domingo, 31 de março de 2019
JARDINS FLORIDOS-BAIRRO NORTON DE MATOS
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Jardins floridos do Bairro
sábado, 30 de março de 2019
A MONARQUIA EM COIMBRA
A MONARQUIA EM COIMBRA
Na Travessa do Ponto e Virgula, empoleirada no píncaro do morro que a natureza plantou entre a Rua Visconde da Luz e a Rua Ferreira Borges, estava a casa apalaçada de mais de vinte divisões onde vivia o Barão do Calhabé, numas exíguas águas furtadas, dono e senhor de extensas herdades entre o Tovim e os Arcos do Jardim.
Falecido há mais de dez anos, vivia o Barão, desde então, num completo desassossego porque o seu titulo nobiliárquico e os bens inerentes, só podiam ser transmitidos à filha mais velha que ainda estava por nascer e só depois do seu casamento. A sua irmã mais nova, já casada, a tais pergaminhos não tinha direito por herança, por decreto real do Rei de Portugal que havia de nascer 50 anos depois.
Das profundezas da sua tumba, no cemitério da Conchada, mandou proclamar éditos para que se apresentassem candidatos à mão da tal filha mais velha.
Apareceu um jovem, falecido há dezenas de anos, apresentando os seus atributos. Era um esqueleto bem conservado, onde balançavam três braços musculosos.
Por falta de concorrência, o Barão aceitou de imediato a sua candidatura à mão da filha mais velha que havia de nascer.
Ela gostou logo dele, por ter um braço a menos que os quatro das pessoas normais, facto que a libertaria de trabalho quando tivesse que lhe passar as camisas a ferro.
Ao invés, o pretendente não vivo, começou a desfazer nela por ser uma mulher já demasiado idosa e ainda não nascida.
O casamento não se consumou, a filha mais velha do Barão ainda demorou mais cem anos a nascer e morreu de nova, sempre divorciada, duzentos anos depois.
O Barão exigiu ser exumado e mandou que lhe fosse feito um funeral com pompa e circunstância logo que voltasse a nascer.
O titulo nobiliárquico caducou, os bens inerentes foram confiscados a favor do bairro da Solum e a designação Calhabé foi substituída por S. José.
Rui Felício
NB:Não, não estou louco.Vou a caminho
Rui Felício
NB:Não, não estou louco.Vou a caminho
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Rui Felicio
sexta-feira, 29 de março de 2019
ENCONTRO COM A ARTE - FOTOGRAFIA Nuno Sousa
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Encontro com a Arte- Fotografia
quinta-feira, 28 de março de 2019
PORTUGAL UMA VIAGEM NO TEMPO ATRAVÉS DE POSTAIS ANTIGOS
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Diversos.
quarta-feira, 27 de março de 2019
IGREJA DE SANTA CRUZ-PANTEÃO NACIONAL
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Noticias de Coimbra
terça-feira, 26 de março de 2019
ENCONTRO COM A ARTE - POESIA
Desejo-te TEMPO*
Não te desejo um presente qualquer,
Desejo-te somente aquilo que a maioria não tem.
Desejo-te tempo, para te divertires e para sorrir;
Desejo-te tempo para que os obstáculos sejam sempre superados
E muitos sucessos comemorados.
Desejo-te tempo, para planear e realizar,
Não só para ti, mas também para os outros.
Desejo-te tempo, não para ter pressa e correr,
Desejo-te tempo para te encontrares,
Desejo-te
tempo, não só para passar ou vê-lo no relógio,
Desejo-te tempo, para que fiques;
Desejo-te tempo, para que fiques;
Tempo
para te encantares e tempo para confiares em alguém.
Desejo-te
tempo para tocares as estrelas,
E tempo
para crescer e amadurecer.
Desejo-te
tempo para aprender e acertar,
Tempo para recomeçar, se fracassares...
Tempo para recomeçar, se fracassares...
