segunda-feira, 12 de novembro de 2018

ENCONTRO COM A ARTE - POESIA

                          A JOANA DE VASCONCELOS

Colando palavras umas às outras como se fossem de barro

com peças das mais perfeitas
que são feitas de partir
parto-me a rir se tropeças
sem saber onde cair
com outras feitas às pressas              
sem que me peças sentir
sinto-me envolver por essas
que são peças de servir

porque peças não enjeitas
por maleitas peço meças
ao juntares tão bem as peças
partidas que são de unir
ou sendo talvez promessas
tão unidas às avessas
de promessas por cumprir

por vezes peças que ajeitas
em colheitas de travessas
travessas que sejam essas
tropeçando no sentir
troto brando já sem pressas
tão certo por serem essas
as peças do meu porvir

mas se nos dás nomes às peças
panelas – garfos-funis
que as desfaças não peças
pois as fadas  só por elas
fundem fados âs janelas
duendes e colibris
e eu te direi feliz
por mil e uma aguarelas
das tuas peças tão belas
que tu fizeste e eu não fiz

e  eu não mexo nelas
comigo é que mexem elas
sou eu mesmo quem to diz
             
                                                         3 de Outubro de 2010


10 comentários:

  1. Respostas
    1. ...pois fica-te bem. São Rosas chamariz...

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    2. Chamariz não é o apelido dela. Maria da Conceição Rosas, nome de solteira.

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  2. E eu cá estou! Bons e grandes amigos, tocais a sineta e sei logo que é para mim!
    E nem a Joana abana,
    nem na loiça vai bulir,
    que toda ela se dana
    se algum pratinho cair...
    pois entre tachos-dislates,
    colheres, pensos dos mais belos,
    lembro a guerra entre dois vates:
    «Porquê, meu Deus, de Vasconcelos?»
    (de José Carlos Ary dos Santos a Mário Cesariny)

    Grandes abraços!
    JC

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  3. E, claro, sempre imensamente grato pela lembrança!

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  4. Tu és um poeta operacional: sempre pronto!

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  5. POETAS sempre POETAS ....nossa populacao de coracao terno e ROMANTICO... incomparavel...

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  6. O Jorge encanta nos jogos de palavras que se cruzam... mas não são cruzadas! Um grande abraço.

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    1. Pois eu acho que o Jorge Castro usa as palavras para fazer Cruzadas.

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