quinta-feira, 31 de março de 2022
quarta-feira, 30 de março de 2022
ENCONTRO COM A ARTE- FOTOGRAFIA -COIMBRA Escadas Monumentais Estudantes em Coração
terça-feira, 29 de março de 2022
segunda-feira, 28 de março de 2022
ENCONTRO COM A ARTE - FOTOGRAFIA COIMBRA
domingo, 27 de março de 2022
ENCONTRO COM A ARTE - FOTOGRAFIA COIMBRA NOCTURNA
sábado, 26 de março de 2022
ENCONTRO COM A ARTE- PINTURA de Maria Guia Pimpão
quinta-feira, 24 de março de 2022
ENCONTRO COM A ARTE - FOTOGRAFIA IGREJA DE SANTA JUSTA COIMBRA
quarta-feira, 23 de março de 2022
ENCONTRO COM A ARTE - FOTOGRAFIA COIMBRA
terça-feira, 22 de março de 2022
ENCONTRO COM A ARTE- FOTOGRAFIA COIMBRA
segunda-feira, 21 de março de 2022
ENCONTRO COM A ARTE - FOTOGRAFIA COIMBRA
domingo, 20 de março de 2022
GUITARRA DE COIMBRA
GUITARRA
A guitarra é um dos “ex-libris” de Coimbra”! Sonando no Choupal em noites de luar ou debaixo da janela duma princesa encantada, a guitarra é companheira do lirismo desta cidade. Dizem que as ninfas do Mondego cantam quando, ao clarão da lua, as cordas se cruzam com o sussurrar do Mondego.
A guitarra tem um fascínio de mulher. Segredos de veludo, trinado de rouxinol, caprichos de maresia e clamor de tempestade. A guitarra é divina! A guitarra reclina-se inspiradora e deleitosa na sempre nova alma de Coimbra.
A sonhar me fiz ao leito,
Abraçando uma guitarra;
Ao cingi-la bem ao peito,
Triste geme uma cigarra.
Pelo braço, pela voluta
Passo os dedos de mansinho;
Minha alma fica à escuta
Ao trinar dum passarinho.
Pelas costas, pelas ilhargas
Minhas mãos descem fremendo
Lançam fogo pelas palmas,
Deitam pétalas pelos dedos.
Vibram cordas ternamente,
Tensas, doces a meu lado,
Bebo a vida num lamento
A fluir ao som do fado.
Guitarra da minha vida,
Mulher triste e sem idade;
Deixas minha alma dorida,
Fazes de mim a saudade.
Autor: Professor Renato Àvila
sábado, 19 de março de 2022
GUARDE-ME AÍ A CACHOPA...Texto Dia do Pai Publicação do Professor Antonino Silva
Guarde-me aí a cachopa
Ele contava-me exatamente uma história que, não sendo fantástica, era das mais belas que eu ouvia. E repetia-a, uma e outra vez, sem acrescentar nem tirar nada, o que me fazia pensar que tanta coerência era capaz de fazer a história verdadeira. Noutras vezes, era ela que contava de novo, sempre de forma igual e tão coincidente com a versão dele, que tal história só poderia ser verdade.
Ele tinha feito vinte anos há muito pouco tempo e era recruta no quartel de Lamego. A Europa flagelava-se numa guerra sem fim e Portugal estava de sobreaviso. Sendo o filho mais velho e quase amparo de família, isso não o tinha livrado da incorporação e, por causa disso, partilhava as dormidas entre o quartel de Santa Cruz e a sua humilde cama no quarto da loja em casa dos pais, em Meijinhos. Fazia a pé o trajeto recorrente de uns 14 quilómetros, ao domingo à noite, para o quartel, e à sexta, para casa.