Desejo-te tempo também para poder voltar atrás e perdoar.
Desejo-te tempo, para ter novas esperanças e para amar.
Não faz mais sentido protelar.
Para viver cada dia, cada hora como um presente.
Desejo-te tempo, tempo para a vida.
Desejo-te tempo. Tempo. Muito tempo!
José Régio
Enviado/sugerido porJosé Afonso Costa
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Encontro com a arte-poesia
segunda-feira, 25 de março de 2019
BAIRRO NORTON DE MATOS...
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noticias do Bairro
domingo, 24 de março de 2019
NOTÍCIA TRISTE
FALECEU
JOSÉ DOS SANTOS SIMÕES
O corpo encontra-se em câmara ardente
hoje domingo dia 24 no Centro Funerário
Nossa Senhora de Lurdes Capela Páscoa a partir das 17H30.
Funeral realiza-se amanhã dia 25 pelas 14H30
para o cemitério da Conchada
Encontro de Gerações envia sentidas condolências
a toda a Familia
Recordando o amigo ZECA SIMÕES
JOSÉ DOS SANTOS SIMÕES
O corpo encontra-se em câmara ardente
hoje domingo dia 24 no Centro Funerário
Nossa Senhora de Lurdes Capela Páscoa a partir das 17H30.
Funeral realiza-se amanhã dia 25 pelas 14H30
para o cemitério da Conchada
Encontro de Gerações envia sentidas condolências
a toda a Familia
Recordando o amigo ZECA SIMÕES
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Noticia triste
COIMBRA DE OUTROS TEMPOS IV
FOTO Nº 1 Eléctrico 5 com o chora-Calhabé
FOTO Nº 2 Calhabé- Construção da actual igreja de São José, vendo-se ainda a velha igreja
FOTO Nº 3 Casa do Sal
FOTO Nº 4
FOTO Nº 2 Calhabé- Construção da actual igreja de São José, vendo-se ainda a velha igreja
FOTO Nº 3 Casa do Sal
FOTO Nº 4
Cheia 1983- nas imediações da Praça 8 de Maio.Confuència das ruas da Sofia, Olimpio Nicolau e Visconde da luz-Praça 8 de Maio
FOTO Nº 5 Sousa Bastos
FOTO Nº 6 Antiga Torre da Santa Cruz-anos 50
FOTO Nº 6 O eléctrico 4
FOTO Nº 7 RIO MONDEGO
FOTO Nº 8 Arco de Almedina-acessso a Quebra Costas
FOTO Nº 9 Arcos do Jardim
FOTO Nª 10 Arnado
FOTO Nª 11 Coimbra- Avenida Navarro
FOTO Nº 12 Bairro Marechal Carmona/Norton de Matos
FOTO Nº 13 Cais no Mondego- Barcas serranas
FOTO Nº 14 Cheias de 2007- Ruas da Baixa
FOTO Nª 15 Estádio Municipal de Coimba- Calhabé-lado esquerdo-igreja de São José
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Noticias de Coimbra
sábado, 23 de março de 2019
RECORDAÇÕES DE CASERNA
O Major Ramires acumulava com a sua qualidade de engenheiro militar a de sócio duma empresa de construção civil. Detestava andar fardado, mas, naquele dia, tinha que se uniformizar por causa de uma cerimónia importante a que ia presidir no quartel, ao meio dia.
Como de costume, manhã cedo e ainda à paisana, despachou o expediente no escritório e por volta das 11 horas, encafuou-se a custo na exígua casa de banho anexa ao seu gabinete, para trocar de roupa. Em cima da sanita, abriu a maleta onde trazia a farda, despiu a roupa civil e foi-se ataviando com o fardamento. Mirou-se no diminuto espelho que pouco mais reflectia do que o seu rosto, fechou o colarinho da camisa esverdeada, ajeitou o nó da gravata verde azeitona, abotoou o blusão, alisou o cabelo à escovinha e pôs a boina castanha.
