Sob o título acima, recebi este e-mail do Quito: Meu Caro Rui
Ando num sossego desassossegado. Tinhas desaparecido do blogue. Porém, numa postagem do museu da São Rosas, vi um comentário teu, o que me faz pensar pelo tom prazenteiro, que estás bem de saúde. Mas não é liquido, que te encontres em Portugal. Até admito que te encontres na Guiné, e que fizeste aquele comentário enquanto AINDA tens computador. Daí a minha preocupação ao pensar que podes andar por terras de África. Vejo-te a guiar um Jeep, em Guilege, Boruntuma, Mansôa ou Bafatá, numa perseguição feroz a uma qualquer maquina da tua empresa, com uma volumosa pasta com os documentos comprovativos de que o material te pertence, e um cheque ao portador a cair-te do bolso de trás das calças, para uma qualquer eventualidade. Não querendo ser tão fatalista, há a outra face da moeda. Palpita-me que possas estar a ver o pôr-do-sol no Corubal, com uma qualquer Miss Guiné desnudada, com os mamilos do peito arrebitados para a lua. Daqueles que só de ver até dá uma travadinha na fala de qualquer mortal.Vejo-a de dedos longos e esguios, a meter-te as mãos pelas ondas do cabelo e a dizer-te com voz rouca: "estás a gostar do "pôr-do-sol", ó meu? Bom, espero que assim seja. Eu cá continuo a olhar para as montanhas. Não tenho nenhuma miss a pentear-me com as mãos os cabelos. Aqui pela farmácia só aparecem, moçoilas de pêlo no queixo, a cheirar a suor, a arrotar a queijo de ovelha, e a gabarem-se dos cem quilos de azeitona que apanharam. Deus me acuda !!!
Saudações calorosas, caro Rui,
Quito
Ao qual respondi logo a seguir:
Ando num sossego desassossegado. Tinhas desaparecido do blogue. Porém, numa postagem do museu da São Rosas, vi um comentário teu, o que me faz pensar pelo tom prazenteiro, que estás bem de saúde. Mas não é liquido, que te encontres em Portugal. Até admito que te encontres na Guiné, e que fizeste aquele comentário enquanto AINDA tens computador. Daí a minha preocupação ao pensar que podes andar por terras de África. Vejo-te a guiar um Jeep, em Guilege, Boruntuma, Mansôa ou Bafatá, numa perseguição feroz a uma qualquer maquina da tua empresa, com uma volumosa pasta com os documentos comprovativos de que o material te pertence, e um cheque ao portador a cair-te do bolso de trás das calças, para uma qualquer eventualidade. Não querendo ser tão fatalista, há a outra face da moeda. Palpita-me que possas estar a ver o pôr-do-sol no Corubal, com uma qualquer Miss Guiné desnudada, com os mamilos do peito arrebitados para a lua. Daqueles que só de ver até dá uma travadinha na fala de qualquer mortal.Vejo-a de dedos longos e esguios, a meter-te as mãos pelas ondas do cabelo e a dizer-te com voz rouca: "estás a gostar do "pôr-do-sol", ó meu? Bom, espero que assim seja. Eu cá continuo a olhar para as montanhas. Não tenho nenhuma miss a pentear-me com as mãos os cabelos. Aqui pela farmácia só aparecem, moçoilas de pêlo no queixo, a cheirar a suor, a arrotar a queijo de ovelha, e a gabarem-se dos cem quilos de azeitona que apanharam. Deus me acuda !!!
Saudações calorosas, caro Rui,
Quito
Ao qual respondi logo a seguir:
Amigo Quito,
Se dúvidas eu tivesse quanto à tua amizade, a missiva que de ti recebi há minutos tê-las-ia desfeito.
Na realidade, como teria dito o Senhor de La Palisse, os amigos lembram-se dos ausentes quando não estão presentes. E o teu desassossegado sossego, como diria Camões, é uma dor que não dói, é um sentir que não se sente, que só os amigos experimentam.
Ou ainda, como proclamaria Oscar Wilde, a amizade é lembrança, a indiferença esquecimento.
Por isso me emociona a tua preocupação, infelizmente rara...
As tuas conjecturas quanto ao meu paradeiro quase acertaram no alvo.
É um facto que estive em Bissau por poucos dias. Igualmente adivinhaste quanto ao belo pôr-do-sol africano que bem conheces, mas não no Corubal e sim no Geba. Também acertaste no que à papelada diz respeito, só que em vez de cheque, amarrotadas no bolso das calças, o que trazia eram umas quantas notas ensebadas de 5.000 francos CFa’s [1] sempre à mão de semear, para o que desse e viesse.
E em vez de uma Miss Guiné, desoladamente, contentei-me com uma Futa-Fula entradota, cujos mamilos já pouco arrebitavam, e não empinados para a Lua, mas descaídos para as plácidas águas da bolanha.
A cada um o que merece...
Um abraço do Rui Felício
[1] – 5.000 francos equivalem a cerca de 7,50 euros
--
Reposição de texto de Rui Felício de 15-11-2010
Se dúvidas eu tivesse quanto à tua amizade, a missiva que de ti recebi há minutos tê-las-ia desfeito.
Na realidade, como teria dito o Senhor de La Palisse, os amigos lembram-se dos ausentes quando não estão presentes. E o teu desassossegado sossego, como diria Camões, é uma dor que não dói, é um sentir que não se sente, que só os amigos experimentam.
Ou ainda, como proclamaria Oscar Wilde, a amizade é lembrança, a indiferença esquecimento.
Por isso me emociona a tua preocupação, infelizmente rara...