Pelo caminho passava junto a uma casa de perpianho recentemente construída com uma data na fachada. Dizia 1932, um ano antes do nascimento dela. A cachopa tinha então onze anos e brincava na larga eira de pedra, local que era avistado da rua. Ele passava e achava-lhe piada. Metia conversa com os adultos presentes e ficara a saber que a menina não era filha nem neta; era, isso sim, uma sobrinha-neta que fora, aos sete anos, servir para casa do Malhão e por lá ficara, metade como criada e metade como filha. Eles valorizavam o trabalho como se aprecia o esforço de um serviçal, mas amavam-na e cuidavam dela como se filha fosse. E nos limites de uma vida de sacrifício, onde nem tudo chegava à mesa dos pobres nem dos remediados, pode dizer-se que os tios-avós e a sobrinha-neta eram felizes.
Num domingo de fim de verão, ao descer para a cidade, o soldado parou e meteu, mais uma vez, conversa com o dono de casa que, sentado à porta, apreciava o sol que ia dourando o vasto manto de grãos de milho estendidos na eira e, pensativamente, cogitava na possibilidade de o recolher, por causa do orvalho das noites que costumava aparecer por alturas das festas da Sr.ª dos Remédios. No fio da conversa, ficou a saber mais umas quantas coisas da cachopa e, quando a curiosidade já não queria mais coisa, virou-se para o ancião e disse:
- Olhe, guarde-me aí a cachopa, que eu, quando ela for maior e tiver eu a minha vida arranjada, voltarei cá para a namorar e pedir em casamento. O Malhão ficou admirado com tamanha confiança, mas o certo é que nove anos depois casaram e tiveram dez filhos.
Eu sou o sétimo na linha da sucessão.
Professor Antonino Silva
ELE - O recruta no quartel de Lamego
texto publicado no dia 19 de Março dia do pai
sexta-feira, 18 de março de 2022
ENCONTRO COM A ARTE - FOTOGRAFIA - COIMBRA
quinta-feira, 17 de março de 2022
ANIVERSÁRIO JOSÉ ALVIM
quarta-feira, 16 de março de 2022
ENCONTRO COM A ARTE - FOTOGRAFIA AS DOCAS NO PARQUE VERDE EM COIMBRA
terça-feira, 15 de março de 2022
Encontro com a Arte- Fotografia-Entardecer no Rio Mondego
segunda-feira, 14 de março de 2022
ENCONTRO COM A ARTE- PROSA/CONTO ANOS CINQUENTA
domingo, 13 de março de 2022
COIMBRA DE OUTROS TEMPOS - PISCINAS MUNICIPAIS
sábado, 12 de março de 2022
ENCONTRO COM A ARTE- FOTOGRAFIA UM OUTRO OLHAR SOBRE COIMBRA
sexta-feira, 11 de março de 2022
COIMBRA - RUAS DA BAIXA- RUA SARGENTO MOR
quinta-feira, 10 de março de 2022
UM DIA DE MARÇO
Um dia de Março
A minha tia, ainda bem cedinho, já fora ao curral buscar uns galhos e umas cepas de giesta para atiçar o lume. Varrera a pedra do lar com a vassoura de bracejo, apanhara a cinza para a pilheira, pusera um cepo grande lá atrás e aconchegou-lhe umas maravalhas e uns chamiços miudos. Pegou no fole e soprou o tição que ficara mortiço durante a noite, mas ainda aceso. Quando as maravalhas atearam, a tia soprou mais um poucochinho com a aba do avental a fazer de abano.
Enquanto a chama avivava, foi à cantareira buscar o cântaro da água que tinha ido encher de véspera ao chafariz. Despejou-o em duas panelas de ferro e na cafeteira que pôs em redor do lume.
Aproveitou o tempo enquanto a água ia começando a ferver e desceu novamente ao curral a levar o balde da vianda aos marranos pequeninos que tinham nascido na cortelha naquele Inverno; foi abrir o portado do galinheiro; espalhou milho no curral para as galinhas e patos; tirou dois ou três ovos do ninho que guardou no bolso do avental e subiu as escaleiras.
