domingo, 20 de março de 2022

GUITARRA DE COIMBRA

 

GUITARRA

A guitarra é um dos “ex-libris” de Coimbra”! Sonando no Choupal em noites de luar ou debaixo da janela duma princesa encantada, a guitarra é companheira do lirismo desta cidade. Dizem que as ninfas do Mondego cantam quando, ao clarão da lua, as cordas se cruzam com o sussurrar do Mondego.

A guitarra tem um fascínio de mulher. Segredos de veludo, trinado de rouxinol, caprichos de maresia e clamor de tempestade. A guitarra é divina! A guitarra reclina-se inspiradora e deleitosa na sempre nova alma de Coimbra.

A sonhar me fiz ao leito,

 Abraçando uma guitarra;

Ao cingi-la bem ao peito,

Triste geme uma cigarra.

Pelo braço, pela voluta

Passo os dedos de mansinho; 

Minha alma fica à escuta

Ao trinar dum passarinho.

Pelas costas, pelas ilhargas

Minhas mãos descem fremendo

Lançam fogo pelas palmas,

Deitam pétalas pelos dedos.

Vibram cordas ternamente,

Tensas, doces a meu lado,

Bebo a vida num lamento

A fluir ao som do fado.

Guitarra da minha vida,

Mulher triste e sem idade;

Deixas minha alma dorida,

Fazes de mim a saudade.

Autor: Professor Renato Àvila


sábado, 19 de março de 2022

GUARDE-ME AÍ A CACHOPA...Texto Dia do Pai Publicação do Professor Antonino Silva

 Guarde-me aí a cachopa


Ele contava-me exatamente uma história que, não sendo fantástica, era das mais belas que eu ouvia. E repetia-a, uma e outra vez, sem acrescentar nem tirar nada, o que me fazia pensar que tanta coerência era capaz de fazer a história verdadeira. Noutras vezes, era ela que contava de novo, sempre de forma igual e tão coincidente com a versão dele, que tal história só poderia ser verdade. 

Ele tinha feito vinte anos há muito pouco tempo e era recruta no quartel de Lamego. A Europa flagelava-se numa guerra sem fim e Portugal estava de sobreaviso. Sendo o filho mais velho e quase amparo de família, isso não o tinha livrado da incorporação e, por causa disso, partilhava as dormidas entre o quartel de Santa Cruz e a sua humilde cama no quarto da loja em casa dos pais, em Meijinhos. Fazia a pé o trajeto recorrente de uns 14 quilómetros, ao domingo à noite, para o quartel, e à sexta, para casa. 

Pelo caminho passava junto a uma casa de perpianho recentemente construída com uma data na fachada. Dizia 1932, um ano antes do nascimento dela. A cachopa tinha então onze anos e brincava na larga eira de pedra, local que era avistado da rua. Ele passava e achava-lhe piada. Metia conversa com os adultos presentes e ficara a saber que a menina não era filha nem neta; era, isso sim, uma sobrinha-neta que fora, aos sete anos, servir para casa do Malhão e por lá ficara, metade como criada e metade como filha. Eles valorizavam o trabalho como se aprecia o esforço de um serviçal, mas amavam-na e cuidavam dela como se filha fosse. E nos limites de uma vida de sacrifício, onde nem tudo chegava à mesa dos pobres nem dos remediados, pode dizer-se que os tios-avós e a sobrinha-neta eram felizes. 

Num domingo de fim de verão, ao descer para a cidade, o soldado parou e meteu, mais uma vez, conversa com o dono de casa que, sentado à porta, apreciava o sol que ia dourando o vasto manto de grãos de milho estendidos na eira e, pensativamente, cogitava na possibilidade de o recolher, por causa do orvalho das noites que costumava aparecer por alturas das festas da Sr.ª dos Remédios. No fio da conversa, ficou a saber mais umas quantas coisas da cachopa e, quando a curiosidade já não queria mais coisa, virou-se para o ancião e disse: 

- Olhe, guarde-me aí a cachopa, que eu, quando ela for maior e tiver eu a minha vida arranjada, voltarei cá para a namorar e pedir em casamento. O Malhão ficou admirado com tamanha confiança, mas o certo é que nove anos depois casaram e tiveram dez filhos. 