Saiu a correr, pelas traseiras, meteu-se, apressado, no seu carro estacionado no pátio do escritório e arrancou em direcção ao quartel.
Chegou à parada do quartel às 12 horas em ponto, onde já se encontrava formado o Batalhão, à sua espera. O Capitão, seu interino, ao ver chegar o carro, mandou tocar o clarim para as honras militares ao Major Ramires que, entretanto, saiu da viatura e estugou o passo em direcção à formatura.
Os soldados perfilaram-se em sentido, ergueram as armas ao ombro e entre soluços abafados e depois incontidos, rebentaram em estrepitosas gargalhadas, perante o pasmo do Major, incrédulo por tamanho acto de indisciplina e inusitada falta de aprumo militar.
Foi então que o Major Ramires reparou no que tinha acontecido.
A pressa e o receio de se atrasar para a cerimónia, o raio do espelho do escritório ser tão pequeno que não deu para se ver de corpo inteiro e a sua proverbial distracção, estiveram na origem de se ter apresentado impecavelmente uniformizado apenas da cintura para cima. Dali para baixo, só trazia cuecas brancas de meia perna, sapatos e peúgas.
Estas, afiveladas por uma fina liga elástica à borda das cuecas...
Rui Felício
Publicado em 27-10-2010
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Rui Felício
sexta-feira, 22 de março de 2019
quarta-feira, 20 de março de 2019
PÁSSAROS DO SUL ...
voo adiado ...
É com um sorriso divertido que
vou observando da minha varanda privilegiada na praia de Porto de Mós, em
Lagos, da tentativa de um sonhador que pretendia elevar nos céus um parapente.
O homem, ainda jovem, tinha umas pernas longilíneas e corria pela areia húmida e
dura com a elegância e a leveza de uma ave pernalta. Mais fácil seria lançar-se
de uma arriba poucos metros ali ao lado, um abismo de respeito. Assim talvez
conseguisse os seus intentos e ficasse pendurado no céu azul, entre um cântico
de glória ou uma missa de finados. Olhando e degustando um robalo escalado
naquele restaurante encravado na falésia, eu intimamente queria que o jovem
conseguisse os seus intentos de iludir os Tratados de Física, o grande sonho do
Homem que hoje em grandes jatos comerciais cruza continentes e oceanos. Mas ali
era uma questão de honra. Contrariar as Leis da Gravidade de um modo mais ou
menos artesanal. Porém, a natureza venceu. Uma nova correria pela praia quase
deserta e o parapente a ruir como um baralho de cartas. Foi o fim de uma
aventura que nem sequer começou. De joelhos no chão e uma cara de desilusão, o pássaro
adiado foi recolhendo todo o panal que trouxe depois debaixo do braço e
abandonou o areal. O inverno de um dia de praia simpático e soalheiro no
inverno do seu descontentamento. Aquele episódio e aquela tentativa de voar trouxe - me à lembrança tempos antigos. No meu armazém de memórias, com
surpresa, recordei o Mestre Florival e da noite em que nos balançámos mar
adentro na sua pequena traineira. Apenas um pequeno rádio nos ligava a terra em
décadas já tão distantes. Hoje, não sei se teria capacidade para uma madrugada
longa ao relento, de me deitar na ré do barco de mãos cruzadas na nuca e um
molho grosso e duro de cordas a servir de travesseiro, a olhar as estrelas e a
ouvir o marulhar brando do mar a bater no casco da embarcação. Depois o
regresso ao cais, quando o sol já subia ainda tímido a linha do horizonte. A
juntar ao barulho ritmado do motor a bater lá no fundo da traineira e como cortejo
na cauda do pequeno barco, um bando de gaivotas a piar na rota e na cobiça do
pescado de Mestre Florival. Aquele voo falhado de um turista acidental, foi
para mim um turbilhão de lembranças e de me recordar o voo plano sereno e
elegante das inocentes aves na minha primeira e única experiência num modesto
barco de pesca, com direito a guarda de honra das simpáticas gaivotas - os meus
pássaros do sul.
