sexta-feira, 31 de maio de 2019
COIMBRA ANTIGA - OS ELÉCTRICOS-R..Pato
Etiquetas:
Noticias de Coimbra
quinta-feira, 30 de maio de 2019
ANIVERSÁRIO
Etiquetas:
Aniversários
terça-feira, 28 de maio de 2019
O DOM JOÃO DE CASTRO ...
Se esta fonte da Sereia falasse ...
Não, não é a essa figura
histórica que me estou a referir. Recordo apenas aquele Colégio lá pelos anos
setenta e oitenta do século passado que, como alguns outros, fazia parte do
ensino particular em Coimbra. Ali, na Rua de Tomar e em frente aos muros da
Penitenciária, o Dom João de Castro era um edifício de dois andares com um
grande portão de ferro na entrada, que lhe dava um aspeto respeitável e atraente.
Atraentes, porém, não eram alguns dos seus alunos e um leque de professores
bizarros e pacientes. Hoje, olhando à distância aquela simbiose entre docentes
e discentes, daria para mergulhar num trabalho científico daquilo que se entendia
que fosse um local de ensino que o Dom João de Castro era, mas não só. Começando
por analisar as salas de aula, tal como o corpo humano se divide em cabeça
tronco e membros, as ditas salas também se dividiam em três partes: nas duas
primeiras filas junto à secretária do professor, estavam os alunos com toda a
atenção às matérias. Nas três filas seguintes, os discípulos que davam uma
relativa atenção às disciplinas, mas que discutiam acaloradamente entre si quem
eram as alunas mais fisicamente atraentes do Colégio Alexandre Herculano, mesmo
ali ao lado. As quatro últimas filas de carteiras eram uma espécie de clube
recreativo, onde se comiam pevides e tremoços, se liam jornais desportivos e
revistas com inconfessáveis matérias que tinham pouco a ver com manuais de
etiqueta. E era ali, precisamente na cauda do pelotão, que se encontravam os
alunos de uma incultura apocalíptica, capazes de afirmar convictamente que a
Revolução Francesa foi uma batalha muito sangrenta, que o Infante Dom Henrique
mandou fundar o Pinhal de Leiria e, sem
pestanejar, que o rio Douro desagua em Barcelos. No clube recreativo e falando
dos professores, quem reunia o consenso geral era a professora de História
Universal. Não pelos seus conhecimentos académicos ou a forma de explicar a
matéria, mas porque era nova, tristemente viúva e tinha uma cara de anjo de
fazer derreter os pardalões que, de olhos cerrados, se afundavam nos
pensamentos mais obscuros. O mais temido era o professor de Física - Quimica. O
homem tinha mau génio, talvez frustrado por não lecionar na Universidade de
Coimbra, porque não morria de amores pelo Doutor Oliveira Salazar e da
Faculdade foi chutado por não lhe admitirem liberdade de pensamento. Viu-se
então compulsivamente a dar aulas no ensino particular e a aturar uma franja de
alunos de comportamento patológico. Por vezes, o dito docente descia também ao
nível da Idade das Cavernas e, de vara na mão em jeito de cacete, corria o
Jardim da Sereia de mão pesada, a tentar zurzir umas cacetadas nos alunos
faltosos, mais interessados em aulas de anatomia comparada com as namoradas nos
bancos do jardim, do que a discutir as Leis de Newton. Desse grupo
excursionista de alunos que invadia as galerias das salas de aula, dois davam
mais nas vistas. O Toni, rei da noite de Coimbra e da pancadaria, que se gabava
de numa zaragata na Queima das Fitas ter conseguido subtrair a um polícia o
cassetete, que tinha como troféu no quarto de sua casa, no meio de penicos de
esmalte, sinais de trânsito roubados nas madrugadas coimbrãs e páginas de
revistas de mulheres nuas coladas nas paredes com fita adesiva. O outro era o
Zé Homem. Filho tardio, o Zé tinha um problema insolúvel – claustrofobia. Por
