Michele Scarponi ...
Ontem sábado, o ciclismo mundial
ficou de luto. Michele Scarponi, um dos melhores ciclistas do pelotão
internacional, faleceu vítima de acidente em Filottrano, sua terra de
nascimento.
O italiano, que acabara de se classificar em quarto lugar na Volta
aos Alpes, tendo inclusivamente ganho uma etapa, deslocou-se a casa para ver a
sua mulher e filhos, antes de regressar à competição na Clássica Liége –
Bastogne – Liége.
Tendo necessidade de treinar, saiu de casa na sua bicicleta
para não mais voltar. Atropelado por um camião, perdeu a vida. De legado,
deixou viúva e dois filhos de menor idade. De legado ao desporto, o ciclista da formação da
Astana deixou também vários êxitos desportivos, sendo o mais sonante a vitória
na Volta a Itália de 2011.
O trágico acontecimento, deixou o
pelotão internacional em choque. Todas as equipas se referiram incrédulas e
sentidas perante a triste notícia.
Alejandro Valverde, espanhol de
nascimento a correr pela equipa da Movistar, é outra grande referência do
ciclismo internacional. Hoje, chegou na frente da última etapa de 258 quilómetros da
Clássica Liége – Bastogne - Liége. Venceu a etapa e ganhou pela quarta vez a
importante corrida do calendário mundial de ciclismo.
No fim da corrida, rodeado pelos
meios de comunicação social, visivelmente emocionado, preferiu lembrar Scarponi
do que falar do troféu que acabava de ganhar. E dizer que os vinte mil euros
que lhe são devidos da vitória na prova, vão integralmente para a família do
malogrado ciclista.
Lembrar que Scarponi nem era espanhol nem sequer pertencia
à equipa de Alejandro Valverde. Eram, apenas e só, adversários da estrada.
Perante a tragédia, a rivalidade
dos dois campeões na arte de pedalar em cima de uma bicicleta alta de
competição, teve o seu epílogo.
Alejandro Valverde, deu na tarde
de hoje, no final de mais um dia de glória para ele e para a sua equipa, uma
lição de que ainda vale a pena acreditar nos Homens. Nos Homens bons, de rija
têmpera e coração mole, como este simpático espanhol nascido em Múrcia, capaz
desta pérola de solidariedade …
Quito Pereira
Isso, sim, verdadeiro espírito do esporte.
ResponderEliminarAinda acredito na Humanidade. Gestos, assim, nos dão esperança.
Parabéns, também, Quito, pela matéria.
Este exemplo deveria ser publicitado!
ResponderEliminarO verdadeiro espírito desportivo.
Enquanto na escola ,sempre dizia aos alunos que sem adversários não haveria jogo...
Felizmente que não só neste deporto como em outras modalidades se toma conhecimento de gestos de humanidade perante situações delicadas.
ResponderEliminarSempre que são conhecidas deviam ser bem publicitadas!