Eu sou o sétimo na linha da sucessão.

Professor Antonino Silva


                                ELE  -   O recruta no quartel de Lamego

                                              texto  publicado no dia 19 de Março dia do pai


quinta-feira, 17 de março de 2022

ANIVERSÁRIO JOSÉ ALVIM

JOSÉ ALVIM

17-03-1942

Nesta data especial...

"Encontro de Gerações" deseja

MUITAS FELICIDADES!

PARABÉBS!
 

segunda-feira, 14 de março de 2022

ENCONTRO COM A ARTE- PROSA/CONTO ANOS CINQUENTA

Anos Cinquenta
A Ti Neves espevitou a candeia, pela terceira ou quarta vez. O murrão continuava sem querer alumiar a cozinha, uma vez que o azeite era tão poucochinho e já não havia mais na almotolia. Também o lume ardia mortiço, no cepo lá atrás, que ela ia "patchinando" (borrifando) de vez em quando, para que durasse ao longo da noite.
Cada vez que o vento uivava pela gateira da porta, ela aconchegava a si, o velho xale de lã, e rezava as suas jaculatórias! Lembrava o seu falecido! No tempo dele havia sempre lenha de sobejo, até tinha "cabras" nas pernas de tanto calor apanharem. Nessa altura acendia o candeeiro de petróleo, que dava uma luz mais clarinha! E ela fiava o linho que tinha colhido, espadelado, maçado... Também as suas cachopas, todas tinham coisas para fazer: coser roupa, remendar, bordar, cortar fitas para encher as canelas para as mantas de trapos!...enquanto soltavam estridentes gargalhadas ou entoavam as modinhas tradicionais.
Por onde andariam elas agora, com tantos filhos para criar? E pérolas sem brilho iam descendo pelo seu rosto abaixo.
_ Truz...truz... ( Fortes pancadas na aldraba da porta de carvalho). Sou o Tonho, não se assuste Ti Neves. ( Foi entrando, cozinha adentro) . Venho trazer-lhe um poquenino de pão centeio, que a nossa Maria cozeu para fazer as farinheiras. Olhe, trago também uma febra de alguidar, para assar nas brasas! "Ai conho", nem brasas há nesta lareira! Vou buscar umas cepas de giesta, que piquei esta tarde! E tem aqui a candeia cheia de murrão!, que é isso?
_ Ai, Tonho, deixei acabar o azeite e já há muito tempo que não compro petróleo...Desde que vendi as vacas que não me sobeja dinheiro para gastar!... Este ano os castanheiros não deram castanhas que prestassem para vender!... Que eu rebusquei-as bem... Ainda deram para engordar o marrano.
_ Deixe lá, Ti Neves, enquanto eu tiver força nestes braços, não há-de passar fome nem frio! Juro-lhe em nome de Deus, que nos está a ver!... Se estou vivo a si lho devo!... Se não fosse vossemecê tinha morrido à míngua ainda pequeno!
_ Eram outros tempos, onde comiam dez havia sempre para mais um. E tu adoravas mílharas, lembras-te? Até dizíamos que a cegonha te devia ter trazido de Aldeia Velha!
_ Pois era! "Atão vá", eu vou num pé e venho noutro e já fazemos aí umas boas labaredas com brasas para assar a carne. Vou dizer à nossa Maria que venha e jogamos uma cartada!
_ Ai "home" és um bom menino! Deus te valha sempre...
Georgina Ferro
Fernanda Do Céu Gonçalves, Maria Rosário Duarte e 463 outras pessoas
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quinta-feira, 10 de março de 2022

