domingo, 29 de novembro de 2020

ANIVERSÁRIO

MARIA ROSÁRIO OLIVEIRA LOPES DA COSTA

                  

                     MIMI

29-11-1946

Nesta data especial...

"Encontro de Gerações" deseja

MUITAS FELICIDADES!

PARABÉNS!

 

sexta-feira, 27 de novembro de 2020

ENCONTRO COM A ARTE - TEXTO DE KITO PEREIA

 TOLDOS …

 


O Outono entrou silencioso e banhado de sol neste rincão algarvio. As praias, despidas das multidões dos meses de verão, parecem ser agora o lugar ideal para momentos de reflexão e diálogos com o mar. Sentados à sombra de um toldo e recostados numa espreguiçadeira, dá para perceber que os veraneantes têm agora outro registo. Gente de idade mais avançada, que vão passeando pela praia de forma despreocupada e se sentam à mesa dos restaurantes degustando o peixe escalado tão ao gosto dos algarvios. Os empregados de mesa, já não andam numa roda vida. Esforçam-se pela eficiência e até dá por vezes para trocar opiniões com os clientes. Lá em baixo, no areal, os toldos brancos e listados de azul já são poucos. E a mulher de rosto com rugas de muito mar, vai cobrando o seu aluguer e das espreguiçadeiras dos que estão dispostos a pagar pouco mais de sete euros por seis horas de ociosidade. E ela, nos seus calções brancos como a espuma do oceano, vai calcorreando a areia naquela que é a profissão da sua vida. E, pelo fim da tarde, a azáfama de recolher e enrolar os toldos e empilhar os colchões das espreguiçadeiras, que o mar amistoso pode de noite mudar de cara e roubar os adereços que são o seu ganha-pão. Lá para meio de Outubro, os apoios de praia ficarão fechados numa arrecadação, à espera de um novo ano e esperança de melhores dias. E ela, a mulher de calção branco e cara de muito mar, irá para lá da fronteira, na rota de um país de muitas montanhas geladas, recebida nos braços da sua família emigrante que a acolherá. Na mala, levará saudades e emoções. Também a secreta vontade de um trabalho sazonal na Suiça do seu encanto, que lhe permita juntar mais uns euros no fundo da gaveta, até ao dia de regressar ao areal da praia da sua vida e de novo montar os seus toldos riscados de azul. E de poder abraçar o mar generoso que é o seu pão com sabor a maresia.

Kito Pereira

Cidade de Lagos, 7 de Outubro 2020

quinta-feira, 26 de novembro de 2020

ENCONTRO COM A ARTE - FOTOGRAFIA- Coimbra

 

                 COIMBRA
                 Foto de Virgílio Henriques

quarta-feira, 25 de novembro de 2020

ANIVERSÁRIO

MARIA MANUEL NASCIMENTO ALMEIDA NEVES
 

                                 NEL NEVES

25-11-1945

Nesta data especial...

"Encontro de Gerações" deseja

MUITAS FELICIDADES!

PARABÉNS!

COIMBRA DE OUTROS TEMPOS- Torre Santa Cruz

 Guiomar Marque.C.A.

NET

terça-feira, 24 de novembro de 2020

NOTÍCIA TRISTE

FALECEU

ALFREDO BASTOS
Em Câmara ardente na Igreja Nossa Senhora de Lourdes, donde após exéquias fúnebres, seguirá para o cemitério de MEIMÃO

Encontro de Gerações envia a toda a familia sentidas condolências.

NOTA:
Alfredo Bastos passou a sua juventude no ainda Bairro Marechal Carmona(agora Bairro Norton de Matos- Coimbra), onde viveu na Praça da India com seus pais e irmão ARCINDO BASTOS)falecidos).
Doou à junta de Freguesia de Santa Clara todo o espólio sobre a Rainha Santa Isabel, onde se encontra em exposição.
O blogue CAVALO SELVAGEM fez a reportagem da inauguração deste museu.

http://cavalinhoselvagem.blogspot.com/2011/05/museu-recordatorio-da-rainha-santa.html




COIMBRA DE OUTROS TEMPOS

 

