DA POESIA
Tenho poemas como claridades matinais
Como o nascer do sol
Na bruma equidistante da planície.
Tenho poemas como trovões
Na noite mais inquieta
E mais escura dos teus gestos.
Tenho poemas macios
Como a palavra madura
No contorno dos teus seios.
Tenho poemas que rasgam
Como baioneta em guerra
No bico desta caneta.
O gosto é que manda
Com as palavras que escolho
Nas crinas que se levantam
Pelas brisas encrespadas
Pelas vozes mais secantes
Das tangentes madrugadas.
Ou pelas bocas que beijam
As maresias serenas
Das marés apaixonadas.
António F. Pina
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