UM DIA DE MARÇO

 Um dia de Março


 A minha tia, ainda bem cedinho, já fora ao curral buscar uns galhos e umas cepas de giesta para atiçar o lume. Varrera a pedra do lar com a vassoura de bracejo, apanhara a cinza para a pilheira, pusera um cepo grande lá atrás e aconchegou-lhe umas maravalhas e uns chamiços miudos. Pegou no fole e soprou o tição que ficara mortiço durante a noite, mas ainda aceso. Quando as maravalhas atearam, a tia soprou mais um poucochinho com a aba do avental a fazer de abano.

  Enquanto a chama avivava, foi à cantareira buscar o cântaro da água que tinha ido encher de véspera ao chafariz. Despejou-o em duas panelas de ferro e na cafeteira que pôs em redor do lume.

 Aproveitou o tempo enquanto a água ia começando a ferver e desceu novamente ao curral a levar o balde da vianda aos marranos pequeninos que tinham nascido na cortelha naquele Inverno; foi abrir  o portado do galinheiro; espalhou milho no curral para as galinhas e patos; tirou dois ou três ovos do ninho que guardou no bolso do avental e subiu as escaleiras.  

 Foi poisar os ovos à despensa e buscar o pó de café cevada. Arrimou a trempe sobre as brasas e pôs lá o tacho de esmalte com o leite para ferver. Não tardou a casa inteira ficar impregnada daquele aroma que me fazia pinchar da cama e correr para a cozinha. Já a tia  estava a puxar a mesa pequenina para perto da lareira. Pedi-lhe a bênção e ela pediu a Deus que me abençoasse. Depois, tirou uma caneca de água quente duma das  panelas e levou-a para a bacia do lavatório para eu lavar as mãos e a cara. Ajudou-me a pentear o cabelo e voltámos ambas para a cozinha. Eu pus as malgas na mesa, os paninhos, o pão e o talher de alumínio. A minha tia ia olhando a ver se estava tudo como “lhe era dado”. Mas, como quase sempre, o leite começara a derramar, o que nos fazia rir!... Mal a tia se distraía um “poquenino” a olhar para o lado ele parecia que adivinhava e saía do tacho!...

 O meu  tio, por sua vez,  também se levantara muito cedo. Já tinha ordenhado a Mimosa e trazido o leite acima. Descera novamente à carpintaria pois tinha pressa em acabar uns caixilhos para as janelas de uma casa. Fui pedir-lhe a bênção e chamá-lo para ir tomar o pequeno almoço. Minha tia dizia que ele era um pisco a comer e se não o chamássemos ele nem se lembrava da fome!... Quando subiu trouxe mais um braçado de lenha e foi lavar as mãos com água fria para a varanda do balcão. Ele dizia sempre que a água fria ativava o sangue!

 Depois do café, meu tio voltou à carpintaria. Eu e a tia ficámos na cozinha. Ela preparou a panela do almoço, fez o queijo da coalhada, lavou as malgas e os talheres que eu ia limpando com a rodilha, foi fazer a minha caminha, verificou a roupa que estava a acabar de secar, pôs novamente a mesa ... E eu ia fazendo as pequenas coisas que ela me pedia, pois “o trabalho do menino é poucochinho mas quem o perde é parvinho”!

 Pela manhã, o nevoeiro não deixava ver muito mais que um metro de lonjura! Mas, lá pelas dez badaladas do relógio do campanário, já se ouvia o tilintar das campainhas da Mourisca, da Malhada, da Castanha, da Tourina e de muitas outras vaquinhas que levavam um bamboleio mais apressado do que era costume em dias quentes e claros. Talvez esse desembaraço fosse pela hora ser  mais tardia ou pela vontade de poderem ir ao lameiro e sair da ”loja”. Embora o feno à manjedoura lhes fosse muito apetitoso penso que não havia nada que superasse aquele travo da erva fresquinha dos lameiros. 

