sexta-feira, 20 de outubro de 2017

Caminhos

Em plena floresta.
Foto: Joana

10 comentários:

  1. Meu caro Chico

    Floresta é alegria e vida. Agradeço à Joana a foto. Mas floresta também pode ser pesadelo. Ontem, andei pelo centro do país de braço dado com o demónio. Levar um casal jovem à sua última morada, por força de um incêndio traiçoeiro que os apanhou a meio da montanha, quando ainda tinham tanto para viver, foi tarefa dura, tanto mais que sobreviveram os filhos de 2 e 7 anos de idade. Talvez breve eu tenha condições psicológicas para contar esta minha negra experiência. Mas diga o que disser, ficará sempre aquém da realidade negra que vivi. A Raquel Bicho, que conheci dos nossos almoços anuais de ex-combatentes , era filha de um amigo meu do tempo das trincheiras da guerra em África. Mas os mais de 40 anos passados, não esmoreceram a amizade e outros ex-combatentes também vieram de longe para estar com o Júlio Bicho de negro carregado na roupa e na alma.

    Que a Raquel e António estejam em paz ...

    Um abraço

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  2. Não estava aí mas mesmo assim vi cenas horrorosas que jamais me esquecerão, quanto mais quando se tem amigos ou familiares que partiram de forma tão estúpida e ingrata. Calculo a revolta que está a sentir assim como das pessoas que aí vivem. Só o tempo esbaterá mas vai sempre ficar qualquer toque no coração.

    Não há nada que pague uma vida, quanto mais mais de quarenta e quatro. Vamos a ver se a população reage e põe essas velharias que andam a fazer política na rua, pois se não fôr agora também já não vai e o país continua adormecido. É preciso malta nova com dinamismo pois o que está para vir também não vai ser fácil.
    Estou convencido que se perderam muitos empregos assim como muita da pouca exportação que temos. É claro que de imediato com a reconstrução, até parece que tudo vai andar mas com o tempo vão faltar os alicerces. Já aconteceu quando andámos a construir auto-estradas. Quanto aos turistas vamos a ver como vão reagir pois é natural que de imediato procurem outras paragens mas espero que dentro de muito pouco tempo a situação se recomponha. Neste campo estou muito mais esperançado.
    A foto da Joana mostra-nos a floresta no Mont-Tremblant nas Laurentides, não muito longe daqui. Dá ainda para ver passar amigávelmente uns bichinhos. Quanto mais longe, mais serrada, mais perigosa e com outra beleza. Há zonas mais afastadas que é absolutamente floresta virgem pois esta ainda tem uns caminhos.
    Um abraço com votos de muita coragem.

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  3. É uma imagem de floresta viçosa e que não é infelizmente igual a uma grande percentagem da floresta no nosso país.É uma autentica calamidade que em parte terá sido provocada pela falta de profissionalismo de quem comandava a alto nivel as operações de combate a cargo dos bombeiros.Sem dúvida que os fogos eram muitos e extremamente violentos, mas nem sempre foram tomadas as eficientes ordens de acudir às zonas mais complicadas, especialmente para proteger pessoas e bens.Muita coisa e responsabilidades ainda estão para apurar!
    Agora esperam sabe-se lá quanto tempo para serem indemnizadas, quando o que era necessário já de imediato era a segurança social estar em campo sem demasiadas burocracias entregando umas primeiras verbas aos que ficaram na miséria.FOME NÃO PASSARÃO porque a solidariedade das populações não atingidas e as autarquias locais estão no primeiro plano de ajuda.A nivel governamental mesmo nestas emergências a burocracia é enervante!

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    1. É pena que a nossa floresta não esteja assim mas esperemos que dê para grandes resoluções.
      Esperemos que venha ao de cima os verdadeiros responsáveis mas isso vai demorar tempo e no nosso país tocar nos de cima, é muito difícil. Vai acabar por apanhar o intermediário ou o soldado, que muitas vezes nem lhe deram condiçòes para fazer face à situação, como habitualmente. Um país ordenado tem de ter as situações prevista e não estar no desenrasca quando tudo se precipita. Ainda bem antes disto tudo acontecer, lembro-me dos alertas do Jaime Soares e ninguêm ligou. Por outro lado, derivado ao estado em que estavam os terrenos sem serem limpos, mesmo com os alertas na semana de que esse dia era o mais perigoso do ano, já não havia nada a fazer. Continuo com a mesma ideia, Rafael: o nosso mal é que não prevemos como já tenho dito muitas vezes e deixamos andar práticamente em tudo. Só que nos outros casos não há os espectáculo das chamas nem mortes.

      Pelo lado técnico se assim se pode dizer em tudo o que vi, não vi nenhuma chama azul, acima de mil e setecentos graus, a combustão perfeita que aparece muito na verdadeira floresta. Só que na verdadeira floresta as pessoas estão práticamente concentradas em povoações e aí estão disperas, há gente por todo o lado. É claro que é um problema nosso, ou até mesmo europeu mas que nada facilita.

      Depois aparecem casos como no caso o do Quito que lá vinha sempre falar das suas reuniões anuais com o pessoal do seu tempo e agora anda desfeito. Que escreva e fale muito com os amigos pois é um meio de aliviar a pressão que sente. Quantos Quitos não haverão...
      Quanto à burocracia, nós chamamos-lhe "tartaruga".

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  4. Há caminhos muito muito difíceis de
    trilhar!
    Nem imagino quanta dor...
    Resta o conforto dos amigos.

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    1. Sem dúvidas, Celeste Maria.
      Três frases com que estou absolutamente de acordo.
      Com tudo o que nos vai ficando, temos que olhar em frente.

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  5. Este comentário foi removido pelo autor.

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  6. Há caminhos muito, muito difíceis de trilhar!
    Nem imagino o quanto.
    Resta o conforto dos amigos.

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