LADRÃO!...
Estava sentada à noite no terraço,
num pequenino banco de marfim,
e as minhas mãos pousadas no regaço,
eram pálidas manchas de cetim…
De súbito, um clarão cortou o espaço
Iluminando as sombras do jardim!
Eu, fiquei prisioneira dum abraço.
Eras tu que chegava junto de mim.
Ergui as mãos, emoldurei teu rosto
e murmurei, num ritmo de oração,
com os teus lábios fortes sobre os meus:
Amado meu, chego a sentir desgosto…
Pois que afinal não passas de um ladrão,
roubaste ao sol a luz dos olhos teus!
Um Legado de Petrarca
(Sonetos)
Natália Queirós
Nota: NATÁLIA QUEIRÓS, nascida em Lisboa e radicada há longa
data em COIMBRA, licenciada em Direito ingressa a seu tempo
na judicatura judicial, função de que ora se encontra jubililada..
Independentemente das várias tarefas e funções que vem exercendo teve, desde sempre, a imperiosa necessidade de escrever (não só poesia) .
…………………………………………………………………………………………………….