECHANDO... DEIXA-ME JÁ, JÁ DORMIR!"E é o que eu (Mariazinha) vou fazer, embalada nesta inocência, poética de um político... poeta!
Acreditar nas fadas... é preciso!
Nota: reposição de texto publicado em 14-11-2011
Por Mariazinha Leão
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terça-feira, 6 de agosto de 2019
BAIRRO NORTON DE MATOS...AO TEMPO BAIRRO MARECHAL CARMONA
Rua J no Bairro Marechal Carmona, hoje Rua Mouzinho de Albuquerque no Bairro Norton de Matos. À esquerda, o célebre "Cavalo Selvagem" onde hoje está implantado o Bairro das Caixas de Previdência e ao fundo os Lóios e a zona da Avenida Dias da Silva. De onde foi tirada a fotografia, para a direita fica a Rua de Moçambique e para trás fica a Rua Pedro Álvares Cabral.
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segunda-feira, 5 de agosto de 2019
ANIVERSÁRIO
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