segunda-feira, 9 de agosto de 2010
O COLECTIVISMO DE OUTRORA
EM CASA
Nas casa antigas, havia dois locais bastante importantes:
- A Lareira: local privilegiado para a família se reunir. À noite, enquanto a ceia se fazia, e depois ao serão, eram os momentos oportunos para a transmissão de histórias, experiências e saberes, que transitavam de geração em geração. Era à lareira que se combinavam as tarefas dos próximos dias.
“À volta da lareira, como se de altar se tratasse, era contada e conversada a vida, projectava-se o futuro. Contavam-se histórias, transmitiam-se ensinamentos. A lareira tinha um significado muito lato que abarcava intimidade, reunião, aconchego, sonho, fantasia, tudo se consubstanciando na liturgia do pão e do vinho e também da palavra acesa – oração comum, escola primeira, mesa e comunhão. Mesa e comunhão nas noites de inverno ou verão, onde todos, recolhidos no abraço do calor doméstico, comiam, picando com o garfo de pequenas ou grandes bacias de barro, as batatas, as hortaliças e o conduto que lhes cabia escasso – uma sardinha partida por dois ou mais, ou uns torresmos de carne de porco frita.”
- A Adega: local de convívio social onde se reuniam os amigos.
“A adega, por sua vez, pode dizer-se que era a sala de visitas do lavrador, que a outra era apenas utilizada duas ou três vezes por ano. Obrigatoriamente era pela Páscoa, abrindo-a à cruz... Voltando à adega, onde o lavrador respeitava os vizinhos e amigos, chamando-os para ‘provar as águas’ ou ‘registar a passagem’ e ao copo de vinho que era em casa do lavrador o grande acto litúrgico da amizade e da camaradagem, reconhece-se que aquele era o local onde apetecia estar...” enviado por J.Leitão marcadores:colectivismo
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Neste calor que se faz sentir, até incomoda falar de calor. Porém, o calor de uma lareira a crepitar no inverno é uma delícia para os sentidos. Mas tem que ter o devido enquadramento. Tal como uma bela pintura precisa de um caixilho a condizer. Neste caso, uma pequena aldeia beirã. Um frio de rachar e um céu estrelado. Ao fim da tarde, o boculismo do fumo a sair palas chaminés. E o cheiro à esteva queimada e aos doces regionais. Depois é tempo de nos sentarmos à lareira na cozinha, com o cão fiel aos pés e o estalar da lenha ressequida. Os homens, vão para a "aloje" - assim se escreve - e é no meio das dornas, que contam estórias de antanho, falam do tempo, e das colheitas. Conheço este quadro. Alguém me disse, um dia, que quem não tem aldeia não tem terra. Talvez seja assim ...
ResponderEliminarErrata: bucolismo, onde se lê erradamente "boculismo" ....
ResponderEliminarDon Rafael!
ResponderEliminarSei que o texto que enviei é longo...mas o "enquadramento" ficará completo...com
A... REALIZAÇÃO DE TAREFAS COLECTIVAS
NA MONDA E A SACHA
Sachadores do meu milho
Sachai o meu milho bem
Não olheis para o caminho
Que a merenda já lá vem!
Minha mãe case-me cedo,
Enquanto sou rapariga,
Que o milho sachado tarde
Não dá palha nem espiga.”
A ESCAMISADA
A VINDIMA
O DESENTERRAR E ENTERRAR DA PEDRA DA SESTA
A MATANÇA DO PORCO
A MALHA, NA PODA, NA EMPA, NA FIAÇÃO, NA APANHA DA AZEITONA, ETC.
Nalgumas comunidades do interior, podemos ainda constatar a existência do “Boi do Povo”, do “Forno do Povo”, da “Eira do Povo”, entre outras formas de manifestação comunitária.
...
José leitão.
ResponderEliminarO Texto de uma só vez pareceu-me demasiado longo e assim publiquei nesta postagem apenas a CASA:Lareira e Adega.
Mais tarde publicaria a outra parte.
ok Don Rafael!
ResponderEliminarSiga a marinha!!! (sic Tó Ferrão!!!)
Abraço
Só não percebo o porquê de ser contra o colectivismo...
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