Mar algarvio ...
É sempre uma emoção. Venho de longe e depois do cansaço da jornada, a curva da estrada vira à esquerda e, ao longe, num morro, vejo um amontoado de prédios que me aguarda. É ali o meu refúgio. Meter a chave à porta. Cumprimentar aquele espaço que em silêncio me aguarda. Olhar em volta e recordar tudo o que me é tão familiar. Subir a persiana e ser brindado por um sol que ilumina toda a sala de paredes brancas. Depois invadir a varanda e olhar o mar - o meu mar. Ali, do lado esquerdo, divisar ao longe Alvor e Portimão. E, à noite, olhar as luzes da cidade portimonense e o farol da Praia da Rocha, a piscar no seu vermelho intermitente, aviso a marinheiros.
Hoje, em correria Alentejo abaixo, nem sequer fui a casa.
Ainda com a bagagem no alforge , corro para Porto de Mós. Entro na esplanada e
sou saudado por quem já me conhece há anos. Mas o Pedro não está. Partiu para paragens
longínquas e apetecíveis, carregando baterias para um verão de muito trabalho,
naquele restaurante que é sua propriedade. Sento-me então com quem me acompanha,
e vou olhando em redor. A clientela derrama-se pelas cadeiras, como lagartos ao
sol. E dá para perceber que são todos estrangeiros. Melhor dizendo, somos nós
os estrangeiros no nosso próprio país, no esplendor deste mês de Maio. Beber um
“Martini” com gelo e uma casca de limão, enquanto o tempo corre pachorrento
para o almoço do robalo que se escolhe na vitrina dos desejos. E olhar o mar.
Um mar calmo de várias tonalidades. As pequenas ondas inofensivas, que se
derramam em caracol na areia fina da praia. Os barcos de turismo que passam
junto da costa. E aqueles marinheiros de ocasião, que nos acenam, exultantes de
felicidade. Conheço aquele barco colorido e engalanado. É o “Bom Dia”, que
percorre a costa até Sagres. A bordo, vão também as sardinhas para serem
assadas com o promontório plasmado ao longe, naquele altar esmagador de rocha
maciça.
Acabar este monólogo, que já vai longo. Saudar os amigos com
um copo de “Martini”. Degustar o robalo escalado à algarvia e saudar igualmente
este mês acolhedor. E brindar ao mar. Ao mar da minha infância. Ao mar da minha
juventude. Ao meu mar de sempre. Brindar ao meu mar de Maio.
Q.P.
Satisfaz-me saber alguém, mesmo longe, gostar de Mar e Martini. Este, quando comecei a namorar com o pai dos meus filhos, oferecia-me o Martini , sempre acompanhado de uma cereja. Bastava-me um copo! Apenas o Martini e um bom vinho (alternando com água) posso dizer que são as bebidas que aprecio, ainda que moderadamente.
ResponderEliminarE o mar? Ah! O mar é insubstituível . Não há lembranças melhores do que ter presenciado o bailar das ondas...o som inigualável...a cor, que o brilho do Sol torna mais azul o azul turquesa do mar; e, à noite, a Lua reflete bolinhas de brilhantes...
Ah! Que belas companhias tens, Quito: Martini e o Mar. M&M.
Que bom ler este comentário Chama a Mamãe,apreciei!Abriu-me o apetite para um Martini, mas o mar fica para mais tarde.
EliminarUm beijinho
Dou por bem empregue o tempo que estive a elaborar um texto para este espaço do Fernando Rafael. De novo aparecer a nossa amiga "Chama a Mamãe", é uma natural satisfação para quem todos os dias vai tentando manter esta chama, mesmo que pálida, por algumas deserções e infelicidades que tivemos com o desaparecimento físico de alguns colaboradores e amigos.
EliminarObrigado cara amiga
Quito Pereira
Pudesse eu, Quito, escreveria todos os dias tudo o que pelos pensamentos me passam. Quisera eu!
EliminarOs reveses do dia a dia acabam ocupando largo espaço, e acabam deixando os prazeres um tanto de lado. Mas, uma coisa afirmo: não esqueço de vocês. Maior alegria seria a todos conhecê-los, pessoalmente.
E, enquanto isso não acontece...venho aqui...aliviar um pouco a saudade ...e a vontade.
