segunda-feira, 18 de outubro de 2010

REQUERIMENTO

EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA 12ª VARA DO TRIBUNAL CRIMINAL DE LISBOA

Maria Leopoldina Sousa e Santos, advogada, vem à presença de V. Exa., requerer e comunicar a sua renúncia ao patrocínio de José Mário Teodósio da Cunha, arguido no Processo que corre termos nesse Tribunal Criminal sob o nº 987012.LISOPR/10, abdicando dos poderes que lhe foram conferidos pelo arguido, segundo procuração de folhas 12 do citado processo, solicitando dispensa e substituição.

O presente pedido de renúncia fundamenta-se no que a requerente a seguir expõe:

1 - Que a requerente é advogada considerada pela maioria, como conhecedora do Direito e respeitadora dos sãos princípios que regem a sua actividade profissional, social e familiar;

2 - Que a requerente e agora renunciante reclama para si o direito de preservação do seu bom nome e resguardo profissional, social e familiar;

3 - Que o uso crescente da denominação de Vara, em vez de Juizo, lhe traz com cada vez maior frequência e acuidade elevados constrangimentos no plano profissional e também familiar, especialmente perante o seu marido; senão atente-se:

4 - Que, anteriormente, se dizia da requerente, que se dirigia ao Juizo para fazer as suas diligências processuais, quando agora se diz que ela entra e sai repetidamente da Vara;

5 - Que anteriormente, quando o seu marido perguntava por si, a sua secretária lhe dizia que estava em audiência, quando agora lhe responde que passou a tarde na Vara;

6 - Ou que foi ter com o funcionário judicial pedir-lhe que a mudasse de Vara;

7 - Ou ainda, que a requerente gosta de trabalhar com esta Vara mais do que com aquela outra, em alegada razão de que o funcionário desta é mais eficiente do que o daquela;

8 - Pelo exposto, pede a requerente que seja aceite a sua renúncia, desgostosa, contudo, por ter de abandonar a Vara de V.Exª que considera uma das melhores e a de maior eficácia e desempenho deste Tribunal.

Assim posto, submetendo-se ao douto despacho de V.Exª,

Pede e aguarda deferimento.

A Requerente


---------------------------------

Os nomes e os locais são fictícios.

Rui Felício


32 comentários:

  1. Ora aí está! As mulheres são para estar em casa a cuidar dos filhos, não são para andar aí de vara em vara, sabe lá Deus de quem!!!...

    ResponderEliminar
  2. Para o cidadão comum - como é o meu caso - há palavras cujo uso nos levam a alguma meditação e até perplexidade. É o caso de VARA quando aplicado a um tribunal. Porque Vara pode ser comparado a cacete ou moca, ou seja, a propalada JUSTIÇA DE FAFE.Daí se pode extrair, que quando um cidadão está a contas com a justiça e vai a tribunal, a punição pode ser levar com uma VARA pelo lombo abaixo. Por isso acho que a palavra VARA está complemamente desfazada neste contexto e até tem uma conotação medieval. Mas no outro também está. Esta advogada viu-se também afectada pela Vara e pediu escusa. Acho justo.Ficou claramente embaraçada e perturbada.Quem achar o contrário que lhe atire a primeira pedra. Quando num concurso de salto em altura entre animais, o burro foi desclassificado por ter saltado à VARA, fico perplexo. Cada vez estou mais obtuso de inteligência e não percebo a piada da anedota. Mas, quem ma contou, riu-se à VARA larga ...

    ResponderEliminar
  3. Na verdade, os casos de vocábulos de multiplo sentido na lingua portuguesa multiplicam-se.
    Na esfera judicial há uma explicação para esta denominação. É que há séculos atrás, os juizes era designados pelo Rei que,ao investi-los nas suas funções de julgar, lhes davam uma vara branca, como simbolo do poder régio.
    Nessa altura todos os poderes estavam concentrados na pessoa do Rei. Não havia separação de poderes.

    Quanto à duplicidade de sentido noutras esferas, deixo as explicações aos especialistas...

    ResponderEliminar
  4. Naturalmente que há sempre uma explicação para as coisas. Fiquei esclarecido dessa cerimónia da vara de tempos de antanho ...

    ResponderEliminar
  5. Ainda volto a terreiro, porque me lembrei da cerimónia de entronização das Confrarias. O Confrade-Mor,bate com uma vara em ambos os ombros do entronizado.Assisti a isto em Trás-os Montes, na Cofraria da carne barrosã. A cerimónia é muito solene, e até um pouco emocional para a confraria, novos confrades e familiares. Recordo que naquele dia foi entronizado Dom Ximenes Belo, General Lemos Ferreira e a jornalista Fátima Campos Ferreira. Talvez o ritual da cerimónia, seja inspirado nesse facto que contaste Rui ...

    ResponderEliminar
  6. É muito provável Quito.
    Aliás, "vara" tem uma aparência fálica e o poder esteve durante milénios associado ao sexo masculino.
    Entronizar alguém através de uma vara é obviamente uma demonstração de poder.

