quinta-feira, 16 de julho de 2020

ENCONTRO COM A ARTE- POESIA



Naquela aldeia quase despovoada
Confinamento de idosos sem seus filhos
A Ti Pepa ia, em saudades levada,
Como em carroça pelos antigos trilhos

Olhando a rua, onde mais ninguém passa
Viaja até ao tempo da mocidade,
Sentada, queda ali, atrás da vidraça...
Reza o seu rosário de vida e saudade 

Vê o largo cheiinho de agitação
Moços garbosos, aprontando com alarde,
O mastro e as  fogueiras de  S. João
Que, cada qual, com seu par,  saltará mais tarde

Lembra-se do seu vestido de tafetá
De peitilho bordado com favos de mel
Todo às risquinhas brancas e de rosa chá
Com que atraiu o olhar do seu Manuel

Sorri!, na memória vê tempos de antanho
A concertina e o crepitar da fogueira
Aquele pinheiro, de enorme tamanho,
E ela, de mão dada, pinchando ligeira  

Quem diz que é triste a lembrança e saudade?!
Não sabe como é bom guardar na memória
Horas lindas de tempos de outra idade
Que fizeram os dias da nossa história.

Georgina Ferro


3 comentários:

  1. Parabéns, pelo conjunto da obra. Fotografia perfeita...

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  2. Obrigado pelo comentário.
    Como vai o surto epidémico. Tudo por aí bem?
    Nós por aqui estamos todos bem.
    Beijinho

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    Respostas
    1. Está,ainda, uma instabilidade,mas mais pela incompetência das autoridades e a negligência do povo. Beijos

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