Espero e desejo minha amiga, que encontre sempre o equilíbrio para resolver a contento as dificuldades que todos os dias sucedem a todos nós, seja no Brasil ou em Portugal.
EliminarObrigado pelas suas palavras e lembro-lhe um ditado popular português que diz " Quando Deus feche uma porta abre sempre uma janela"
Um abraço
Mamãe, entendemos bem isso. Os dois lados do Oceano Atlântico apresentam os mesmos riscos para a navegação.
EliminarAtracçao irresistivel ler o Quito.
ResponderEliminarA sua escrita inconfundivel dispensa a assinatura.
Ela propria identifica o Autor.
Um abraço Quito.
Esse martini fez me recordar aquele que pediste no bar do hotel na Ericeira ainda nao ha muito tempo.
Obrigado Rui pelo comentário e pela presença. Quando não posso percorrer Portugal abaixo, é na Ericeira e no "Vila Galé" que juntamente com a Conceição, vou procurar a serenidade para refletir sobre as inquietações da alma. Também como Base de afetos, pois por vezes é ali que o meu neto Miguel aporta e me abraça de braços abertos e me saúda com aquela palavra mágica : Avô !!!
EliminarTambém foi ali, num fim de tarde em amena cavaqueira, que no bar do hotel no conforto daquele espaço, que bebemos um copo e conversámos sobre a vida e as preocupações de cada um. É sempre um prazer estar contigo. A tua escrita excelente, a prodigiosa imaginação e engenho, de resto elogiada por tanta gente que te lê. Mas pairando sobre o aspeto da literatura, a amizade. Naquele dia, convidei-te para apareceres no hotel. E tu vieste ao meu encontro. Quando já noite, saíste do hotel, fiquei a ver-te partir através da vidraça, até teres sido tragado pelas sombras da noite e que me fez pensar nesta verdade que tantas vezes tenho ouvido: para se ser verdadeiramente amigo, não temos necessariamente que andar sempre em casa uns dos outros. A distância geográfica, jamais derrotará a estima mútua e a amizade em ouro de lei.
Bem Hajas, amigo Rui ...
Nao sei se por causa da idade, os olhos se me humedecem quando leio as tuas palavras.
EliminarOu se isso acontece porque a amizade distante facilita a comoçao.
Ou ainda porque a criteriosa e acertada escolha que fazes das palavras me faça aflorar irreprimivelmente as lagrimas.
Ou porque sou ( somos ) de uma geraçao que foi educada a revelia do materialismo que catacteriza os tempos acruais.
Nao sei, nao sei qual ou quais destas razoes me provocam estes sentimentos.
Ou se sao todas elas em conjunto...
Eu tenho esses sintomas (e faço caretas) é quando bebo um Martini...
Eliminarmas que "fresca"!
Eliminar... e funda!
EliminarQuito, posso trocar um Martini por um Porto Vintage ou Late Bottled Vintage?
ResponderEliminarClaro Sãozita! Hoje sou eu que estou a pagar !
EliminarAbraço
Agradeço, Quitito. Mas tu és como o Moreirinhas: pagais sempre as bebidas... mas com moedas virtuais.
Eliminarrsss
EliminarMas que texto e que comentários...
ResponderEliminarDesde a viagem com a suas curvas que permite chegar ao destino e meter a chave na porta pare a seguir cumprimentares o espaço em silêncio que te aguarda e assim sucessivamente nos deleitares com as tuas expressões que nos fazem visualizar as realidades que nos transmites, aos comentários aonde abres o teu coração e a alma mostrando quando não vale os afecto de um neto só a dizer de braços abertos "Avô". Deve ser uma sensação que só sentida...
Um abraço.
Eu dono desta espécie de blogue só tenho que agradecer ao Quito e ao Chico por serem os abonos de sobrevivência do dito cujo e o vão mantendo para além da réstia de força bloguista que tento manter, para que esta chama persistente não se apague.
ResponderEliminarÉ sempre "uma lufada de escrita fresca" quando o Quito posta um texto ou o Chico com as suas fotos que dão mais colorido à existência do blogue, prestes a fazer 10 anos de vida...
Por mim vou lutando para que a chama não se apague...mas já é dificil cumprir "uma" por dia(claro, postagem...)!
