Buzz Aldrin ...
O homem era franzino e arrebatado. Chefe de um serviço
público, não tinha grande vocação para a função. Só estava bem onde não estava
e aquele martírio de estar atrás de uma secretária atafulhada de papéis punha-o
doente. Decididamente, gostava de liberdade. Dotado de uma mente febril, em
tudo arranjava um caso. Talvez por isso fosse olhado de sobrancelha franzida
pelos seus inferiores hierárquicos, que achavam que ele era chefe mas pouco. No
fim do dia, um funcionário entrava no seu gabinete com um molho de documentos
na mão para ele assinar – coisa enfadonha. Então o chefe que era pouco, nem se
dava ao trabalho de ler o que assinava. Ia tudo de cruz e pouco se importava
com as matérias mais relevantes. Vivia num mundo de ilusão, para quem já
tombava para as seis décadas de vida. E naquele ano de 1969, deu-se um
acontecimento histórico à escala global. Na corrida à lua entre americanos e
russos, foram os homens de Nixon que venceram. E a Apolo 11 lá partiu com
Armstrong e os seus pares em direção ao cobiçado satélite da Terra. A aventura
mexeu com o engenheiro de profissão travestido e investido na função de chefe. Não
havia dúvida, a viagem espacial dera - lhe volta ao miolo. Devorava tudo o que
era jornal regional ou nacional e perante os funcionários enfadados, dava
explicações técnicas daquela corrida espacial com o à vontade de um perito da
NASA. E quando a Apollo já gravitava em redor da lua, o homem dos pensamentos
arrebatados passou a noite a olhar para o satélite natural da Terra. E de
manhã, quando entrou no Serviço Público, disse na sua mente delirante que tinha
visto a nave com as suas luzes cintilantes em órbita à volta do pequeno planeta,
agora à mercê dos americanos. Decididamente, aquele chefe andava sempre na lua.
QP
Rafael, conforme o combinado aqui fica este texto um pouco ... lunático ...
ResponderEliminarAbraço
Andava sempre na lua...mas a lua não lhe escapou e pisou-a mesmmo!
ResponderEliminarPois ele viu a Apollo às voltas da lua mas não a viu alunar, Talvez por isso, ainda hoje há muita gente que duvida que o homem tenha posto o pé em solo lunar.
ResponderEliminarPois ou que eu vi!!!!
ResponderEliminarFizeste-me recordar a minha conversa com um Chefe de Tabanca na Guiné quando naquela noite em que o Homem foi à Lua eu lhe tentava explicar que naquele momento havia um homem a caminhar na Lua.
ResponderEliminarDesarmou-me o velho Chefe de Tabanca quando me 'explicou" que ele estava farto de saber disso.
Segundo ele era Maomé que há muitos anos dali vigiava os homens para os premiar ou castigar consoante se portassem bem ou se portassem mal.
Ainda hoje fico na lua quando olho a Lua, recordando o velho sábio