As tuas conjecturas quanto ao meu paradeiro quase acertaram no alvo.
É um facto que estive em Bissau por poucos dias. Igualmente adivinhaste quanto ao belo pôr-do-sol africano que bem conheces, mas não no Corubal e sim no Geba. Também acertaste no que à papelada diz respeito, só que em vez de cheque, amarrotadas no bolso das calças, o que trazia eram umas quantas notas ensebadas de 5.000 francos CFa’s [1] sempre à mão de semear, para o que desse e viesse.
E em vez de uma Miss Guiné, desoladamente, contentei-me com uma Futa-Fula entradota, cujos mamilos já pouco arrebitavam, e não empinados para a Lua, mas descaídos para as plácidas águas da bolanha.
A cada um o que merece...
Um abraço do Rui Felício
[1] – 5.000 francos equivalem a cerca de 7,50 euros
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Reposição de texto de Rui Felício de 15-11-2010
Já passaram 8 anos e as duas missivas continuam actuais...
ResponderEliminarUm ano depois desta visita à Guiné , numa outra com análogos motivos, o Quito acabaria por, sem o saber, adivinhar, desta vez certeiramente, uma das profecias aqui efectuadas.
ResponderEliminarNo bolso de trás das calças jazia um cheque em euros destinado ao Juiz que tutelava o processo contra os alegados ladrões das máquinas da empresa que eu representava.
Foi a forma expedita encontrada para, fazendo-lhe chegar o cheque às mãos, o convencer a ordenar à polícia a sua detenção.
Diligência que ia atrasando por falta de tempo...
E não se pense que era uma quantia exorbitante.
Pelo contrário, pouco mais era que o suficiente para uma boa jantarada de marisco num restaurante lisboeta.
Para ele e para o chefe da Polícia que também estava renitente em cumprir o despacho judicial...
Realmente já passaram oito anos e relembro agora esta mensagem particular entre dois amigos. Do Rui, aprecio-lhe a cordialidade e a solidez da amizade. O Rui, o meu amigo Rui Felício, nunca me desiludiu.
ResponderEliminarAssim se compreende esta mensagem jocosa e alguma liberdade de linguagem que trocámos e de que tive a fundamentada resposta, ou não seja o Dr. Rui Felício advogado.
Para que conste é justo aqui relembrar, que o Senhor Alferes Miliciano Rui Felício, fez furor na Guiné em tempo de conflito. Não por ser um feroz combatente, mas porque fez um aeroporto com a única pista do mundo em ângulo recto, que de resto provocou muitos suicidios e pedidos de demissão de alguns engenheiros aeronáuticos na NASA e na Ásia. Depois, porque era muito reclamado pelo elemento feminino de Bissau a Bolama, de Bafaté ao Guilege. Já eu, infelizmente, feio como um rochedo e elegante como uma bota da tropa, não me posso sequer gabar de ter os favores de um olhar quente da Miss Canjadude, que se não tivesse três dentes cariados, teria um sorriso esplendoroso ...
Um abraço Rui Felício
Retribuo-te o abraço, amigo Quito.
ResponderEliminarE não precisas de elogiar a minha experiência aeronáutica de que aliás me orgulho, sabendo que o pioneirismo que assumi em temas da Guiné, está a ser replicado, tantos anos depois, nos estudos da adaptação do aeroporto do Montijo onde se prevê a possibilidade de o entortar para desviar a actual pista do habitat de caranguejos do Tejo.
Mais importante, porém, foi o teu contributo em Canjadude para o aumento demográfico daquela região com a inestimável e imprescindível colaboração de Miss Canjadude ...
Rui, como era permitido, estive tentado a casar com 10 mulheres. Mas desmobilizei-me quando comecei a pensar que ia ter 10 sogras ...
EliminarQue duas ricas prendas aqui se juntaram! Ricas férias passaram na Guiné e eu com pena deles!...
ResponderEliminarAh combatente de Timor!
ResponderEliminarE pensar que fui eu que servi de pretexto para estes ausentes se presentearem reciprocamente... qu'orgulho!
ResponderEliminarVocês sabem lá o que é tropa!
ResponderEliminarTropa foi a minha, no Centro de Gestão Financeira da Região Militar Centro, no quartel do Batalhão de Apoio e Serviços, em frente à Penitenciária de Coimbra!
Tantos tirinhos que dei...
Tu?!... Tiros?!... Os únicos que deste foi na barraca da Ermelinda na Feira do Espírito Santo! A gaja chamava-te jeitoso e tu não resistia...
EliminarTu só consegues descobrir-lhe a careca porque ele não tem cabelo no alto da pinha!
EliminarPara além de me congratular com reedição desta postagem,adorei os comentários que proporcionou não só entre o Quito e o Rui má também as achegas do Alfredo Morririnhas e do Paulo Moura.
ResponderEliminarGostei!
E eu não interesso?!
Eliminar"Há-des" ter muitos amigos, "há-des"!
Tu já viste a bela caldeirada que arranjaste, São Rosas ? Por causa do teu museu, trocou-se correspondência e logo se percebeu que em relação às misses guineenses, o Felício venceu-me por KO técnico. Mas para disfarçar, lá foi insinuando que eu tive um caso escaldante com a Miss Canjadude. É uma afirmação grave e atentatória do meu bom nome, pelo que terá provar a afirmação em sede própria, quando os juízes terminarem a greve.
ResponderEliminarTu dá-lhe, que eu gosto de assistir na bancada!
EliminarDeparei-me neste momento com esta conversacao entre"MACHOS" ... que fazer ??? Que dizer ??? Nada... sempre "mulherada" no cardapio...
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