Obrigado amigos!
lamento, Dom.
ResponderEliminarUtilizando a sua expressão, Rafael: ALMA ATÉ ALMEIDA. Não quero ser pesado mas vou aumentar a minha participação enquanto puder pois compreendo que também precise de descanso e o Quito já está a fazer um esforço extraordinário em arranjar assunto para os seus escritos. Lá temos que fazer um peditório para pormos o reporter de exteriores Alfredo Moreirinhas a girar no estrangeiro.
ResponderEliminarALMA ATÉ ALMEIDA.
Abraço.
Voltando ainda ao que foi dito acima, seria bom não esquecermos que a segunda grande riqueza deste blogue se por vezes não é a primeira, são os comentários que nos permitem viver com pontos de vista diferentes criados por uma mentalidade de acordo com o meio em que vivemos mas que também criam uma interacção entre nós de uma riqueza extraordinária. Estar-se no Brasil, Portugal, Canada, França, Suiça ou correndo atrás do Alfrado Moreirinhas e se soubermos dividir entre nós o pouco de tudo o que se nos apresentar, pode dar toda uma outra vida a este blogue. Seguindo as ideias daqui, cada um expõe à sua maneira, com a sua forma diferente de ser e sentir, é já uma riqueza sem par. . É claro que no meio vão aparecendo escritos como um Quito e outros que podem ajudar como ficou bem patente neste conjunto de comentários a esta postagem.
ResponderEliminarÉ claro que os mais jovens com outra forma de ser e estar na vida não têm aparecido, o que é pena pois muito valorizavam este blogue. Nisso temos a nossa parte de culpa pois não os soubemos aliciar a não ser com umas fotos ou outras. Eu pecador me confesso.
Também aqueles com quem estamos ligados derivado à nossa juventud e que preferem ler sem comentar, compreendo-vos plenamente
Também há os que ligados à nossa juventude lêm o blogue mas raríssimamaente escrevem alguma coisa. Não tenho nada contra na minha forma de ver pois cada um deve ser livre nas suas decisões mas talvez se expusece uma vez ou outra o motivo de tal atitude, poderia levar a trocas de impressões que valorizariam o blogue e nos aproximavam. Talvez ajudasse a uma outra dinâmica.
O Rafael que me desculpe este lençol mas gosto tanto da interacção do blogue que nos une, que no mês que passei no hospital, consegui que sempre que possível me fôssem pôr um computador ao lado da cama. É claro que não tendo material para postar, limitei-me a fazer comentários e assim iam sabendo que tudo corria bem.
Só que já fui mais longe e tendo em casa quem é conhecedora da informática, arranjou-me um lap-top construído especialmente para os meus fins e assim já vos posso acompanhar e fazer postagens desde que tenha produto e os olhos me deixem.
Este último parágrafo não foi fácil de escrver pois ao pensar nos portugueses, o coração doí-me. Estar num hospital por motivos paleativos aonde vão ao ponto de me emprestarem um computador e saber que os meus (portugueses) não têm direito a tratamento paleativos na ordem dos oitenta por cento, é arrazador. As prioridades são outras como o orgulho do túnel no Marão, auto estradas, estádios, submarinos, etc., etc... Só que estando consciente que só é possível ir retendo o avanço implacável da doença, hoje saio e ando por todo o lado como já há muitos anos não saía. É aí que penso nos meus.
Ao Rafael, criador e principal animador destes blogue e a todos os que têm participado nele e que pode ser de luxo com um pouquinho de cada um, bem hajam.
ALMA ATÉ ALMEIDA.
Um abraço.
