Four Tops ...
Há dias, pela mão do BobbyZé, recordou-se Frank Zappa. O
guitarrista e compositor de Baltimore - tal como alguns outros - apenas desapareceu
fisicamente. Porque perdura na mente dos seus incontáveis seguidores, e a sua
música é transversal há sucessão dos anos, como tributo à sua memória.
Individualmente, ou em grupo, há um número restrito de artistas, cuja fama se passeia pelo Tempo, imunes ao seu efeito corrosivo.
Individualmente, ou em grupo, há um número restrito de artistas, cuja fama se passeia pelo Tempo, imunes ao seu efeito corrosivo.
Mas, na esmagadora maioria dos casos, há o reverso da
medalha. Muitos, apareceram e desapareceram, como que por magia. Outros,
arrastam-se ao sabor do Tempo. E é de um desses - dos que ainda por aí andam -
que eu gostaria de Vos falar. Vou tirar da prateleira os “Four Tops”, o grupo
norte -americano de Detroit, fundado em 1954.
Perguntarão o porquê da minha escolha recair sobre
este quarteto. Respondo-vos: porque os conheci. Melhor dizendo, porque assisti
ao pôr-do-sol do grupo inicialmente fundado. Uma noite, os “Four Tops” atuaram
numa unidade hoteleira fora do país, onde eu, casualmente, me encontrava
hospedado.
Durante cerca de uma hora, o grupo deu o melhor de si, para
uma limitada plateia, que não chegaria a trinta pessoas. Enquanto ouvia aquele
belíssimo timbre de vozes negras, e a magia das suas danças na pista, junto à
minha mesa, recordei os anos sessenta do século passado, e os banhos de
multidão de que foram alvo, pelas vezes que ocuparam lugar de destaque nas
tabelas de venda de discos dos Estados Unidos da América, nomeadamente com o
seu maior êxito de sempre: “Reach out l’ll be there”, de 1966. Agora, ali
estavam, com grande brio artístico, longe das grandes plateias. Terminaram o
espectáculo, com a canção atrás referida. Era obrigatório.
No fim, enquanto agradeciam os aplausos, verifiquei que um
dos elementos, destoava dos outros, pois era bem mais idoso. Saltava à vista. Dirigi-me então a ele e apertei-lhe a mão. Num inglês
macarrónico, disse-lhe como tinha apreciado a actuação do grupo. Ele, por sua
vez, pareceu ter gostado da minha referência e, espontaneamente, abraçou-me.
Estava alagado em suor, encharcado em generosidade profissional. É aquele o último elemento vivo do grupo inicial. Os outros, partiram do nosso convívio, num espaço de tempo relativamente curto.
Abdul Fakir, já não tem o estrelato a seus pés, daqueles longínquos
anos de ribalta. Mas mantém a dignidade, e a sua incontestável veia de artista.
Tem mais de sete décadas de vida. Chamam-lhe Duke.
QUITO PEREIRA
https:DUQUE E OS FOUR TPOS
ResponderEliminarREACH OUT L´II BE THERE
ResponderEliminarNesta d´cada 50/60 os meus preferidos eram THE PLATTERS
ResponderEliminarONLY YOU
Foram duas décadas, 60/70, de excelentes compositores e interpretes.
ResponderEliminarFoi um privilégio para ti, abraçar esse homem.
É verdade, Quito. Vou aproveitar para te dar uma alegria. Estas gentes gostam muito de avançar nos diferentes tipos de arte mas também dão muito valor a manter o passado. Pois bem, ainda se vai ouvindo o Reach out l’ll be there. Neste campo admiro-os.
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