Foi poisar os ovos à despensa e buscar o pó de café cevada. Arrimou a trempe sobre as brasas e pôs lá o tacho de esmalte com o leite para ferver. Não tardou a casa inteira ficar impregnada daquele aroma que me fazia pinchar da cama e correr para a cozinha. Já a tia estava a puxar a mesa pequenina para perto da lareira. Pedi-lhe a bênção e ela pediu a Deus que me abençoasse. Depois, tirou uma caneca de água quente duma das panelas e levou-a para a bacia do lavatório para eu lavar as mãos e a cara. Ajudou-me a pentear o cabelo e voltámos ambas para a cozinha. Eu pus as malgas na mesa, os paninhos, o pão e o talher de alumínio. A minha tia ia olhando a ver se estava tudo como “lhe era dado”. Mas, como quase sempre, o leite começara a derramar, o que nos fazia rir!... Mal a tia se distraía um “poquenino” a olhar para o lado ele parecia que adivinhava e saía do tacho!...
O meu tio, por sua vez, também se levantara muito cedo. Já tinha ordenhado a Mimosa e trazido o leite acima. Descera novamente à carpintaria pois tinha pressa em acabar uns caixilhos para as janelas de uma casa. Fui pedir-lhe a bênção e chamá-lo para ir tomar o pequeno almoço. Minha tia dizia que ele era um pisco a comer e se não o chamássemos ele nem se lembrava da fome!... Quando subiu trouxe mais um braçado de lenha e foi lavar as mãos com água fria para a varanda do balcão. Ele dizia sempre que a água fria ativava o sangue!
Depois do café, meu tio voltou à carpintaria. Eu e a tia ficámos na cozinha. Ela preparou a panela do almoço, fez o queijo da coalhada, lavou as malgas e os talheres que eu ia limpando com a rodilha, foi fazer a minha caminha, verificou a roupa que estava a acabar de secar, pôs novamente a mesa ... E eu ia fazendo as pequenas coisas que ela me pedia, pois “o trabalho do menino é poucochinho mas quem o perde é parvinho”!
Pela manhã, o nevoeiro não deixava ver muito mais que um metro de lonjura! Mas, lá pelas dez badaladas do relógio do campanário, já se ouvia o tilintar das campainhas da Mourisca, da Malhada, da Castanha, da Tourina e de muitas outras vaquinhas que levavam um bamboleio mais apressado do que era costume em dias quentes e claros. Talvez esse desembaraço fosse pela hora ser mais tardia ou pela vontade de poderem ir ao lameiro e sair da ”loja”. Embora o feno à manjedoura lhes fosse muito apetitoso penso que não havia nada que superasse aquele travo da erva fresquinha dos lameiros.
Também nós levámos a Mimosa ao lameiro do Prado Castelhano, mas só depois do almoço, porque aquele lameiro não era murado a toda a volta para poder ficar sozinha. Então, eu tomei conta dela para a minha tia olhar pelas plantas que começavam a rebentar no Chão de Cima e apanhar algumas beldroegas para a vianda dos porquinhos. Eu adorava ir para aquele prado porque tinha uma ribeira lá ao fundo, de água muito cristalina e com rebolinhos e pedrinhas muito bonitas para o jogo do Meco ou das Cinco Chinas. E a Mimosa portava-se tão bem que nunca me obrigava a fazer correrias para não a deixar abalar.
O relógio do campanário avisou as cinco horas e nós apressámo-nos a voltar a casa. O tio já tinha feito a cama da Mimosa de “fieitos” limpos cobertos com palha de centeio bem seca. A tia correu até ao chafariz do Pio, nessa altura ainda não havia nenhuma fonte no Largo do Enxido, e foi encher o cântaro e o jarro do lavatório. Eu fui com ela e levei a minha cantarinha pequenina.
Depois, voltou a praparar o lume para fazer o caldo escoado da noite, pôs a panela com água, descascou as batatas e foi lavar a chaminé do candeeiro, verificou-lhe o petróleo e a torcida e acendeu-o. O tio chegou, também, com o braçado de lenha para o serão. Ainda tinha que ir ordenhar a Mimosa, outra vez depois do jantar.
Não tardaram a soar as Trindades, pois o pôr-do-sol em Março é bem cedinho. Parámos tudo o que estávamos a fazer e rezámos as “Avé-Marias” com todo o respeito: de pé e com as mãos postas.
