Tal como manda a tradição, no penúltimo domingo antes da Páscoa, dia em que a igreja católica celebra a ressurreição de Lázaro, no Largo do Castelo. actual Largo D. Dinis, fronteiriço ao então Hospital dos Lázaros, familiares e amigos subiam à Alta para visitar os doentes. Os vendedores aproveitam esta tradição para aí comercializarem os mais diversos produtos, sugerindo presentes e iguarias que podiam ser oferecidas aos doentes ou que podiam, simplesmente, levar para casa.
Vendiam-se brinquedos, moinhos de papel, piões, bolas de papel brilhante, cheios de serrim suspensas com elástico, aviões, camionetas, entre muitos outros artigos. Produtos também muito procurados eram os bolos e guloseimas, como o manjar branco sobre pratos de barro, as arrufadas de Coimbra, os pastéis de Santa Clara, o arroz-doce, os bananins e os rebuçados de ovos. De grande significado eram, sem dúvida, as pequenas galinhas feitas com massa de pão enfeitadas com a crista vermelha e cobertas de penas - os chamados Lázaros - feitas e vendidas pelos próprios doentes.
Com o decorrer do tempo os Lázaros passaram a ser feitos e comercializados pela maior parte dos vendeiros da feira.
É precisamente esta tradição e esta ambiência que o Grupo Folclórico da Casa do Pessoal da Universidade de Coimbra tem vindo a recriar, desde 1991, levando comerciantes e visitantes à Feira dos Lázaros e continuando a apresentar muitos desses produtos típicos de tempos passados que continuam a encantar a todos.
Quem quiser participar nesta reconstituição histórica só tem que visitar nestes domingos a Feira, no Largo D. Dinis, onde não faltarão um sem número de guloseimas, brinquedos, artesanato e animação.
Este edificio do Hospital dos Lázaros ainda o conheci, destruíido em 1961 e desde 1947,visitava com alguma frequência a casa dos meus tios Abegão, muito perto deste hospital.
D. Sancho, no testamento que fez, em 1209, deixou dez mil morabitinos para se fazer uma gafaria em Coimbra, legando ainda aos leprosos de Coimbra todo o seu espólio.
Fotos hoje de manhã pelas 12horas
as pequenas galinhas feitas com massa de pão enfeitadas com a crista vermelha e cobertas de penas - os chamados Lázaros - feitas e vendidas pelos próprios doentes.
EG
Recordações trazidas pelo Rafael.
ResponderEliminarAdorei os azulejos.
O D. Dinis está cada vez mais na mesma.
Na quarta fotografia vi uns pássaros à venda que eu e um amigo meu chamado Paulinho, tivemos. Só que o material era de madeira com uns arames ligados às rodas para as asas baterem.
Também brinquei com uma camioneta dessas de madeira com o Carlitos, irmão da Fernandita que viviam na sua rua, na primeira casa a seguir ao clube. Fizemos muitas viagens com ela.:)
Quase me iam passando uma rasteira a pensar que tinham lá posto uns murais. Só a ampliação me tirou as dúvidas.
Gostei de ver a feira mas muito especialmente os trajos.
É indecente porque não posso provar as goluseimas.
Valeu a pena esta postagem.
Pois Chico brincaste com o Carlinhos e a Celeste Maria e a Fernanda erm muito amigas.Eram filhos do Dono da Leitaria do Raul ao cimo dos Combatentes, logo no inicio da subida para o Penedo da Saudade. Ainda lá está mas desconheço que nome tem agora.
EliminarO Carlitos e a Fernanda viviam na vivenda que depois foi ocupada pelo senhor Ramos da Matobra-já falecido e onde mora a viuva D.Emilia Rio Torto.
Devias conhecer a filha a Tininha, ou já não te lembras...
Quero começar por dar os parabéns ao Dom Rafa pelo trabalho exposto! E digo trabalho, porque isto lhe deve ter dado um trabalho danado!... Chegou atrasado para o almoço, mas valeu a pena. Está justificado!
ResponderEliminarSobre a Feira, desculpem a minha ignorância mas desconhecia que havia esta feira.. Pareceu-me que estava pouca gente e poucos vendedores! Talvez eu não seja o único que desconhece a sua existência!...
Gostei de ver que ainda se fazem brinquedos em madeira, como se faziam quando eu era criança. Até a roleta, para venda de rebuçados lá está!...
Para o próximo ano também vou, mas o Dom Rafa tem que me avisar antes, não é no dia seguinte!!!...
Para o ano a visita poderá ser depois do almocinho pois na parte de tarde deve ser mais animada.
EliminarVai fazer parte do programa...
belas recordações.... a maioria das feiras da minha infância era assim!
ResponderEliminarsó não conhecias os Lázaros - mas isso era específico desta feira!
agora adorava os bananis... como sobrevivi (em particular os meus dentes.. ) ao seu consumo? lol
Pois a Feira deve ter nascido precisamente porque nessa época, havendo muitos doentes internados, as visitas eram mesmo muitas e a probabilidade de muito negócio aguça o engenho até dos próprios doentes com as suas galinhas com penas. Era mesmo muito concorrida...ao contrário da recreação que não entusiasma tanto a população.Mas é de louvar a iniciativa destes grupos folclóricos da Casa do Pessoal da U.C. que todos os anos a promovem, não só aqui neste local, bem como em Celas.
EliminarPara a reportagem ficar completa, só falta dizer que esta feira dos Lázaros ocorre em dois locais em simultâneo: no largo de D. Dinis e no largo de S. João, no bairro de Celas.
ResponderEliminarNo Bairro de Celas, a feira é organizada pelo Grupo Folclórico de Coimbra. Aqui têm mais detalhes.
Obrigadinho!
EliminarBoa ajuda, como sempre, ia acrescentar mesmo isso.
ResponderEliminarJá agora sempre acrescento que a casa do meu tio ficava na rua que se chamava Dr. Costa Simões, mesmmo em frente à porta principal do Hospital.Portaria de São Jerónimo
Assunto.
ResponderEliminarQue pena eu não ter ido. No próximo ano o Rafael vai avisar a tempo, não vai Rafael?
ResponderEliminarSim Ló....Prometo.
ResponderEliminarDesta feita, não posso dizer mal.
ResponderEliminarSim senhores, Dom Rafael esmerou-se!
Boa reportagem, obrigado.
Para o ano se...
EliminarSai a de Celas.
Eu tento sempre esmerar-me...mas por vezes sai "borrada"!
Lembro-me de ir à Feira dos Lázaros com os meus pais. Morávamos na rua das Covas e era um passeio até à portão do Hospital. Aí o meu pai comprava-me uma galinha e uma bola de serradura que baloiçava num elástico!
ResponderEliminarBrinquedos que depressa se estragavam, tal era a qualidade e o uso que lhe davamos...