Guiomar Marques

sexta-feira, 20 de novembro de 2020

SABER FALAR É OUTRA COISA

Saber falar é outra coisa!
Frequentemente, uma palavra certa no momento certo é uma chave eficaz para abrir as portas da existência mais remediada. Saber o que dizer e quando o fazer é um dom acessível a todos, mas recolhido por muito poucos.
Nos primeiros encontros e apresentações de grupo — recordem-se os reality shows recentes – é frequentíssimo ouvir anunciar, como grande qualidade pessoal, a frontalidade. Não a conceção real desta caraterística somática, mas antes aquilo que as pessoas acham que é a ‘frontalidade’.
“Ah, porque eu tenho uma coisa comigo: sou muito direto/a e digo o que penso à frente das pessoas” é uma das frases mais ouvidas num primeiro contacto. Outras dizem então que não são fingidas e não têm filtros, que são honestas no que dizem. Depois de aferidas as ponderações do comportamento e da atitude, percebemos que o que aquela pessoa queria dizer era: “Sou uma pessoa que não sabe avaliar as coisas, que tem opiniões superficiais, não mede as palavras e, como sou mal-educado/a, digo apalermadamente o que me vem à cabeça e gosto de ofender.”
Confundir este tipo de ‘frontalidade’ com assertividade é um erro demasiado comum. Para muitas pessoas, a forma temerária de falar denota um caráter forte, ousado e de liderança, esquecendo-se de que o verdadeiro comunicador e líder tem de saber usar a subtileza da linguagem com eficácia, criticando sem ofender, corrigindo sem humilhar e discordando sem afrontar. Tem de ficar claro que comunicar com assertividade é garantir o máximo de eficácia na intenção comunicativa, com o respeito total pelo seu interlocutor.
Recordo um breve episódio que neste verão me foi contado na primeira pessoa, em que um homem experimentado teve de usar de uma arte de falar cheia de sabedoria e engenho.
Deu-se o caso de determinado pai enviar todas as quintas-feiras a Lamego um cesto com as novidade das terra a um seu genro que, vivendo na cidade, delas não dispunha. As couves, cenouras, alfaces, batatas e quejandas seguiam num cesto de duas arrobas, às costas do filho ou à cabeça da criada. Alternadamente, coube-lhes ir à cidade, de quinze em quinze dias, durante um par de anos.
Um dia, o filho virou-se para o pai e disse:
“Amanhã, que vá a Laura a Lamego com o cesto, que eu não vou!”
“Então… não vais porquê?”
“Porque o seu genro dá sempre cinco c’roas de gorjeta à Laura, que não lhe é nada, e a mim, que sou cunhado, nem um pataco me dá.”
O pai ficou a matutar e deu razão ao rapaz, mas não sabia como resolver a situação sem colocar em causa a face do genro.
Falou com o filho e disse-lhe: “Amanhã vai então a Laura, mas na outra semana vais tu, porque eu mando e nem penses em dizer que não.”
O filho teve de obedecer e, no dia marcado, regressou a casa, eufórico, com os vinte e cinco tostões no bolso.
Podíamos agora imaginar que o pai teria exercido algum tipo de pressão sobre o genro e teria mesmo sido agressivo nas palavras. Poderia ter-lhe dito, como sogro e pai, que achava a atitude incorreta ou até mesmo ter apodado o genro de injusto e forreta. Mas não fez nada disso. Com a maior das subtilezas, substituiu-se no dia seguinte à Laura e depois de pousar o cesto nas escadas do genro, pegou numa moeda de dois e quinhentos, que retirou da bolsa que trazia presa ao colete por uma corrente, e disse:
“Tome estes vinte e cinco tostões e na próxima quinta-feira, quando o rapaz lhe aparecer em casa com o cesto, dê-lhos, mas não diga que fui eu que mandei.”
O genro acusou o toque e, obviamente, não os aceitou, mas foi remédio santo. Nunca mais faltaram as merecidas cinco coroas!

Prof. Antonino Silva -Coimbra

quarta-feira, 18 de novembro de 2020

ENCONTRO COM A ARTE - POESIA DOIS POEMAS DO NOVO LIVRO DE JORGE CASTRO


 RESPIRAR

respirar
como quem vive
um aroma de alfazema
respirar
só porque insiste
o absurdo de um poema

ou porque apenas existe
os que a vida faz valer
respirar para assim ser

respirar a longos haustos
nos mais infaustos momentos
sorver o ar desses ventos
que são da terra
e do mar
respirar de ser
de estar
em momentos de alegria
a celebrar cada dia
mesmo quando nos parecer
sem razões para fazer

soltar a palavra ao vento
um grito que nos liberte
se ao coração o aperte
a mordaça de um lamento

mesmo quando estamos sós
num alento de vontade
dar espaço à nossa voz
e respirar liberdade

e quase sem dar por isso
respirar
e respirar
e voltar a respirar
seja por vício ou feitiço
em eterno recomeço
seja da vida o amar