A seguir comeu-se o caldo escoado com pimentos curtidos e um bocadinho de chouriça e toucinho fritos. Havia queijo fresco e maçãs de Inverno se alguém quisesse. Tirou-se a mesa e começou o serão.
O tio ainda foi ouvir ler o correio que chegava na camioneta da carreira, não fossem os primos terem escrito alguma carta ou postal. Como estava já muito escuro levou a lanterna de mão.
A tia preparou um caçoilinho de barro com água. Pegou na roca e atou-lhe uma estriga. Tirou o fuso do lambril ao lado da chaminé, sentou-se, perto do lume, na sua cadeirinha de verga e começou a fiar ..............
....................
Georgina Ferro
quarta-feira, 9 de março de 2022
ENCONTRO COM A ARTE - FOTOGRAFIA - COIMBRA
terça-feira, 8 de março de 2022
ENCONTRO COM A ARTE -POESIA DIA INTERNACIONAL DA MULHER - Por Renato Ávila
UMA FEMININA LÁGRIMA
Coração no cérebro,
Alma no olhar,
Ternura no sentir,
Coragem em cada célula!
Vejo-as partir com crianças
Pela mão,
Ao colo,
No sacrossanto santuário do ventre.
Marcha mitigada,
Ao compasso dos pés arrastados
Dos mais velhos,
Ei-las,
Corajosas,
Impolutas,
Heroicas.
De vez em quando
Baixam o gorro
Para deixarem escapar
Uma teimosa,
Uma furtiva lágrima!
Para trás,
A guerra,
Medonha,
Apocalíptica
E as chamas
E a morte!
Vão à procura
Da paz.
Do amor.
As noites continuarão longas,
As bombas rebentarão no silêncio
Dos corações.
As crianças brincarão com as migalhas
Da saudade.
E os partos nas trevas das catacumbas
Terão aqui a bênção do nosso sol e do nosso amor.
E de sorriso aberto e coração lá longe
As lágrimas, de furtivas,
Trarão em torrente
Uma prece
E a bendita esperança da paz!
Dia Internacional da Mulher
08 de Março de 2022
segunda-feira, 7 de março de 2022
ENCONTRO COM A ARTE- FOTOGRAFIA- OUTRO OLHAR SOBRE COIMBRA
domingo, 6 de março de 2022
ENCONTRO COM A ARTE- FOTOGRAFIA- COIMBRA
sábado, 5 de março de 2022
ENCONTRO COM A ARTE- POESIA - Contra a Guerra de Agressão Jorge Castro
Todos temos o direito a defendermo-nos. Ninguém tem o direito de agredir.
CONTRA A GUERRA DE AGRESSÃO
não se me dá desta guerra
ou de outra guerra qualquer
nas mãos ficam-me pungentes
os cravos das incertezas
cravados a feros golpes
pelos donos da razão
falas-me de heróis semimortos
alinhados nas paredes
que se vão crivar de balas
dos corpos já trespassados?
falas-me de outras crianças
que brincam com estilhaços
manchados da cor estranha
do sangue das suas mães?
falas-me das mãos decepadas
dos artistas militantes
entre arroubos de Guernica
ou de rosas de Hiroshima?
de que nos valem razões
na sem-razão de uma guerra?
numa baioneta de ódio
que sangra um coração moço?
num míssil cobardemente
lançado à vida que passa?
nos tanques tão couraçados
contra a flor que desponta?
em comboios de degredo
numa terra de ninguém?
nesse sangue derramado
por todos e de ninguém?
que serve aos senhores da guerra
mas não serve a mais ninguém?
não se me dá desta guerra
ou de outra guerra qualquer
que serve aos senhores da guerra
mas não serve a mais ninguém!
- Jorge Castro
01 de Março de 2022
sexta-feira, 4 de março de 2022
ANIVERSÁRIO RUI BARREIROS
04-03-1946
Nesta data especial...
"Encontro de Gerações" deseja
MUITAS FELICIDADES!
PARABÉNS!