Francisco
ResponderEliminarVais surfando a crista da onda e a tua onde é maior que a do "Canhão da Nazaré". Desde sempre que para mim escrever é uma terapia. Isolado que estive muitos anos, o gosto pela escrita refinou-se. Depois do regresso, e fazendo a contabilidade, tenho em arquivo mais de 300 textos. Mas continuo a escrever, agora com menos fontes inspiradoras. A Beira - Baixa e o que ia vivendo dia a dia, dava-me "matéria" para escrever. Hoje, vou "inventando" para servir o blogue do Rafael. Muitas vezes, quando escrevo, penso em ti, ciente do quanto é importante para ti que se não quebre este cordão umbilical que tens com o Bairro. É uma forma de estar perto ... longe.Ainda hoje, em jeito de brincadeira, fiz um texto bem disposto e o alvo era exatamente tu leres e poderes sorrir. Mas quando o li, achei que era de tal maneira mau e que poderia ofender alguns punhos de renda, que não o vou meter no blogue do Rafael.Continua na onda meu amigo, porque a morte não é como quem tira uma senha num centro de saúde e espera a sua vez. A morte não tem uma lógica cronológica. Portanto navega a onda, que afinal, melhor ou pior, é o que todos vamos fazendo numa vida e numa sociedade pautada pela indiferença. E só quem tem problemas sérios de saúde, sabe dar o real valor a esse mistério transcendente que é a Vida.
Um abraço
Quito
EliminarNão sabendo o que vai acontecer com o blogue no fim desta nossa troca de ideias, desta vez vou ser um "pouco" longo com tudo o que vou expôr, pois tinha alguns assuntos a retocar que fui deixando passar, não te admires mas talvez por acanhamento, quando não havia nada de especial. Sou assim e como não estou junto convosco, é difícil de nos apercebermos das reacções uns dos outros.
Já vi ao fim destes anos todos de afastamento que és muito humano e vou-te dizer que "a crista da minha onda" não é maior que o canhão da Nazaré pois desde o princípio que tomei a decisão de aceitar a minha sorte, que não é inferior à dos outros sêres vivos. Só que eu tenho o previlégio de ter uma noção do evoluir da situação. Soube do que se passava comigo em dois mil e onze e quantos já não partiram que estavam plenos de saúde e sem esperarem. Comigo é diferente, pois tenho protelado e o que seria de acontecer em menos de um ano sem tratamento, já lá vão sete. É claro que seguindo uma corrente daqui, tenho dado a conhecer aos amigos a minha situação, fazendo sempre os possíveis de a apresentar de forma a não chocar mas que todos tenham a informação correcta.
Assim não penses que passo noites sem dormir, não: durmo muito bem, talvez o que dorme melhor na família pois as minhas jóias é que pensam em mim e disso sim, sofro sempre que me lembro. Não me casei para fazer sofrer os meus que tanto amo.
Por isso, Quito: a minha vida é uma alegria. Até costumo dizer que tendo cama, comida e roupa lavada, o que é que quero mais? Por isso, vamos a pensar positivamente pois vai ser um momento de liberdade total que espero alegre para todos tanto como . Por favor: jamais digam que o Chico perdeu a luta contra o cancro porque eu parto e ele também parte, não me ganha em nada.
Por este lado, toma lá um abraço.
Nào me admira que a certa altura digas "Hoje, vou "inventando" para servir o blogue do Rafael.", porque eu tive essa sensação quando escrevi no comentário acima do teu: "o Quito já está a fazer um esforço extraordinário em arranjar assunto para os seus escritos." Só que uma pessoa nota mas talvez por te gostar de ler, não lhe dê o valor real, indo a uma situação quase hipócrita de desejar mais.
Pelo que expuseste, além do que adiante vou escrever ao Rafael e não me querendo meter na posição de ADM mas sim compreendendo a situação, penso que não é de forçar mais e tentar manter o blogue práticamente com o vosso esforço. No teu caso, arranjar matéria não é fácil como dizes, é preciso "muita imaginação e arte". Tudo tem o seu fim e acabando em bem, nem todos os fins são tristezas.
Mais um abraço.
Quito, qualquer que seja a decisão que o Rafael tomar em relação à continuidade do blogue, eu estarei plenamente de acordo como explicarei no comentário que farei para o Rafael.
Quanto ao que tens lá para rir e que me faz muito bem, se não te der grande maçada, sabes o meu email. Teu, leio tudo.
Como em tempos deixei passar uma situação aqui apresentada pela "Chama a Mamãe", vou a seguir dirigir-lhe um comentário.
Olha, toma lá mais um abraço.
Aonde se lê e tentar manter o blogue práticamente com o vosso esforço: aumente-se - não é sistema.