 Também nós levámos a Mimosa ao lameiro do Prado Castelhano, mas só depois do almoço, porque aquele lameiro não era murado a toda a volta para poder ficar sozinha.  Então, eu tomei conta dela para a minha tia olhar pelas plantas que começavam a rebentar no Chão de Cima e apanhar algumas beldroegas para a vianda dos porquinhos. Eu adorava ir para aquele prado porque tinha uma ribeira lá ao fundo, de água muito cristalina e com rebolinhos e pedrinhas muito bonitas para o jogo do Meco ou das Cinco Chinas.  E a Mimosa portava-se tão bem que nunca me obrigava a fazer correrias para não a deixar abalar.

 O relógio do campanário avisou as cinco horas e nós apressámo-nos a voltar a casa. O tio já tinha feito a cama da Mimosa de “fieitos” limpos cobertos com palha de centeio bem seca. A tia correu até ao chafariz do Pio, nessa altura ainda não havia nenhuma fonte no Largo do Enxido, e foi encher o cântaro e o jarro do lavatório. Eu fui com ela e levei a minha cantarinha pequenina.

 Depois, voltou a praparar o lume para fazer o caldo escoado da noite, pôs a panela com água, descascou as batatas e foi lavar a chaminé do candeeiro, verificou-lhe o petróleo e a torcida e acendeu-o. O tio chegou, também, com o braçado de lenha para o serão. Ainda tinha que ir ordenhar a Mimosa, outra vez depois do jantar. 

  Não tardaram a soar as Trindades, pois o pôr-do-sol em Março é bem cedinho. Parámos tudo o que estávamos a fazer e rezámos as “Avé-Marias” com todo o respeito: de pé e com as mãos postas. 

 A seguir comeu-se o caldo escoado com pimentos curtidos e um bocadinho de chouriça e toucinho fritos. Havia queijo fresco e maçãs de Inverno se alguém quisesse. Tirou-se a mesa e começou o serão. 

 O tio ainda foi ouvir ler o correio que chegava na camioneta da carreira, não fossem os primos terem escrito alguma carta ou postal. Como estava já muito escuro levou a lanterna de mão. 

 A tia preparou um caçoilinho de barro com água. Pegou na roca e atou-lhe uma estriga. Tirou o fuso do lambril ao lado da chaminé, sentou-se, perto do lume, na sua cadeirinha de verga e começou a fiar ..............

....................

Georgina Ferro


terça-feira, 8 de março de 2022

ENCONTRO COM A ARTE -POESIA DIA INTERNACIONAL DA MULHER - Por Renato Ávila

UMA FEMININA LÁGRIMA


Coração no cérebro, 

Alma no olhar, 

 Ternura no sentir,

Coragem em cada célula!

Vejo-as partir com crianças 

Pela mão, 

Ao colo,

No sacrossanto santuário do ventre.

Marcha mitigada,

Ao compasso dos pés arrastados

Dos mais velhos, 

Ei-las,

Corajosas,

Impolutas, 

Heroicas.

De vez em quando

Baixam o gorro

Para deixarem escapar

Uma teimosa,

Uma furtiva lágrima!


Para trás, 

A guerra,

 Medonha,

 Apocalíptica

E as chamas

E a morte!

Vão à procura

Da paz.

 Do amor.

 

As noites continuarão longas, 

As bombas  rebentarão no silêncio

Dos corações.

As crianças brincarão  com as migalhas 

Da saudade.

E os partos nas trevas das catacumbas

Terão aqui  a bênção do nosso sol e do nosso amor.

E de sorriso aberto e coração lá longe

As lágrimas, de furtivas,

Trarão em torrente

Uma prece

 E a  bendita  esperança da paz!