QP
ENCONTRO COM A ARTE. - FOTOGRAFIA
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Encontro com a Arte- Fotografia
terça-feira, 19 de março de 2019
ENCONTRO COM A ARTE-POESIA
OUTRO POEMA SOLIDÁRIO
um riso
um sorriso
um abraço
o que damos de nós
a cada passo
o enlace de nós
que se faz laço
da vida minha e tua
com sentido
e quando me perturbo solitário
daquele recebo um sonho florido
de ti algum suspiro solidário
de tantos o saber porque estou vivo
e assim se engalana a minha rua
que reflecte a ilusão de todo um povo
a rua que de minha se faz tua
na esperança de nascer o homem novo
- são rimas que se arrumam
dir-me-ão
mas rimas que se animam
pois então
por elas se recriam novos laços
e não ficarão dores
nem males
sem cura
nem haverá lugares
de desventura
nessa minha rua feita só de abraços.
Jorge Castro
do livro
Outros poemas de Menagem
um riso
um sorriso
um abraço
o que damos de nós
a cada passo
o enlace de nós
que se faz laço
da vida minha e tua
com sentido
e quando me perturbo solitário
daquele recebo um sonho florido
de ti algum suspiro solidário
de tantos o saber porque estou vivo
e assim se engalana a minha rua
que reflecte a ilusão de todo um povo
a rua que de minha se faz tua
na esperança de nascer o homem novo
- são rimas que se arrumam
dir-me-ão
mas rimas que se animam
pois então
por elas se recriam novos laços
e não ficarão dores
nem males
sem cura
nem haverá lugares
de desventura
nessa minha rua feita só de abraços.
Jorge Castro
do livro
Outros poemas de Menagem
segunda-feira, 18 de março de 2019
ENCONTRO COM A ARTE
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Encontro com a arte -Fotografia
domingo, 17 de março de 2019
ANIVERSÁRIO
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Aniversários
sexta-feira, 15 de março de 2019
AMOR ENCARNADO ...
Do Benfica por decreto ...
Que estranho pensamento o meu,
que me leva pelos caminhos do passado. De deambular numa bruma de saudade por
terras tão distantes e tão singelas. Freixial do Campo como porto de abrigo das
minhas emoções. Recordar as gentes. Lembrar quem tão bem me tratou, numa cordialidade
e amizade que não era mascarada. Gostavam de mim e eu gostava deles. Do
Calmeiro fica-me uma eterna saudade. Cidadão sem mácula, a honra da palavra
dada em mais de um metro e oitenta de altura. No seu estabelecimento de
cafetaria, alguns emblemas e calendários alusivos ao seu Sporting de Lisboa. O
Francisco Calmeiro era um deslocado no meio da tribo encarnada da aldeia, que
venerava o Benfica da capital. Mas nada que alguma vez provocasse a falta de
harmonia fraterna entre os seus pacatos habitantes. Numa tarde de verão,
sentados à mesa do seu Café e resguardados do calor, ofereci - lhe um pequeno
galhardete da Académica de Coimbra. Pesadamente, levantou-se da cadeira.
Arrastou os pés grandes e inchados que mal cabiam nas sandálias e,
religiosamente, pendurou o presente que lhe acabava de oferecer em local bem
visível, junto a um emblema do verde da sua simpatia e do seu contentamento.
Depois apertou - me a mão e selámos uma amizade perene. Soube há dias que o
Calmeiro partiu para a Grande Viagem. Mas tenho a certeza absoluta que aquele
adereço coimbrão que um dia lhe ofereci lá continua na prateleira de uma
amizade sólida. Não quero, não quero voltar a Freixial do Campo. Recuso abraçar
a Felisbela vestida de negro para o resto de vida a chorar no meu ombro a morte
hedionda. Recuso olhar o balcão vazio sem o rosto e o sorriso de um homem de
afetos - recuso. Mas não recuso ver os outros. Os tais da tribo encarnada.