isso, não aguentava uma hora sentado numa sala de aula e era um faltoso
compulsivo. O pai, já reformado e alertado para o problema, fazia sentinela
junto à porta do Colégio de mãos atrás das costas, gabardina cinzenta até aos
pés e chapéu preto de aba larga na cabeça, a fazer inveja a qualquer inspetor a
Gespato. A intenção era que o filho não se ausentasse do Colégio. O que ele
porém não sabia era daquele pequeno – grande pormenor de que o Estabelecimento
tinha nas traseiras uns arbustos por onde se podia furar e ter acesso à Rua
Alexandre Herculano. E assim, enquanto o progenitor vigilante guardava a ferro
e fogo a porta do Colégio, o Zé Homem, todo transpirado, jogava renhidas partidas
de ping - pong na Associação Cristã da Mocidade, ao fundo da dita Rua Alexandre
Herculano. Manda a verdade afirmar aqui que a Direção do Colégio e numa
tentativa desesperada de catequisar os desavindos, entendeu introduzir a disciplina
de Religião e Moral no menu das cadeiras lecionadas e para isso contratou um
padre. O pároco, grande e coxo, apoiava – se numa bengala e, para cativar a
simpatia dos matulões, teve a ideia peregrina de começar as aulas falando de
sexo de uma forma elevada e civilizada. Foi imprudente, abriu uma tal Caixa de
Pandora de tantas perguntas obscenas e impertinentes que lhe foram dirigidas,
que à segunda aula rendeu – se e pediu a demissão no que foi prontamente
atendido. Consta que foi embora a benzer-se e prescindiu dos honorários das
duas aulas frustradas e aceitando as desculpas do padre Bento, heroico diretor
do colégio naquela sua missão espinhosa e de penitência. O Colégio viveu,
sobreviveu e um dia morreu, para dar lugar a uma loja de móveis. Mais tarde, na
rota da vida, dali saíram generais angolanos, médicos, advogados, engenheiros e
gente das mais variadas profissões. Só não consta que alguém tenha seguido a
vida eclesiástica.
QP
ANIVERSÁRIO
Etiquetas:
Aniversarios
segunda-feira, 27 de maio de 2019
INTERLÚDIO MUSICAL
Etiquetas:
Interludio Musical
ANIVERSÁRIO
Etiquetas:
Aniversários
domingo, 26 de maio de 2019
REVISTA DA IMPRENSA - O DESPERTAR. SOBRE ARTESANATO....
Etiquetas:
Encontro com a arte artesanato
sábado, 25 de maio de 2019
BAIRRO NORTON DE MATOS - JARDINS FLORIDOS
Etiquetas:
Jardins floridos do Bairro
sexta-feira, 24 de maio de 2019
quarta-feira, 22 de maio de 2019
ENCONTRO COM A ARTE- ÓPERA NA GARE DO ORIENTE
Enviado por Júlia Faustino Lopes
Etiquetas:
Encontro com a Arte-
terça-feira, 21 de maio de 2019
DO SER AO PARECER VAI UMA LARGA JORNADA
Do ser ao parecer vai uma larga jornada
A vida moderna exige de nós um conjunto de comportamentos que, em princípio, correspondem a outras tantas atitudes que lhes subjazem. Geralmente, os comportamentos apropriados revelam atitudes corretas e aqueles que estranham ou escandalizam têm por debaixo atitudes impróprias de boa pessoa. Contudo, algumas vezes, determinados comportamentos (entendo por comportamento a face visível, observável da existência passível de julgamento) têm subjacentes atitudes bem diversas, quase como se entre o ser e o fazer houvesse uma larga jornada. Imaginemos aqueles seres humanos altruístas que, para salvarem um seu semelhante de uma situação de escravatura, tirania ou xenofobia, tivessem de assumir comportamentos parentemente iguais aos dos opressores para, disfarçadamente e sem denunciarem as suas intenções, poderem atingir o seu objetivo. A história tem diversos destes casos e a literatura engendra outros com o mesmo propósito: provar que a avaliação de um comportamento pode ser baseada em falácia e em falibilidades.