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HAVIA UMA PANDEMIA

havia uma pandemia
lá haver havia
cuja curva é curvatura

e a pandemia lá ia
de negro na noite escura
tal como outras que havia
antes desta pandemia

porque a fome já havia
já a miséria existia
e nenhum tinha cura
tanto quanto se sabia

pandemia é pandemia
mas somadas dia a dia
somarão mais amargura

o que as torna suspeitas
em horizontes de agrura
é serem grandes maleitas
a darem-se mais com pobres
e vós vítimas perfeitas
de devaneios oníricos
de fome ficais mais ricos
mas de miséria sem cobres

era uma vez uma pandemia
lá isso era
e atrás de uma outra havia
e nós delas sempre à espera
em busca de uma utopia
em certezas de quimera

e a pandemia lá ia...


COM UM ABRAÇO DO EG para o POETA ORCA


terça-feira, 17 de novembro de 2020

ANIVERSÁRIO

GRAÇA MARIA FERREIRA GASPAR

17-11-1949

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MUITAS FELICIDADES!

PARABÉNS!
 

domingo, 15 de novembro de 2020

O HOMEM SEM NOME - TEXTO DE KITO PEREIRA

                                 O HOMEM SEM NOME …

Hoje está um dia pasmado de calor. Percorro as avenidas largas da cidade e as rotundas de canteiros floridos. Vou na demanda de uma churrasqueira e não estou particularmente entusiasmado. Frango de churrasco é remendo para o estômago em tempo de correria no frenesim das cidades. Mas não em tempo de lazer. Ali, naquela rua banhada de sol, o estabelecimento é pequeno e estreito. Lá dentro estão dois irmãos que, a suar, vão virando frangos assados a entregar aos clientes. São baixos e atarracados. Parecem saídos dum filme dos anos quarenta. Um, tem um pequeno bigode negro que lhe enfeita o lábio superior. O outro tem o cabelo ondulado empastado de brilhantina. Entro na loja e vejo que não estou só. Uma mulher gorda e tagarela vai falando com os irmãos e percebe-se que se conhecem há muito tempo. Também o sotaque dela não desmente a sua origem algarvia. Lastima-se que tem a casa cheia de gente e levou com ela dois sacos cheios de comida que pagou com duas notas de vinte euros dos quais não recebeu troco. E, da mesma forma despachada como falava, partiu. Então, encostado a uma vitrina, reparei num homem que emergiu do fundo do Tempo. Vestia modestamente e uma barba espessa forrava-lhe as faces chupadas. Fiquei com a vaga ideia de que um dia o vi numa rua da cidade com um balde na mão a vender figos. Mas, na bruma da memória, fiquei suspenso pela incerteza. Para mim, aquele era apenas e só um homem sem nome que vagueia pelo barlavento algarvio. Outro marinheiro do Infante e da Vida. Mantinha-se em silêncio, meditabundo, e quando questionado do que queria levar para almoçar, pediu somente duas pequenas asas de frango. Duas asas por dois euros. Com uma caixa de plástico transparente na mão, partiu. Dois euros seria o orçamento caseiro para enganar a fome. Vi-o sair da loja tão calado como tinha aguardado a sua vez de ser servido. E aquele homem com rosto e sem nome desceu a rua devagar a refugiar-se no drama da sua pobreza envergonhada. Talvez uns figos colhidos numa qualquer herdade lhe complementem a refeição da dignidade que merece. Naquele início de tarde de um sol escaldante, dois simples euros seriam talvez o preço da sobrevivência.

Kito Pereira

Cidade de Lagos, 20 de Agosto de 2O2O        

ANIVERSÁRIO

SARAH OLIVEIRA

15-11-1980

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MEILLEURS VOEUX!

PARABÉNS!

 

sexta-feira, 13 de novembro de 2020

quinta-feira, 12 de novembro de 2020

ENCONTRO COM A ARTE- PINTURA

    A tricana as barcas e a beira rio de antigamente, maravilhoso Mondego.
    RUI PAULO
    Acrílico s/tela 60/30cm

quarta-feira, 11 de novembro de 2020

ANIVERSÁRIO

HERMANO ARROBAS

      "MANITO"

11-11-1944

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MUITAS FELICIDADES!

PARABÉNS!



segunda-feira, 9 de novembro de 2020

ANIVERSÁRIO

CELESTE MARIA CARVALHO FERREIRA RAFAEL

09-11-1941

Nesta data especial...

"Encontro de Gerações" deseja

MUITAS FELICIDADES!

PARABÉNS!