EliminarChico li e gostei do teu comentário concordando com as considerações e análise que fazes sobre o blogue.Apenas dou a nota e lembro que o Encontro de Gerações,que se realizou em 18 de Outubro de 2008,foi o motivo porque criei este blogue com o apoio e aprovação de vários amigos, que por motivos que não interessa reavivar, deixamos o blogue Cavalo Selvagem. Durante os 5 anos que se comemoraram esse dia memorável as colaborações de muitos amigos foi fantástica. Depois de 2012 o blogue deixou naturalmente de ser um espaço tão interessante, tanto mais que o Facebook era e é um espaço de comunicação mais dinâmico e global. Desde então e mesmo sabendo que naturalmente as colaborações seriam mínimas, resolvi manter o blogue para me ir entretendo. Assim vai andando e para meu contentamento com as preciosas colaborações de ti e do Quito e dos postalinhos das viagens do casal Moreirinhas.Tambem uma referência
ResponderEliminarMuito amiga para o Paulo Moura que muito me tem "aturado" e um beijinho para a amizade de Chama a Mamãe que lá de longe nos mima com seus comentários. Um agradecimento final para outros amigos que vão comentando e para os muitos, mesmo muitos, que têm a curiosidade de irem espreitando o blogue...
Abraços e beijos para todos.
Compreendo plenamente a situação Rafael e admiro a forma incansável como tem mantido o blogue, pois é preciso muita luta na aprocura de assuntos para preencher espaços no dia a dia que não lhe dão descanso algum, por assim dizer.
EliminarHá já algum tempo que venho a prever que o blogue deixará de ser activo como agora pois criar textos como o Quito tem feito que também é cansativo e eu sempre que tenho a ideia de começar a enviar mais umas fotos do que faço, lá me aparece qualquer coisa derivado à minha situação que me tem impedido, até parece que é de propósito. Isto leva a que o Rafael tenha um trabalho extremo de busca de assuntos constantemente, a que não se pode pedir mais. Francamente, comigo que têm sido extraordinários, ninguêm se preocupe pois tenho o meu blogo que a todo momento posso activar para passar o tempo, há imensos blogues que posso ler, jornais, tv’s, emails, telefonemas, etc, como todos conhecem. Foi por um desses meios que soube que em Portugal oitenta por cento dos doentes não têm acesso a serviços paleativos e então porque sou acompanhado por um serviço paleativo de luxo, resolvi escrever no seu blogue um assunto muito simples mas que pode ajudar pessoas no cansaço e na dôr. Também posso dizer que havendo aí pessoas sem emprego e que estejam dispostos e queiram saír do país, podem contactar o departamento do Quebec na embaixada do Canada porque neste momento há noventa mil empregos por preencher. É claro quer não sei se Portugal está incluído mas lá pode-se informar, talvez mesmo por telefone. Aqui usa-se muito o telefone para resolver os assuntos. Quem ler isto e esteja interessado, é só contactá-los e ver se lhe interessa pois pode não gostar dos empregos ou das condições. Aqui aceita-se tudo e depois muda-se logo que possível. Há uns tempos atrás eu dizia que o governo do
Quebec fazia saídas ao estrangeiro com grandes comitivas de empresários para fecharem contratos e tentarem aliciar capitalistas que certos portugueses não gostam e os fazem fugir mas que aqui bem os apanharam. Chegados cá, têm que cumprir como os que já cá estão. Neste momento há falta de mão de obra que logue que cheguem há certos patrões que estão prontos a prpeará-los. Aí, se na altura tivessem feito o mesmo, agora que o turismo está por cima mas é ciclico e portanto vai mais adiante perder certa força, Portugal teria condições para seguir em frente com pleno emprego mas não previmos o futuro. É nisto que eu admiro este blogue porque com a sua interactividade, permite troca de informações que nos dois sentidos seria fantástico. Só que a realidade é outra e não está certo de se andar a pedir-lhe para sustentar esta "jóia de blogue", quando anda a caminhar práticamente sózinho, apenas com duas muletas fazendo uma tudo o que pode para ir apresentado artigos como só ele o faz.
Enfim, Rafael. Manter o blogue é uma decisão que só o Rafael deve tomar como sabe isso muito bem, pois estar a mantê-lo nestas condições é pedir-lhe um sacrifício de momentos da sua vida que bem pode aproveitar noutros campos que se sinta mais confortável.