Nas vidas mais simples isso também acontece e vem-me à ideia um episódio que o meu pai me contava. Na aldeia encravada num das encostas da serra do Montemuro, havia uma família bem pobre cujos filhos eram subtilmente apontados e rejeitados nas brincadeiras da escola e noutras brincadeiras de rua, só porque não eram ricos nem remediados. No recreio, os outros meninos lanchavam o que a mãe lhes preparava e eles não; mas tinham aprendido a não ‘ougar’ e, para sofrerem menos, afastavam-se, continuando a brincadeira e afirmando que não tinham fome. Por desconfiança e acusando-os de pobretanas os outros começaram a evitar brincar com eles e, como lhes diziam as mães, a afastarem-se de gente que “nem pão tem para comer” e que mais tarde ou mais cedo lhes iria pedir parte da merenda. Isso magoou profundamente as crianças e, por amor delas, a mãe, que via os meninos tristes sem terem deixado de ser pobres. Então, o génio de mãe resolveu divorciar o ser do parecer e fez a promessa aos filhos de que não seria por aquilo que comiam que seriam estigmatizados.
A partir de então, fosse ou não em épocas de maiores dificuldades económicas e de carestia, quando os filhos brincavam com tantos outros meninos no largo do cruzeiro, na descida para o Fojo, dirigia-se-lhes, recomendando-lhes que fossem merendar a casa, porque tinha deixado na mesa pão com uma iguaria qualquer. Aquilo que os seus pares ouviam elevava-os na sua consideração e a integração no grupo era cada vez mais consensual: quem tem petiscos para comer é porque não é pobre e não vai pedir. As brincadeiras decorriam então felizes para todos.
Visto assim de longe, o comportamento desta mãe, diremos nós, assentava numa mentira e seria, por isso, reprovável, pois aquilo que exteriorizava era um caso claro de exibicionismo; mas talvez não seja assim, porque, após a chamada da mãe, os meninos iam saltitantes para casa e, chegando lá, encontravam na mesa o habitual prato de sopa pobre que, duas ou três vezes ao dia, comiam e sabiam que, mesmo assim, tinham de dar graças a Deus por não passarem fome. Eles sabiam que os outros meninos com quem brincavam, esses sim, tinham nas mesas pão com marmelada, geleia e queijo, mas, para eles, aquela sopa era o pão com presunto que, devido à atitude da mãe, lhes dava o livre acesso ao mundo da brincadeira e da igualdade.
Texto de Antonino Silva
Texto de Antonino Silva
Etiquetas:
Antonino Silva
segunda-feira, 20 de maio de 2019
COIMBRA E O FERRO FORJADO...
sábado, 18 de maio de 2019
FESTA DA FLOR E DAS PLANTAS EM COIMBRA
Etiquetas:
Noticias de Coimbra
A CRISE E OS AGIOTAS
Na Rua Augusta, como num labirinto, ia contornando aquela multidão de pedintes ou vendedores de inutilidades, que se me dirigia de mão estendida. Uma mulher, mais afoita, espetou-me na lapela uma medalha com uma fitinha verde e vermelha, pedindo-me esmola para a Nossa Senhora. Devolvi-lhe a medalha e recusei a esmola, deixando-a para trás, a resmungar entre dentes qualquer coisa ininteligível.
Mais à frente, defronte duma luxuosa montra, um homem de meia idade tocava num violino uma melodia suave, algo deprimente. A dignidade da sua imagem destoava dos mendigos que enxameavam a rua. Fixei o olhar naquele rosto que não me era estranho e aproximei-me para depositar uma moeda na caixa de cartão que jazia a seus pés.
Subitamente, o homem parou de tocar e virou a cara. O seu semblante denotava uma indisfarçável vergonha. Constrangido, num lampejo, lembrei-me dele. Era o Sr. João, solteiro e sem filhos, que tantas vezes vi actuar integrado na orquestra que executava as partituras dos espectáculos de ballet do São Luis, em que a minha filha entrou nos seus últimos anos do Conservatório.
