AQUI
Um repto também ao meu Bom Amigo Viana para me (re)lembrar
do episódio,que não estou a "ver".Um agradecimento sentido,pois!
Zé Luis Faustino
Zé Luis Faustino
RESPOSTA AO
REPTO
Estávamos nos fins da década de 80.
Um amigo que eu muito prezava, pela sua delicadeza, afabilidade e cortesia, dirigiu-se a mim com aquele seu ar meio-acanhado.
- O Viana é que me podia ajudar a resolver um problema que tenho com a minha filha. - olhei-o interrogativo e ele disparou : - aquela estatueta que está no cimo do prédio do Montepio, com a cabeça cortada, impressiona muita a miúda. Tem quatro anitos, é uma criança muito sensível e aquilo faz-lhe uma impressão enorme. Sempre que passo com ela na Portagem, ela faz referência à falta da cabeça na estatueta.
À data, eu tinha funções na vereação da CMC e daí a razão do pedido. Bem tentei fazer-lhe entender que eu não tinha poderes para resolver aquele assunto, que o prédio era de propriedade privada, que não fazia parte das minhas funções, mas, qual quê!, o meu amigo Faustino não perdia a esperança na minha capacidade para lhe resolver aquele problema. "Vá lá, veja se resolve isso; a minha filha ... "
Despedimos-nos. Eu fiquei meio divertido com o inesperado da situação, mas também meio preocupado com o facto de nada poder fazer para satisfazer aquele pedido, ditado por um tal amor paternal, que levava o meu amigo a pedir-me o impossível...
Passaram-se meses, largos meses, e eu sempre que passava na Portagem olhava para o boneco decapitado (não sei se Rei, se Santo, se figura mitológica), que estava a encimar a esquina da Couraça de Lisboa com a Portagem, e lembrava-me da filhita do Faustino.
Até que um dia vejo andaimes a todo a altura do edifico, espreitei a placa de autorização de obras e vejo: Recuperação da Fachada do Edifício, empreitada de Fulano, preço total da Obra X, prazo de execução 90 dias.
Fiquei atento e, acabado o prazo, andaimes retirados, eis que surge o Montepio de cara lavada e com o boneco do Faustino todo importante no seu poleiro e de corpo inteiro.
Ainda hoje estou sem saber se o meu amigo ficou convencido que eu tive a ver com o milagre da reposição da cabeça da estatueta...
Estávamos nos fins da década de 80.
Um amigo que eu muito prezava, pela sua delicadeza, afabilidade e cortesia, dirigiu-se a mim com aquele seu ar meio-acanhado.
- O Viana é que me podia ajudar a resolver um problema que tenho com a minha filha. - olhei-o interrogativo e ele disparou : - aquela estatueta que está no cimo do prédio do Montepio, com a cabeça cortada, impressiona muita a miúda. Tem quatro anitos, é uma criança muito sensível e aquilo faz-lhe uma impressão enorme. Sempre que passo com ela na Portagem, ela faz referência à falta da cabeça na estatueta.
À data, eu tinha funções na vereação da CMC e daí a razão do pedido. Bem tentei fazer-lhe entender que eu não tinha poderes para resolver aquele assunto, que o prédio era de propriedade privada, que não fazia parte das minhas funções, mas, qual quê!, o meu amigo Faustino não perdia a esperança na minha capacidade para lhe resolver aquele problema. "Vá lá, veja se resolve isso; a minha filha ... "
Despedimos-nos. Eu fiquei meio divertido com o inesperado da situação, mas também meio preocupado com o facto de nada poder fazer para satisfazer aquele pedido, ditado por um tal amor paternal, que levava o meu amigo a pedir-me o impossível...
Passaram-se meses, largos meses, e eu sempre que passava na Portagem olhava para o boneco decapitado (não sei se Rei, se Santo, se figura mitológica), que estava a encimar a esquina da Couraça de Lisboa com a Portagem, e lembrava-me da filhita do Faustino.
Até que um dia vejo andaimes a todo a altura do edifico, espreitei a placa de autorização de obras e vejo: Recuperação da Fachada do Edifício, empreitada de Fulano, preço total da Obra X, prazo de execução 90 dias.
Fiquei atento e, acabado o prazo, andaimes retirados, eis que surge o Montepio de cara lavada e com o boneco do Faustino todo importante no seu poleiro e de corpo inteiro.
Ainda hoje estou sem saber se o meu amigo ficou convencido que eu tive a ver com o milagre da reposição da cabeça da estatueta...
Zé Luís Faustinoagosto 23, 2015
12:50 da tarde
Amigo Viana:vinte e cinco anos passados.Rebobino "o filme",e lembro-me efectivamente disso.Um reiterado agradecimento,mesmo que objectivamente não tenha contribuido para o happy-end do processo!
"Será esta a estatueta depois de reposta a cabeça cortada que tanto impressionava a miúda?"
Uma história dos anos 80-Carlos Viana e José Faustino
Uma lembrança bem curiosa e deliciosa!
ResponderEliminarReposta a verdade, passados 25 anos.
Uma história que faz sorrir. De facto uma lembrança bem curiosa ...
ResponderEliminarOs amigos são assim, mesmo não fazendo nada, as coisas acontecem!...
ResponderEliminarHistória curiosa com o epilogo só 25 anos depois
ResponderEliminarA estatueta é efetivamente a que o Administrador desta espécie de blogue aqui publicou.
ResponderEliminarSe as contas não nos falharem, a mim e ao Faustino, a filhita dele será agora uma jovem mulher de cerca de 30 anos. Será que se recorda deste episódio, será que a estátua decepada a terá traumatizado? Ou será que não era a menina que, com quatro anos, se afligia com a falta da cabeça no dito cujo, mas sim seu Pai?
O Mistério adensa-se.
Aguardem o próximo episódio.
O ESCLARECIMENTO, TODA A VERDADE
Autor: Zé Luis Faustino.
Data de publicação: Lá para o Natal (se tivermos sorte).
Volto cá para o Natal!
ResponderEliminarHomem de pouca fé!
EliminarA minha filha tem 29 anos,riu-se quando ainda há dias leu,por sugestão minha,o episódio descrito no blog mas,como previa,não se recordava do mesmo.Eu sim,depois do Viana ter descrito o ocorrido,apelei aos neurónios e,na verdade,lembrei-me.
ResponderEliminarObrigado,Viana,obrigado Rafael.Abraço a ambos!
Ainda bem que a tua filha achou piada e ainda bem que tu gostaste de recordar este episódio que a brincar, a brincar, já tem um quarto de século...
EliminarToma lá um grande abraço.
Foi com todo o gostso que se publicou esta história interessante.
ResponderEliminarRelembra "coisas" do pasado...e a coincidência curiosa que colocou a cabeça no devido lugar.
Boa estadia aí pela ilha...e até um dia destes!
Abraço
Dom Rafael, e se fossemos visitar o Faustino? Tratas da caminheta?
EliminarEu dou apoio moral, já me basta o esforço que faço para ter ideias...