    ResponderEliminar
  7. A requerente deveria ter terminado o requerimento assim:

    Assim posto,submetendo-se à douta vara de V.Ex,
    Espero-a ansiosamente.
    a requerente

    ResponderEliminar
  8. Boa malha, Olinda!
    E, se assim tivesse escrito, teria por certo imediato acolhimento...

    ResponderEliminar
  9. Boa Olinda.Chama-se a isso, terminar um requerimento em apóteose ...

    ResponderEliminar
  10. Em tempo: apoteose não leva vara, digo acento ..

    ResponderEliminar
  11. Trago eu para aqui um assunto sério e a conversa já está a degenerar.
    Primeiro a Olinda, com sugestões inesperadas à redacção do requerimento.
    Agora até o Quito, de quem não esperaria tal, a levar, com ar de falsa ingenuidade, a vara para o assento...

    ResponderEliminar
  12. ahahahah...venham mais cinco varas para a conversa e a Sãozita,claro!

    ResponderEliminar
  13. Durante o hiato de uma hora em que esfalfei a trabalhar, quando regresso a este espaço o que vejo: o dedo acusador de um jurista, tirando ilações que me fazem roborizar. Eu que sou realmente um ingénuo. Vou deixar de vir a este espaço. Vou refugiar-me no meio das cabras ...eu disse das cabras que são mesmo cabras, para não voltar a ter comentários de duplo sentido. Nem aqui, a ouvir o tilintar dos badalos me livro das linguas viperinas ...

    ResponderEliminar
  14. Ele é varas, ele é as ditas nos assentos, ele é linguas, ele é cabras, ele é badalos...
    Todos compreendemos para onde a mente preversa do romancista Quito o está a levar.
    Não esperava isto dele! Quanto mais fala mais se enterra!

    ResponderEliminar
  15. Não tenho a douta sapiência de um jurista. Sinto que ando a pisar um campo minado.Ás duas por três, estou pendurado num qualquer beco dos meandros da lei, sentado com o dito no mocho, amparado no cajado, com o samarrão descair sobre o ombro e o chapéu de aba larga metido entre as pernas. Prontos, já voltei a arranjar lenha para me queimar ...

    ResponderEliminar
  16. O chapéu de aba larga é, todos o sabemos, um "sombrero" de largas dimensões que tudo tapa em seu redor.

    Usa-se por norma na cabeça.

    Metê-lo entre as pernas, como o fez o Quito, só pode ser para ocultar algo que a mente do Quito nos quer aleivosamente sugerir como sendo de grandes dimensões...

    ResponderEliminar
  17. ...tal o falecido Chipenda quando jogava na
    Académica...também escondia/pendurava algo, não num chapéu de abas largas, mas nuns valentes
    suspensórios!!!
    N´é..Quito?

    ResponderEliminar
  18. A minha requintada educação num colégio de freiras na Suiça, não me permite responder às perversidades contidas no comentário do meu amigo Rui Felício. Quando falei meter o chapéu entre as pernas, percebi logo que tinha metido o pé na argola, e que ía ser flagelado sem dó nem piedade. Quanto ao Chipenda consta que sim. Também já ouvi essa estória. Saúdo o teu regresso Olinda. Constou-me que tinhas ido fritar dez dúzias de jaquinzinhos porque o Rafael ía aí jantar a casa ...

    ResponderEliminar
  19. O Chipenda ganhou a fama pelo tamanho. Mas a melhor perfomance ( dizia-se... ) era do Malícia...

    ResponderEliminar
  20. Felício, o Malicia não era um tipo que jogava a defesa central? Não sei se estou enganado mas penso que era, ou ainda será, dentista lá para os lados de Ovar. Lá das perfomances dele nunca tinha ouvido falar ...

    ResponderEliminar
  21. Pois, pudera: vara a entrar, vara a sair, tanta vara! A requerente tinha que se sentir varada. Isso pode dar um problema psicológico muito grande. Espero que tenha tido um despacho positivo. Fazem as leis, criam os métodos mas não pensam nos problemas colaterais. Para amelhorar a situação, teve que se dirigir ao juíz com um cabeçalho superior aos dez decímetros do comprimento que se atribuía a uma vara, não falando na romana. Francamente...

    ResponderEliminar
  22. Dom Rafael,
    Por favor, ponha mão nisto!
    Um assunto que até era muito sério cai no deboche total. E com a senhora sua Irmã, a Infanta Dona Olinda, a ajudar a desvergonha. Ameaçando ainda com a presença de sua desvergonhada cúmplice, uma tal Dona Sãozita.
    Que não aperece, por vergonha, digo eu!
    Bolinha Bermelha, peço ! Ou Bormelha ?
    Olhe, para evitar confusões, encarnada.