Com a crise, perdera o emprego que tinha exercido a recibo verde, e na aflição de tentar pagar as dívidas dos seus créditos ao consumo, recorreu a um agiota de um 3º andar da Rua dos Fanqueiros que lhe cobrou juros altíssimos pelos capitais emprestados.
Esclareci-o que a usura é crime definido no Código Penal. Que os juros não podem ultrapassar o limite legal. Que fica sujeito a pena de prisão todo aquele que cobrar juros desproporcionados, provocando conscientemente a ruína da vítima. E que, por isso, devia apresentar queixa do agiota.
Disse-me que já o fizera, mas que o processo corria lenta e placidamente no meio de milhares de outros.
Entretanto, tinha que ir sobrevivendo.
É nos tempos de crise que os homens e os Países mostram a sua face mais cruel, devorando, como abutres, a carne putrefacta dos moribundos...
Rui Felício
Publicado em 30-11-2010
Publicado em 30-11-2010
Etiquetas:
Rui Felício
sexta-feira, 17 de maio de 2019
ANIVERSÁRIO
Etiquetas:
Aniversários
quinta-feira, 16 de maio de 2019
BAIRRO NORTON DE MATOS- JARDINS FLORIDOS...
Etiquetas:
Jardins floridos do Bairro
terça-feira, 14 de maio de 2019
UM CONTO MUITO RELIGIOSO
Ámen ...
Era uma vez dois padres. Dois padres muito amigos. Tão amigos tão amigos tão amigos, que o que um dizia o outro apadrinhava. Havia como que um conluio entre os dois em matéria de religiosidade. Numa bela noite de verão, um dos padres foi dar uma missa lá para o norte da nação. Uma missa muito participada e cheia de fiéis. E quando a Eucaristia estava a correr bem, apareceu o diabo. O diabo, por sinal, nem era encarnado como rezam as crónicas. E a missa esteve para descambar, para gozo de uns e irritação de outros. O outro padre, que estava a ver a Celebração pela televisão, disfarçou e fez que não viu o diabo. E assim, a missa que parecia acabar em apoteose terminou de forma pouco católica. Apesar de tudo, mais de metade dos crentes gostou da missa e até já prometeram uma romagem à capital, uma espécie de prolongamento da mega reunião da grande manifestação de Fé de Fátima. Consta que a festa vai ser rija. E para ser completa, até vem uma delegação das Festas do Senhor Santo Cristo dos Açores. Não há nada como uma boa missa em família.
Ámen.
QP
CURIOSIDADES- BANDA MILITAR FRANCESA TOCA MÚSICA PORTUGUESA....
...de Quim Barreiros, para Trump e Macron!!!
Sugerida pelo Jorge de Almeida
Etiquetas:
Encontro com a arte
segunda-feira, 13 de maio de 2019
COIMBRA D´OUTROS TEMPOS - PARTE VI
FOTO 1 CASA DO SAL
FOTO 3 -LARGO DA PORTAGEM
FOTO 4- VISTA DA CIDADE DO CHOUPALINHO-PRAIA FLUVIAL?
FOTO 5- PALÁCIO DOS MELOS
FOTO 6- PORTAGEM-AUTOMOTORA DA LOUSÃ
FOTO 7 - PREÇA DO COMÉRCIO- IGREJA DE SÃO BARTOLOMEU
FOTO 8 - PRAÇA DO COMÉRCIO
FOTO 9 - RUA DA SOFIA
FOTO 10 - TRICANAS E VENDEDEIRAS
FOTO 11 - ELÉCTRICO DA CARREIRA 3 S. ANTONIO OLIVAIS-LAVADEIRAS DO MONDEGO
FOTO 12 - LAVADEIRAS NO MONDEGO
FOTO 13 - ELÉCTRICOS PRAÇA 8 de MAIO
FOTO 14 - MONDEGO-ESTUDANTE E TRICANAS
FOTO 15 - CALHABÉ- ESTÁDIO E LICEU DONA MARIA
FOTO 16 - RIO MONDEGO- PONTE AÇUDE
Etiquetas:
Coimbra antiga
Subscrever:
Mensagens (Atom)