Um bem haja por tudo o que fez pois de nós todos foi o único que criou as reuniões do Encontro de Gerações com todo o trabalho que deve ter dado a sua organização e manteve o blogue.
Um abraço sincero,
Chama a Mamãe!
ResponderEliminarEm tempos referiu-se aqui à forma como os fazendeiros brasileiros tratam o pessoal na cana de açucar, dizendo talvez por outras palavras que começavam a trabalhar antes do sol nascer e terminavam depois do sol posto pelo que me lembro, o que não me admirou porque os reporteres de inquérito daqui que se passeiam por todo o lado, têm mostrado issos nas Tv’s. Além disso também falo com amigos daí. Os reporteres chegam mesmo a mostrar que se algum trabalhdor adormecer já noite fora no terreno da fazenda, é espancado.
A Chama Mamãe provávelmente não sabe mas estive em Moçambique na época colonial e por coincidência trabalhei algum tempo na cana do açucar.
A nosa cana era de regadio e por isso passava cerca de três meses em terrenos alagados até mais ou menos metro e meio que depois eram secos para que os cristais do açucar se formassem. Seguidamente se procedia à queima das folhas com muita precaução para que o fogo se não alastrasse aos outros talhões e de imediato se procedia ao corte da cana queimada, para com os guindastes ser carregada para os atrelados que levavam a cana até à fábrica. O pessoal que lá rabalhava tinha as suas palhotas como ainda hoje numa área para isso reservada na farma (fazenda), aonde faziam a sua vida pessoal livremente. Como na altura da queima e corte da cana o sol nascia por volta das quatro da manhã, o pessoal começava a trabalhar às seis e parava ao meio dia, o mais tardar uma da tarde para os atrasados e só depois partiam à sua vida, porque a partir do meio dia o sol queimava fortemente e o pessoal tinha que estar em forma para recomeçar a trabalhar no dia seguinte.
As ordens do governo era que todas as noites se recolhessem as catanas do corte, o que nunca fizemos pois recolher centenas de catanas levava o seu tempo. Eu dormia com uma porta de rede que dava para a rua por causa do calor e nunca ninguém tentou entrar, se fôsse aí talvez não tivesse tanta sorte pois o pessoal vive revoltado.
Isto não quer dizer que não havia colonialismo, havia e de que maneira mas é preciso saber aonde e como para se falar desses assuntos com imparcialidade.
Como vê e nas conversas que tenho com os meus amigos daí, o pessoal era melhor tratado do que aí. Só que não é só aí, pois que aqui também existem problemas de outra ordem mas as pessoas é que não falam.
Abraço.
Sim.Muito embora esse trabalho, similar à escravidão , tenha sido denunciado e melhorias tenham sido implantadas, ainda é de forma incipiente. A mão de obra que fiscaliza é mínima. Além do mais, quando muitos recebem propina pra fingir que nao viram a exploração , outros tantos são ameaçados , se denunciarem. Enfim, o poderio desde época Imperial ainda traz, nos gens, a herança de colonizadores. O Homem involui a passos largos em alguns segmentos.Infelizmente.
EliminarDe facto os reporteres de inquérito daqui estão muito actualizados pois já repetidas vezes têm andado aí nos campos e têm-nos transmitido o que vêm com as filmagens que fazem, pois é sempre uma pressão do exterior para tentar alterarr a situação. Só não compreendi ainda é como andam lá e noutros locais sem serem apanhados, à excepção de um caso no Libano.
EliminarQuanto aos meus amigos brasileiros com quem converso sobre este e outros assuntos, atribuem o problema a situações recentes, pois o Brasil desenvolveu-se ao longo dos anos e é hoje uma potência económica a nível mundial. Atribuem a situação ao novo colonialismo que é originado pela mundialização com companhias de todo o mundo por falta de leis internas.
Já aqui uma vez pûs parte de uma carta de um desses meus amigos em que ele expunha a situação muito bem definida mas agora não a encontro em lado nenhum, o que é pena. Como eles dizem com muita piada: o Brasil avamça de noite, pois é quando os políticos estão a dormir. Gosto muito da forma de expressar dos brasileiros como já aqui disse no passado, têm sempre um toque especial para definir as situações.
Palavras salgadas deste mar imenso que une amigos e os conforta!
ResponderEliminarGosto tanto de todos vós.