Dia Internacional da Mulher

08 de Março de 2022


segunda-feira, 7 de março de 2022

sábado, 5 de março de 2022

ENCONTRO COM A ARTE- POESIA - Contra a Guerra de Agressão Jorge Castro

Todos temos o direito a defendermo-nos. Ninguém tem o direito de agredir.


CONTRA A GUERRA DE AGRESSÃO

                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                     

não se me dá desta guerra     

ou de outra guerra qualquer

nas mãos ficam-me pungentes

os cravos das incertezas

cravados a feros golpes

pelos donos da razão 


falas-me de heróis semimortos

alinhados nas paredes

que se vão crivar de balas

dos corpos já trespassados?

falas-me de outras crianças

que brincam com estilhaços

manchados da cor estranha

do sangue das suas mães?

falas-me das mãos decepadas

dos artistas militantes

entre arroubos de Guernica

ou de rosas de Hiroshima?


de que nos valem razões

na sem-razão de uma guerra?

numa baioneta de ódio 

que sangra um coração moço?

num míssil cobardemente

lançado à vida que passa?

nos tanques tão couraçados

contra a flor que desponta?

em comboios de degredo

numa terra de ninguém?

nesse sangue derramado

por todos e de ninguém?

que serve aos senhores da guerra

mas não serve a mais ninguém?


não se me dá desta guerra

ou de outra guerra qualquer

que serve aos senhores da guerra

mas não serve a mais ninguém!


- Jorge Castro

01 de Março de 2022

 

sexta-feira, 4 de março de 2022

ANIVERSÁRIO RUI BARREIROS

RUI BARREIROS

04-03-1946

Nesta data especial...

"Encontro de Gerações" deseja

MUITAS FELICIDADES!

PARABÉNS!
 

quarta-feira, 2 de março de 2022

ESTRELA DO MAR - LAGOS Texto de Kito Pereira

ESTRELA DO MAR 

                                                                                                                                       Lagos . São seis e trinta de um sereno amanhecer. “Estrela do Mar”, embarcação de pequeno calado, dobra a barra e faz-se ao largo. Ao leme, Mestre Florival, rosto sulcado pelas rugas que o mar esculpiu, samarra pelos ombros, um boné companheiro de tantas fainas descaído sobre os olhos calmos e experientes, com que observa o oceano palmo a palmo. Rotina de todos os dias. Uma hora de viagem. Ao longe, lá ao longe, a silhueta esfumada de Portimão, enquanto a rede vai descendo sob o marulhar das águas e o “toc-toc” ritmado do motor, batendo lá no fundo da traineira. Hora a hora, o Sol vai subindo no horizonte. Uma enorme bola de fogo, que cobre com a sua luz generosa, um mar de prata. É tempo de refeição. É tempo do farnel, que se come com o religioso ritual de todos os dias: o pedaço de pão, o canivete com que se corta a fatia de queijo, o gole de vinho retemperador para a pesada tarefa que se segue – o erguer das redes. Foi boa a pescaria do Mestre Florival. No rosto moreno, a alegria do esforço compensado, na lotaria que o mar amiudadamente lhe reserva. O fim da faina, quando o sol já se deita no regaço do mar. A satisfação do regresso a casa. De partilhar com a sua companheira de labuta do caldo fumegante que ela, no sobressalto do caminhar pela vida ao sabor das marés, vai preparando na ânsia de o ver pisar terra firme. À noite, ao serão, numa roda de amigos, o velho baralho de cartas batido no tampo da mesa gasto pelo Tempo, o cigarro barato a pender - lhe dos lábios, Mestre Florival fala deste ou daquele exemplar mais corpulento içado na rede, ou, quem sabe, do António José, que desapareceu ali mesmo ao virar da barra, sem que ninguém lhe pudesse acudir. Os outros ouvem, num silêncio magoado, irmanados na dor e comungando do mesmo pensamento legado pelos seus antepassados… O mar dá. O mar tira. Mar pão. Mar cão.                                                             KITO PEREIRA

terça-feira, 1 de março de 2022