Com a autorização do autor, aqui está este poema que ele nos leu no Encontro de Gerações, agora sem ruído:
"AO JOSÉ AFONSO
Por vezes
Um herói faz-se a cantar
No espanto doce e leve
De iluminar a cidade
E recordar o tempo à vida
Em acordes de esperança
Por vezes ele é a dança
É a razão
Encantada
De uma balada que abala
O torpor em contradança
Por vezes ele é sorriso
Ironia que desarma
O medo de arma em riste
Sorriso que faz o triste
Ser alegre de coragem
É a flauta encantada
É nau de outra viagem
Que traz ao povo a alegria
De cantar em romaria
Com bandeiras desfraldadas
Bandeiras da paz
Do pão
E do nome que ele tem
Que um povo sem ter nome
Pode bem morrer à fome
E há-de chamar-se Ninguém
Cântico a Catarina
Suor e sangue num grito
Menina que o medo mata
E que o vermelho desata
Nas papoilas da campina
Ou lagos de breu no céu
Bairro negro do menino
Com olhos de estrela de alva
Deixai-o que é pequenino
Zeca amigo
Está contigo
Um povo desperdiçado
Que se perde em triste fado
Mas colhe em tua voz abrigo
Seja a voz de quem trabalha
No som ritmado dos passos
Contra vampiros de palha
Nascente em vila morena
Que entre nós criou os laços
De saber quem mais ordena
De saber que vale a pena
Entrelaçar nossos braços
Fazer da vida um poema
Dourado em Maio maduro
Dentro de um coração puro
Cheio de vida para dar
... Que por vezes um herói
Também se faz a cantar.
- Jorge Castro
08 de Fevereiro de 2004"
Publicado no livro «Poemas de Menagem» - editora Apenas Livros, 2008
Por vezes
Um herói faz-se a cantar
No espanto doce e leve
De iluminar a cidade
E recordar o tempo à vida
Em acordes de esperança
Por vezes ele é a dança
É a razão
Encantada
De uma balada que abala
O torpor em contradança
Por vezes ele é sorriso
Ironia que desarma
O medo de arma em riste
Sorriso que faz o triste
Ser alegre de coragem
É a flauta encantada
É nau de outra viagem
Que traz ao povo a alegria
De cantar em romaria
Com bandeiras desfraldadas
Bandeiras da paz
Do pão
E do nome que ele tem
Que um povo sem ter nome
Pode bem morrer à fome
E há-de chamar-se Ninguém
Cântico a Catarina
Suor e sangue num grito
Menina que o medo mata
E que o vermelho desata
Nas papoilas da campina
Ou lagos de breu no céu
Bairro negro do menino
Com olhos de estrela de alva
Deixai-o que é pequenino
Zeca amigo
Está contigo
Um povo desperdiçado
Que se perde em triste fado
Mas colhe em tua voz abrigo
Seja a voz de quem trabalha
No som ritmado dos passos
Contra vampiros de palha
Nascente em vila morena
Que entre nós criou os laços
De saber quem mais ordena
De saber que vale a pena
Entrelaçar nossos braços
Fazer da vida um poema
Dourado em Maio maduro
Dentro de um coração puro
Cheio de vida para dar
... Que por vezes um herói
Também se faz a cantar.
- Jorge Castro
08 de Fevereiro de 2004"
Publicado no livro «Poemas de Menagem» - editora Apenas Livros, 2008
Sem o calor da festa mas com a atenção que o silêncio permite.
ResponderEliminarFoi com uma grande satisfação que tivemos a oportunidade do amigo Jorge colaborar neste nosso encontro!
ResponderEliminarBem Haja!
Só foi pena o gajo ter-se baldado a aproveitar estar por cá para visitar a minha colecção...
ResponderEliminarNão perdes pela demora.... Vai lá ao teu correio.
ResponderEliminarEntretanto, obrigadinho pelos miminhos. ;-»
E, claro, o prazer também foi meu. Quando estiverem com o Rui Pato, dêem-lhe aquele abraço, que me falhou na despedida (quando tem mais encanto...).
ResponderEliminarJá te respondi: temos que encontrar um dia que se ajeite para ambos... os três...
ResponderEliminarGrata pela tua presença,Jorge e também pela presença da tua irmã.
ResponderEliminarBeijinhos
Jorge e Lili, dois amigos entre os amigos!
ResponderEliminarSempre bons os momentos de poesia.
Todos os dias vejo o Rui Pato, entregar-lhe-ei o abraço, pois o Paulo perde-se por Fala...
Voltem sempre.
...demais!
ResponderEliminarE a história da Carochinha, não é uma delícia?
ResponderEliminarE tantos poemas que ele tem, cada um melhor que outro... até mezinhas tradicionais ele tem em poema... uma mina (sem qualquer risco de desabar)