A CRISE DO COVID 19 E O POETA ALENTEJANO
Nã venham pó Alentejo
Tô escrevendo aqui no monti
Um poema pós de fora
Viver aqui na presta
Vã-se mas é daqui embora.
As notis aqui sã frias
Nã aguentas nem que te mates
3 mantas Nã te chegam
Até arreganha a pele dos tomates
Os dias aqui sã tã quentes
As vezes até falta o ari
50 graus n’ amarleja
Nem na rua podemos andari.
Na temos aventoinhas
Com o calor nã se pode.
Os velhos usam samarra
E as velhas têm bigode
Querem vir pá cá morari
Nem sabem a bicheza que há aqui
Gato bravo e Saca-rabos
Raposas e javali.
As 5 da manhã tamos-se álevantar
Pa monde ir ver do gado
Nem imaginam o que é Andar
com um pé todo cagado.
Na temos carro de praça
Nem sequer internet
Uns andam aqui a pé
Os outros na biciclete.
Nã temos praia perto,
e só se bebe aqui bagaço
Os sapos aqui sã tã grandes
Espetam com cada cagaço…
As casas nã têm luz
E lume é no chão
O gerador só faz barulho
Pá gente ver a tlevisão
Já dizia a outra porca
É nos montis ca gente móra.
Como já viram, isto na presta
Vã-se mas é daqui embora.
Se antes era deserto
Agora continua a ser
Nem os queremos aqui tã perto
Nem os queremos aqui a viver.
Podem vir visitar
Mas venham noutra altura
Deixem se aí ficar
Enquanto está merda dura.
De Um Alentejano que quer ajudar.
Helder Telo
Nã venham pó Alentejo
Tô escrevendo aqui no monti
Um poema pós de fora
Viver aqui na presta
Vã-se mas é daqui embora.
As notis aqui sã frias
Nã aguentas nem que te mates
3 mantas Nã te chegam
Até arreganha a pele dos tomates
Os dias aqui sã tã quentes
As vezes até falta o ari
50 graus n’ amarleja
Nem na rua podemos andari.
Na temos aventoinhas
Com o calor nã se pode.
Os velhos usam samarra
E as velhas têm bigode
Querem vir pá cá morari
Nem sabem a bicheza que há aqui
Gato bravo e Saca-rabos
Raposas e javali.
As 5 da manhã tamos-se álevantar
Pa monde ir ver do gado
Nem imaginam o que é Andar
com um pé todo cagado.
Na temos carro de praça
Nem sequer internet
Uns andam aqui a pé
Os outros na biciclete.
Nã temos praia perto,
e só se bebe aqui bagaço
Os sapos aqui sã tã grandes
Espetam com cada cagaço…
As casas nã têm luz
E lume é no chão
O gerador só faz barulho
Pá gente ver a tlevisão
Já dizia a outra porca
É nos montis ca gente móra.
Como já viram, isto na presta
Vã-se mas é daqui embora.
Se antes era deserto
Agora continua a ser
Nem os queremos aqui tã perto
Nem os queremos aqui a viver.
Podem vir visitar
Mas venham noutra altura
Deixem se aí ficar
Enquanto está merda dura.
De Um Alentejano que quer ajudar.
Helder Telo
Sem comentários:
Enviar um comentário