 

ANIVERSÁRIO

ELIZABETH OLIVEIRA

09-11-1950

Nesta data especial...

"Encontro de Gerações" deseja

MEILLEURS VOEUX !

PARABÉNS!
 



domingo, 8 de novembro de 2020

quinta-feira, 5 de novembro de 2020

INESPERADAMENTE... Texto de Rui Felicio publicado em23-08-2010

 Marília Noronha nessa noite quase não dormiu.

                   Tinha descoberto na pequena pasta do seu marido uma sensual “lingerie” vermelha acabada de comprar. Ainda pendia dela, até, a etiqueta da loja! Era claro, para Marília, que essa seria a prenda que ele lhe iria oferecer no dia seguinte, data do seu 35º aniversário. As coisas no casamento não andavam a correr muito bem, desde há muito. Por isso aquela prenda entusiasmou-a. Talvez fosse o sinal de que a relação entre ambos se viesse a normalizar. De facto, o Felisberto Noronha, seu marido, era uma pessoa educada, meiga, nunca a tinha tratado mal. Mas ela sentia que o amor já se tinha esvaído. Todos os pretextos eram bons para ele se desculpar e adiar para o dia seguinte, qualquer tentativa dela para fazerem amor. Ela ainda gostava dele, apesar de tudo, mas achava que numa relação conjugal, ser boa pessoa, educado, meigo, carinhoso, não era tudo! Nem, porventura, seria o mais importante. Entendia que a relação sexual era indispensável. Mas apercebia-se que, em vez disso, o marido já quase não conseguia ocultar uma indisfarçada repugnância diante dos jogos de sedução e das carícias que ela lhe fazia, tentando os jogos preliminares e a consumação do acto de amor. - - - - - - Porém, a descoberta daquela prenda escondida, que ele em segredo lhe tinha comprado deixou-a eufórica! A relação conjugal iria voltar a ser normal! Manhã cedo, logo que ele foi para o trabalho, ela saiu de casa, foi ao cabeleireiro e esmerou-se em melhorar o seu visual. Cabelo, unhas, lábios, sobrancelhas, tudo foi retocado para o receber à noite o mais bonita possível. Ao anoitecer, pôs a mesa, com duas velas acesas, uma garrafa de champanhe a gelar no “frappé”, o CD “My Way” de Frank Sinatra a girar baixinho, e a TV ligada, para ir olhando distraidamente as notícias enquanto esperava pelo marido. Esperou e começou a enervar-se. O tempo passava e, como nos dias anteriores em que ele chegava a casa muito tarde, queixando-se de cansaço e de excesso de trabalho, o relógio corria e ele nunca mais aparecia para lhe dar os parabéns e oferecer-lhe a “lingerie” que ela bisbilhotara na sua pasta. Subitamente a TV interrompeu a emissão para transmitir em directo um pavoroso incêndio que acabava de deflagrar na Fábrica Cosmos, Ldaa firma onde ele trabalhava... Fixou os olhos, apurou os ouvidos, aumentou o som da televisão e reconheceu nas imagens o edifício fabril que ela tão bem conhecia. Observava, aflita e tensa, a azáfama dos bombeiros empoleirados nas suas escadas “magirus” derramando jactos de água sobre as labaredas que iam consumindo a fábrica. Roía as unhas tão criteriosamente tratadas pela “manicure”, enquanto devorava as imagens terríficas do pequeno écran... A repórter da TV de serviço no local informou que haviam sido localizadas duas pessoas com vida dentro do edifício, apanhadas desprevenidas pelo inesperado e repentino incêndio, que os bombeiros tentavam resgatar. Minutos depois a locutora entrevistou o chefe dos bombeiros que sossegou os telespectadores, dizendo que as tais duas pessoas já estavam livres de perigo. Certamente aterrorizadas pela morte iminente, aduziu o bombeiro, as vítimas foram encontradas fortemente abraçadas uma à outraMarília acalmou, quando o bombeiro as identificou. Uma delas era o seu marido e estava bem. A câmara rodou e filmou as vítimas deitadas cada uma em sua maca para serem transportadas para o Hospital. Uma das vítimas, vestia calções de cabedal com tachas prateadas e camisa de alças também em cabedal, donde pendiam grossas correntes metálicas. Um chicote negro ainda lhe pendia inerte da mão. Meio chamuscado... O seu nome, Carlos da Silva. A outra das duas vítimas, vestia uma delicada e sensual "lingerie" vermelha com folhos. O seu nome, disse a repórter, era Felisberto Noronha...  

    Rui Felício