    ResponderEliminar
  23. vermelha ou vermelhinha,Biana!!!
    qem não gostava de jogar à vermelhinha?ahah...pois era.
    os monárquicos são uns desvergonhados,eu sou-o! Mas minha querida São Rosas não aparece...
    Será que encontrou um douto juíz ou um considerado advogado,por acaso,nosso amigo!?

    ResponderEliminar
  24. Também estranho, a ausência da Sãozita...
    Para ela, vara é curta, precisa de um varão, para dançar!

    Ai, livrai-nos dos advogados, perdem-se em pormenores e causam um ror de situações que se arrastam indefenidamente.

    ResponderEliminar
  25. Olinda, deixas-me em pânico. Estás a sugerir que a desvergonhada São Rosas gosta de varas de direito?
    E tu, Celeste Maria, dás andamento a estas conversas impróprias e manchadas de oculto pecado?
    Já não sei que diga!
    E Dom Rafael a tudo isto assiste impávido e sereno.
    Bolinha Incarnada, já!
    Se assim não, for vou proibir os meus netos de visitar este conspurcado blog.
    E mais não digo.
    Boa noite a todos que estou a ficar mesmo sem sono.

    ResponderEliminar
  26. Conversas gravadas entre Sócrates e Armando Vara não têm valor ...
    Upss...foi por engano!!!??

    ResponderEliminar
  27. Resposta ao abrigo do direito da dita:
    Quer d'zer, anda aqui uma gaja a resguardar-se de ser varada e não se safa de pimba, pimba, pimba?!
    Eu não falo de vara porque "falo de vara" é um pleonasmo!
    Celestita, pode ser um varão mas tem que ser fininho, que eu sou funda mas não sou larga (as minhas filhas não passaram por lá com as orelhas, pois nasceram de cesariana, como tu sabes e podes afiançar a esta malta que só acredita em ti... e mesmo assim, só vendo).
    E, para concluir, adivinhem quem me alertou para este vilipêndio (seja lá o que for que isto quer dizer mas é uma palavra bonita)? Não, não foi o Armando Vara... mas estais lá quase... sim, sim, foi o Carlos Car(v)alho! Isto está tudo ligado (com intervalos para um cigarrito... ihihih)

    ResponderEliminar
  28. Minha adorada São Rosas,

    O teu reconhecido pudor é que te levou a escolher a palavra "vilipêndio", não por se bonita como tu dizes, mas para, subliminarmente, nos deixares o teu recado.
    Vilipêndio, rima com compêndio e com incêndio e por isso é útil para um poema.
    Mas não foi por isso que assim escreveste.
    É que vilipêndio significa aviltação, desonra.
    E desonra significa desonsideração.
    E significa também, desvirginamento.

    No fundo, lá bem no teu fundo, o que nos quiseste dizer é que foste vítima de desvirginamento.
    Quiçá, pela mencionada 12ª vara...

    ResponderEliminar
  29. Descambou próximo do deboche por referência a uma inocente vara que afinal era até branca e não rosa ou vermelha como alguns assim o desejam.
    Os olhos da Olinda ávidos vão sorvendo as palavras na vã esperança de temperar a conversa com as suas pitadas apimentadas.
    O Quito, desterrado que se encontra, entre varas de pinheiros nas serras do interior, verteu com entusiasmo os desmandos que a sua inspiração lhe ditou.
    O Viana, entalado entre a inocência e a debocagem do linguajar do norte vai dando sinais ao Castelão para tomar providências.
    A São Rosas, igual a si própria esfregou as mãos de contente quando se apercebeu que o assunto lhe é querido.
    O Rui Felício,, esse depois de pôr as achas no fogo pôs-se no papel de quem não é nada com ele.
    Em qualquer lado, como sabem, vara é vara de múltiplos contornos, por isso aquele que com os copos não sabia que estava com um transexual e no epílogo desabafou "ai que te varei".
    Tinha razão esta Drª Leopoldina, que julgo andar de depressão em depressão, por se ver numa roda viva de vara em vara até ao desfalecimento final . Assim sendo não havia outra solução que não fosse renunciar à dita, para descanso e paz do corpo e do espírito…

    ResponderEliminar
  30. O Rui Felácio tem toda a razão: eu sou virgem nestas coisas. Afinal... vara... não é uma manada de porcos?!

    ResponderEliminar
  31. Eu nem quero acreditar no que li, reli e treli!
    E vejam bem que as únicas mulheres que intervêm em tão decorosa conversa são precisamente "de entre portas", e mais a "sem vergonhosa" São Rosas" que fica varada só de ouvir o "fálico" Rui Felício!
    O que isto dava era para o Quim Barreiros entrar aqui nos comentários e fazer uma letra que seria um susexo!
    Letra pimba tem ele aqui com fartura!
    O Chico deu o mote: entra vara, sai vara....

    ResponderEliminar
  32. Ó Rafael, estás a dizer que esta era uma conversa de homens?!...
    Ó diacho!...

    ResponderEliminar