Recordar o António e o Joaquim. E o João taberneiro. O António e o Joaquim são
irmãos. O Joaquim muito falador. O António mais reservado. Porém, era o António
quem mais afirmava a sua fé no Benfica. Na sua velha “Peugeot” cinzenta de
caixa - aberta, trazia pendurado no espelho retrovisor um enorme galhardete do
clube do seu coração, com um grande emblema de uma águia de asas abertas, e em
rodapé e a letras douradas a afirmação perentória – O Glorioso. Também
em local estratégico, uma pequena imagem de Nossa Senhora de Fátima colada no “tablier”
junto ao volante, para que Ela o guardasse de algum acidente na estrada. E
assim, balançando entre a devoção ao Santuário de Fátima e o amor pelo Santuário
da Luz, o António lá ia caminhando pela vida. No intervalo desses dois bastiões
de fé, consertava janelas e persianas e era assim que ganhava o seu sustento. E
juntava-lhe alguma agricultura de subsistência, no quintal da sua pequena
moradia de janelas airosas. Já o Francisco tinha uma grande empatia comigo. E
um dia, para minha surpresa, rematou-me à meia - volta : … o senhor Pereira é
boa pessoa, vê-se mesmo que é do Benfica! E eu, colhido de surpresa naquele
chavão de que “quem não é do Benfica não é bom chefe de família”, não tive
capacidade de lhe dizer que não. De lhe afirmar que a minha cor não tinha cor.
Que a minha cor era a ausência de cor. Mas, para não o desiludir, do Benfica
fiquei por decreto. Todas as quartas - feiras eu deambulava pelas ruas
estreitas e empedradas de Freixial do Campo. No regresso, parava o meu velho
carro junto da venda do João taberneiro. O João que arrasta consigo a cegueira
desde a nascença. Mas ali estava ao balcão, tratando do seu negócio. Naqueles
fins de tarde, oferecia-me um copo de vinho tinto. Dizia-lhe então que preferia
vinho branco, enquanto as moscas dançavam num estranho bailado junto da lâmpada
mortiça pendurada do teto por um fio encardido e gasto pelo tempo. Então, com
gestos estudados, quase mecanicamente, ele trazia a garrafa e enchia-me o copo
sem desperdiçar uma gota. Depois falávamos. Apesar da sua costela encarnada, evitava
falar de desporto. Ouvia o seu pequeno rádio colocado em cima de uma prateleira
em madeira e estava a par de tudo quanto era notícia. Falava da política
nacional e internacional. Era um cidadão atento, apesar da sua tragédia negra.
Terei sempre por aquele homem humilde um carinho muito especial. E, por vezes,
naqueles dias de quarta – feira, o Benfica europeu batia-se para lá da
fronteira. Então o Francisco e o António entravam na venda e encaravam comigo e
de rajada perguntavam-me se o clube do “nosso” coração ia ganhar. E eu
acenava-lhes afirmativamente com a cabeça, resoluto. E eles, que entendiam
aquilo como uma profecia quase divina ou se como eu tivesse os dotes mágicos do
bruxo da Meimoa, iluminavam o rosto num sorriso de certeza de vitória e brindávamos
em mais uma rodada de vinho ao êxito encarnado. E o Francisco dava uma cotovelada
no braço do irmão e exclamava em jeito de elogio que me era dirigido: aqui o amigo
Pereira é mesmo um grande benfiquista !!!
QP
QP
quinta-feira, 14 de março de 2019
IGREJA DE SÃO BARTOLOMEU - COIMBRA
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quarta-feira, 13 de março de 2019
BAIRRO NORTON DE MATOS - JARDINS FLORIDOS
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Jardins floridos do Bairro
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